Bruno Zevi, foi o principal divulgador na Itália da obra do arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright

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Bruno Zevi (Roma, 22 de janeiro de 1918 – Roma, 9 de janeiro de 2000)arquiteto italiano

Depois de estudar em Harvard, nos Estados Unidos, Zevi foi o principal divulgador na Itália da obra do arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright. Seu livro mais conhecido é “Saber Ver a Arquitetura”, traduzido em 21 idiomas.

Bruno Zevi – arquiteto, crítico e historiador – Seu nome representa um marco fundamental na formação de gerações de arquitetos, a partir da segunda guerra mundial.

Bruno Zevi nunca escondeu seu judaísmo. Como homem de esquerda não escravizado pelos convencionalismos de opinião que caracterizaram grande parte das esquerdas antes e depois do desmantelamento da União Soviética, sempre defendeu o Judaísmo perante as arbitrariedades que o atacavam: arbitrariedades do Estado, da Igreja, das ideologias servis, da superstição e do preconceito. E nunca negou seu apoio ao Sionismo, declarando aberta e entusiasticamente sua admiração pelos feitos e realizações de Israel, por sua cultura nascente, por seus sucessos científicos e tecnológicos ou sociais e humanos.

Um aspecto original desta sua característica são os estudos que fez ao redor da contribuição judaica para a arte (e em especial a arquitetura) do século XX. Aqui ele demonstra mais uma vez sua extraordinária vitalidade de observação e de pensamento, identificando fatores eminentemente judaicos na produção de artistas cujo impacto sobre a cultura ocidental moderna é poderoso e importante.

E diferenciando-se da atitude clássica ou da tradição helenística do legado ocidental, ele sublinha o aspecto antiestático, dinâmico e contestador desses fatores. Ou então sua colocação em esferas de inspiração mística, extraterrena (conforme convém a uma cultura errante, alheia a divindades ancoradas em lugares e ordens hierárquicas definidas e absolutas, tanto no plano físico-visual como no teórico-espiritual).

Daí o enfoque especial que Zevi dá ao expressionismo ou a manifestações de marcado teor judaico na colocação figurativa e na caracterização do espaço arquitetônico.

 

Zevi enxerga então um contraste de valores entre, por exemplo, os arquitetos do Racionalismo europeu como Gropius, Mies Van der Rohe e outros de sua linha, e Erich Mendelsohn, expoente máximo do expressionismo na arquitetura. Zevi, que foi o grande propagador da arquitetura de Frank Lloyd Wright, considera Mendelsohn como um paralelo europeu do gênio americano – sacrificado e não de todo realizado em sua criatividade apenas devido às vicissitudes de judeu, que o impeliram a buscar campo de atividade em 3 continentes, sem chegar a lançar raízes profundas em nenhum dos três: na Europa, onde figura como um pioneiro solitário e sui generis do Movimento Moderno; em Israel (então Palestina mandatária) onde suas obras são até hoje um documento de visão autêntica e não comprometida por modismos, do projeto no ambiente físico local; e na América, onde realiza obras para a comunidade judaica, sem conseguir a mesma penetração na esfera do trabalho profissional, nem o mesmo grau de intensidade expressiva das duas experiências anteriores.

Bruno Zevi, na riqueza e exuberância de sua argumentação sensível e erudita, leva suas concepções filosóficas e estéticas a posições que podem confundir o observador menos familiarizado com sua linguagem, deixando-lhe a impressão que seu juízo sobre arte e arquitetura seja às vezes unilateral e dogmático: é o caso de sua contrariedade de princípio a todo tipo de simetria, que considera um símbolo de absolutismo e opressão; é o caso de sua entusiástica ampla subscrição da atual tendência do deconstrutivismo – que no seu entender encerra “por definição” as qualidades de anseio de liberdade e negação de monolitismo próprias do judaísmo: tanto assim que aponta toda uma série de arquitetos judeus contemporâneos como os portadores da única mensagem válida para a arquitetura de hoje: Frank Gehry, Daniel Libeskind, Zvi Hecker.

 

Bruno Zevi morreu em 9 de janeiro de 2000, aos 81 anos, em Roma, vítima de uma epidemia de gripe que já atingiu mais de 2 milhões de italianos.

 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1101200023 – FOLHA DE S.PAULO – COTIDIANO – das agências internacionais – 11 de Janeiro de 2000)

(Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/02.016/3214 – 016.05 – Ano 02 –Arquitetura e judaísmo: Mendelsohn – Vittorio Corinaldi – Abr. 2003)

 

 

 

 

 

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