Carlos Costa Ribeiro, cientista foi um dos pioneiros na aplicação da pesquisa científica no setor privado

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Carlos Costa Ribeiro, um cientista preocupado com o impacto ambiental do desenvolvimento

Dedicado à ciência. Carlos Ribeiro - (Foto: Álbum de Família)

Dedicado à ciência. Carlos Ribeiro – (Foto: Álbum de Família)

Formado em química na Áustria, especialista participou de diversos grupos de tarefas da ONU sobre meio ambiente

O químico Carlos Costa Ribeiro começou cedo na carreira de cientista. Aos 17 anos, já participava de projetos de pesquisa no Instituto de Biofísica, da antiga Universidade do Brasil (atual UFRJ), instituição em que ingressou a convite do professor Carlos Chagas Filho e onde acabou trabalhando até os 43.

No instituto, participou da implantação do centro de pesquisa no Laboratório de Radioisótopos e fez estudos sobre a radioatividade natural no Brasil e no exterior, atuando, inclusive, na área onde seria construída a usina nuclear Angra 1, na década de 1970. O especialista participou das análises preliminares sobre o impacto ambiental da obra.

Formado em química pela Technische Hochschule Wien, de Viena, e pela Faculdade Nacional de Filosofia (1963), Carlos Ribeiro obteve o título de doutor em ciências do meio ambiente pela School of Engineering and Sciences, da New York University. Numa época em que a ecologia e os efeitos da poluição sobre o planeta ainda não eram temas muito difundidos, o cientista já discutia essas questões.

No início da década de 1970, participou, como representante do Brasil, da primeira reunião da ONU sobre o homem e o meio ambiente, em Estocolmo. Entre 1976 e 1995, trabalhou na área de consultoria da Promon Engenharia S.A., sendo um dos pioneiros na aplicação da pesquisa científica no setor privado.

Nos anos 1980, participou de diversos grupos de tarefas da ONU sobre o meio ambiente. Também atuou como representante da indústria em diferentes comissões do Ministério da Ciência e Tecnologia e integrou o Conselho Superior de Política Nuclear.

Ao longo da sua vida profissional e acadêmica, participou ativamente do debate público sobre a importância do equilíbrio entre desenvolvimento e meio ambiente. Dizia que a “poluição da pobreza” (aquela que é consequência do subdesenvolvimento) talvez fosse mais devastadora que a “poluição do desenvolvimento” (causada pela industrialização).

— Sobre esse tema, ele publicou textos em jornais e revistas especializadas — conta uma das irmãs, a antropóloga Yvonne Maggie, acrescentando que Carlos Ribeiro estava preparando um livro em que combinava “suas memórias de vida e de pesquisa desde os 17 anos com ideias originais sobre o tema”.

O cientista era apaixonado por música de concerto e por montanhismo. Nos anos 1960, participou da primeira expedição nacional ao Pico da Neblina, ponto mais alto do Brasil, no Amazonas.

Carlos Ribeiro morreu no dia 22 de agosto de 2015, aos 76 anos. Viúvo de Rosa Maria, falecida em 2013, deixou três filhos e quatro netos. O cientista foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

(Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade -17294473#ixzz3jqPQqcnk – SOCIEDADE – POR O GLOBO – 25/08/2015)

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