Carlos Alberto Ferreira Braga, conhecido como Braguinha e por João de Barro, compositor brasileiro.

0
Powered by Rock Convert

“É o compositor mais importante do país”.
Nana Caymmi, cantora

Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, ou João de Barro, seu pseudonimo, tinha um talento raro: tão logo eram lançadas, suas canções incorporavam-se a tradição popular brasileira, como se dela já fizessem parte havia muito tempo.

Ele ganhou prestígio nos anos 30 e 40, graças a marchinhas de Carnaval como Pastorinhas, Pirata da Perna de Pau e Yes, Nós Temos Bananas. Também são dele as versões das canções mais conhecidas dos antigos filmes da Disney, entre as quais a de Branca de Neve. Nos anos 60 e 70, ao lado do maestro Radamés Gnatalli, foi responsável pelos discos coloridos da Coleção Disquinho, dirigida ao público infantil.

Braguinha compos aqueles temas que todo mundo tem na memória de Chapeuzinho Vermelho e Os Tres Porquinhos. Sua criação mais celebrada, no entanto, é a letra de Carinhoso, em parceria com Pixinguinha. Faleceu em 24 de dezembro de 2006, aos 99 anos, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 30 de dezembro de 2006 – Edição 1989 – Pág; 123)

Carlos Alberto Ferreira Braga, conhecido como Braguinha e também por João de Barro, compositor brasileiro, famoso pelas suas marchas de carnaval.

Filho do gerente da fábrica de tecidos Confiança, Carlos Alberto Ferreira Braga nasceu em 29 de março de 1907, e começou a cantar numa época em que os moços de família não podiam viver de música. Primeiro no grupo amador A Flor do Tempo com os colegas de bairro (Alvinho, Almirante e Henrique Brito) e a seguir, já profissionalizado, ao lado de certo Noel de Medeiros Rosa, no Bando dos Tangarás, em que todos adotaram convenientes apelidos ornitológicos. O de Braguinha, João de Barro, pegou nas primeiras gravações como intérprete, em 1931 (Cor de Prata, Minha Cabrocha, de Lamartine Babo) e foi usado durante muito tempo pelo compositor de sucessos como os inaugurais Trem Blindado e Moreninha da Praia, no carnaval de 1933.

A partir daí, mesmo sem conhecimentos formais de música, compondo na base do assovio, ele se transformou num campeão da folia, especializado em marchinhas, como Linda Lourinha, Uma Andorinha Não Faz Verão, Linda Mimi, Dama das Camélias, Cadê Mimi, Balancê (que redobraria o sucesso na regravação de Gal Costa, quarenta e dois anos depois), Andaluzia (recriada por Maria Bethânia), Pirata da Perna de Pau, China Pau, Chiquita Bacana (que projetou Emilinha Borba), A Mulata É a Tal, Tem Gato na Tuba, Adolfito Mata-Mouros (sátira a Hitler) e o misto de paso doble Touradas em Madri, cantado por um Maracanã em festa na goleada do Brasil sobre a Espanha, na fatídica Copa de 50.

Participou como diretor e roteirista de filmes como Estudantes (1935), Alô, Alô, Carnaval (1936), Banana da Terra (1938) e Laranja da Terra (1940). Nessa época, começou a trabalhar como diretor artístico da gravadora Continental, onde projetou nomes como Radamés Gnattali, Tom Jobim (sua Sinfonia do Rio de Janeiro, parceria com Billy Blanco foi gravada duas vezes), Lúcio Alves, Dick Farney, Doris Monteiro, Tito Madi, Nora Ney, Jorge Goulart e Jamelão. Em 1937, a cantora Heloísa Helena pediu-lhe uma letra para um choro-canção instrumental de Pixinguinha e nasceu o hino Carinhoso. Da mesma forma que modificou Linda Pequena de Noel Rosa para As Pastorinhas, que se tornaria um clássico póstumo do poeta da Vila, Braguinha (com parceiros como o médico Alberto Ribeiro) cunhou o manifesto pré-tropicalista Yes, Nós Temos Bananas (resposta ao fox americano Yes, We Have No Bananas).

Fez ainda tanto o samba-canção de inspiração rural (Mané Fogueteiro, emblemático na voz de Augusto Calheiros, a Patativa do Norte) quanto urbano-modernista como Laura e Copacabana, cuja gravação, de Dick Farney, em 1946, com arranjo de cordas de Radamés Gnattali, seria considerada precursora da bossa nova. Apimentando suas composições à medida que mudavam os costumes (Vai com Jeito, Garota de Saint-Tropez, Garota de Minissaia), ele também arquitetou com delicadeza a mais impressionante coleção de discos infantis, aclimatando para o Brasil histórias da Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Alice no País das Maravilhas, além de recuperar inúmeras cantigas de roda. Com espírito de criança, Braguinha foi um retrato cantado da alma jovial do Rio de Janeiro dos melhores tempos. Faleceu em 24 de dezembro de 2006, aos 99 anos, no Rio de Janeiro
(Fonte: http://www.abaciente.blogspot.com/2010/12-João José da Costa Couto)

Discografia

Para vancê/Coisas da roça (1929) Parlophon 78

Desengano/Assombração (1929) Parlophon 78

Salada (1929) Parlophon 78

Não quero amor nem carinho (1930) Parlophon 78

Dona Antonha (1930) Parlophon 78

Minha cabrocha/A mulher e a carroça (1930)

Parlophon 78

Quebranto (1930) Parlophon 78

Mulata (1931) Parlophon 78

Cor de prata/Nega (1931) Parlophon 78

Tu juraste… eu jurei/Vou à Penha rasgado (1931)

Parlophon 78

Samba da boa vontade/Picilone (1931) 13.344 78

O amor é um bichinho/Lua cheia (1932) Parlophon 78

João de Barro (1972) RCA Victor LP

Pra vancê/Coisas da roça (1929) Parlophon 78

João de Barro e Coisas Nossas (1983) Funarte LP
Yes, nós temos Braguinha (1998) Funarte/Atração CD

João de Barro (Braguinha)­ — Nasce um compositor (1999) Revivendo CD

João de Barro — A música do século, por seus autores e intérpretes (2000) Sesc São Paulo CD

Carlos Alberto Ferreira Braga, o João de Barro ou o Braguinha

(1907 – 2006)

Compositor, cineasta, dublador e cantor brasileiro nascido no dia 29 de março, na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, destaque e um dos grandes compositores da música popular brasileira, especialmente marchinhas de carnaval.

mostrou-se um artista precoce acompanhando a avó materna que também cantava e tocava piano. Estudou no Jardim da Infância Marechal Hermes e fez o primário na Escola Joaquim Nabuco. Iniciou o ginasial no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas e aos 16 anos compôs sua primeira música. Depois seguiu para o Colégio Batista, onde formou com os colegas um conjunto musical, o Flor do Tempo (1927), depois Bando de Tangarás (1929), entre eles o famoso Almirante de Vila Isabel e, depois, Noel Rosa, e adotou o pseudônimo de João de Barro, com o qual se tornaria conhecido.

Estreou como compositor, com Dona Antonha (1930), gravada por Almirante e em disco como solista (1931), interpretando duas composições de Lamartine Babo, Cor de prata e Minha cabrocha. Desistiu da carreira de cantor, ao mesmo tempo também que abandonou o curso de Arquitetura, no segundo ano, passando a se dedicar apenas à composição (1931), enquanto trabalhava como corretor imobiliário e depois como balconista na loja Mestre & Blatgé, a futura Mesbla.

A partir de então, mesmo sem conhecimentos formais de música, compondo na base do assovio, seguiu-se uma série gigantesca de sucessos carnavalescos, muitos deles compostos em parceria com Alberto Ribeiro, como Trem blindado e Moreninha da praia (1930), Uma Andorinha não faz Verão e Linda lourinha (1934), Deixa a lua sossegada (1935), Balancê (1936), regravada com grande sucesso (1979) por Gal Costa, e Linda Mimi (1936), Por um ovo só (1937), Pastorinhas, Touradas em Madri e Yes! Nós temos bananas (1938).

Também nessa década iniciou sua carreira no cinema (1935), quando colaborou no argumento, roteiro e direção, além de músicas, do filme Alô, alô, Brasil, produzido pelo norte-americano Wallace Downey. A pedido da cantora Heloísa Helena pôs letra no choro-canção instrumental de Pixinguinha, o famoso Carinhoso (1937). Casou-se(1938) com Astréia Rabelo Cantolino, com quem teve uma única filha, Maria Cecília, e continuou participando de cinema, como em Banana da Terra (1938) e Laranja da Terra (1940), e fazendo sucesso com marchinhas e marchas-rancho praticamente em todos os carnavais subseqüentes até seus 80 anos de idade, como Menina do regimento e Pirulito (1939), ano em que assumiu a direção artística da gravadora Columbia. Passou a ser dublador de filmes (1940) e compor canções para discos de histórias infantis.

Assumiu a direção do selo Continental (1943), da Columbia, da qual afastou-se (1965), com cerca de 500 composições gravadas, para fundar a Todamérica. Atuou no teatro no show Yes, nós temos Braguinha (1968), organizado por Sidney Miller e Paulo Afonso Grisolli, no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro. Seus últimos sucessos carnavalescos foram Funciona cocota (1977), Bebê de proveta (1979), Pacote de mulher (1980), Raminho de café (1981), Saudosismo (1983) e Vaga-lume (1985). Participou do desfile carnavalesco campeão (1984) da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, cujo tema do samba-enredo foi Yes, nós temos Braguinha, no ano da inauguração do Sambódromo.

O nome deste samba se transformou no título de sua primeira biografia, excelente trabalho de Jairo Severiano: Yes, nós temos Braguinha. Entre outras honrarias recebeu o Prêmio Shell para Música Brasileira, no Teatro Municipal (1985) e a medalha Pedro Ernesto (1997) da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Foi inaugurada (2004) em Copacabana, pela Prefeitura do Rio de Janeiro uma estátua em homenagem ao compositor, esculpida por Otto Dumovich, como parte das comemorações do carnaval aquele ano, no Rio.

Outros clássicos compostos pelo compositor que foi gravado pelos mais importantes interpretes da música popular brasileira do século XX, entre eles Aurora Miranda, Carlos Galhardo, Carmen Mioranda, Dalva de Oliveira, Dick Farney, Dircinha Batista, Doris Monteiro, Elisete Cardoso, Emilinha Borba, Francisco Alves, Jamelão, Jorge Goulart, Jorge Veiga, Lúcio Alves, Nilton Paz, Orlando Silva, Sílvio Caldas e Tito Madi, foram Pirata da perna de pau (1947), Tem gato na tuba (1948) e Chiquita bacana (1949}.

Sua filha Maria Cecília casaria (1959) com o psiquiatra Jadyr de Araujo Góes, proporcionando-lhe então mais emoções, traduzidas nos seus 3 netos: Carlos Alberto, Maria Luiza e Maria Claudia, os quais aos 90 anos do avô, já lhe tinham proporcionado mais alegrias com 6 bisnetos: Carlos Daniel, Maria Beatriz, Maria Elisa, Maria Clara, Rafael e Gabriela. Morreu na véspera de Natal, aos 99 anos, no Hospital Pró-Cardíaco, na zona sul do Rio de Janeiro.

(Fonte: www.dec.ufcg.edu.br)

Powered by Rock Convert
Share.