Bruce Lee, o rei das artes marciais, astro de kung fu e um ícone internacional.

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Bruce Lee (São Francisco, 27 de novembro de 1940 – Kowloon Tong, 20 de julho de 1973), o rei das artes marciais, astro de kung fu e um ícone internacional.

O NASCIMENTO DO DRAGÃO – Bruce Lee nasceu em São Francisco na hora do dragão da tradição chinesa, entre as 6 e 8 da manhã, também no ano do dragão, 1940. A combinação é auspiciosa para a astrologia do país, indicativa de uma vida poderosa e de forte impacto. Na imagem, estátua de Bruce Lee em Hong Kong.

A MORTE PRECOCE – Bruce Lee morreu aos 32 anos no dia 20 de julho de 1973 em Hong Kong por um edema cerebral atribuído à reação alérgica a um analgésico. Ele protagonizou apenas cinco filmes de kung fu, mas impactou o cinema de ação, filosofia e artes marciais. Seu corpo foi levado a Seattle, nos EUA

AS PRIMEIRAS ATUAÇÕES – Bruce Lee se envolveu cedo com o cenário de cinema de Hong Kong devido a seu pai, um ator cinematográfico e da ópera chinesa. Aos 18 anos ele já havia feito pequenos papéis em mais de 20 filmes.

O KATO – A estreia de Bruce Lee em Hollywood aconteceu no seriado “O Besouro Verde”, de 1966, no qual interpretou Kato, após ser descoberto pelos produtores em um torneio de caratê. Ele deveria ser apenas um ajudante do herói, mas roubou completamente a cena com seu golpes ágeis, que faziam o ator principal Van Williams parecer um ancião.

O MATADOR DE ESTERIÓTIPOS – Antes de Bruce Lee, asiáticos eram representados no cinema apenas como serviçais, palhaços ou vilões; e ainda por homens brancos caracterizados, como Mickey Rooney em “Bonequinha de Luxo” ou Christopher Lee como Fu Manchu. Lee redefiniu a imagem dos asiáticos no cinema, trazendo um herói que se tornou também ídolo de outras minorias urbanas, como negros e latinos.

AS LUTAS NAS RUAS NA JUVENTUDE – Hong Kong nos anos 1950 estava tomada por imigrantes fugindo da revolução chinesa, com grande desemprego e violência de gangues nas ruas. Bruce Lee se envolveu em diversas brigas de rua, inclusive contra o filho de um integrante das tríades, a máfia chinesa. Isso que fez com que seus pais resolvessem enviar o filho esquentado para a Califórnia. Na imagem, Bruce Lee praticando com um de seus alunos.

“O DRAGÃO CHINÊS” – De 1971, o filme que estourou Bruce Lee na Ásia é mais conhecido pelo título “The Big Boss”. O longa que tratava das condições da comunidade chinesa na Tailândia ressoou no público de Hong Kong, que, ainda sob domínio inglês, buscava uma identidade cultural nos anos 1970.

AS LUTAS NAS TELAS – Tradicionalmente, o cinema de ação de Hong Kong retratava mais lutas de armas brancas como espadas e lanças. O dinamismo brutal de Bruce Lee mudou como o combate desarmado aparecia nas telonas, primeiro na Ásia e depois em Hollywood.

AS LUTAS FORA DAS TELAS – Bruce Lee se tornou conhecido pelo combate dentro e fora das telas. Conforme seu sucesso cresceu, se tornou cada vez mais comum extras e figurantes o desafiarem para lutas reais nos sets batendo os pés. Desafios que ele aceitava prontamente.

A VELOCIDADE ALÉM DAS CÂMERAS – A velocidade de Bruce Lee era lendária. Os produtores de “Besouro Verde” precisaram pedir que ele golpeasse mais devagar, porque as câmeras da época não conseguiam registrar seus movimentos. Um ex-aluno garante que ele podia golpear e voltar para uma posição de descanso antes da “vítima” esboçar uma defesa. Muito da realidade se misturou com mitos, mas reza a lenda que ele conseguia jogar um grão de arroz no ar e pegá-lo com pauzinhos.

A FORÇA – Antes mesmo de fazer sucesso, Bruce Lee já impressionava em demonstrações de artes marciais com sua “flexão de dois dedos”, que é bem isso que o nome sugere. Ele também criou sacos de pugilismo personalizados, já que os tradicionais não resistiam muito tempo a seus golpes.

O SOCO DE UMA POLEGADA – Que astro de artes marciais está completo sem um golpe patenteado? Outra demonstração popular de Bruce Lee em campeonatos e exibições era um soco de apenas uma polegada capaz de derrubar uma pessoa.

“A FÚRIA DO DRAGÃO” – Filme de 1972 que coloca o kung fu chinês de Bruce Lee contra um dojo lotado de caratecas japoneses. Um tema poderoso para Bruce Lee, que ainda tinha memórias da ocupação japonesa da Segunda Guerra, assim como para o restante do povo chinês.

O DANÇARINO – Como a leveza dos pés de Bruce Lee já podia indicar nas lutas, ele também era um exímio dançarino. Em 1958 ele venceu o campeonato de chá-chá-chá de Hong Kong. Ele mantinha na época um caderno com 108 passos anotados do estilo de dança.

O FILÓSOFO – O ator se formou em filosofia pela Universidade de Washington, e desenvolveu seus próprios pensamentos com influências do budismo e do taoísmo. É uma filosofia direta, que enfatiza o autoconhecimento e simplicidade, além da tradição chinesa de que a sabedoria engloba tanto o físico quanto o mental. A flexibilidade de sua filosofia faz com que ela possa ser utilizada em qualquer forma de expressão humana, sendo citada como influência de rappers a cineastas.

O JEET KUNE DO – O estilo de luta sem formas fixas idealizado por Bruce Lee, que foi feito em contraponto à falta de flexibilidade das artes marciais convencionais. O jeet kune do tem a proposta de retirar vícios dos alunos, mais do que ensinar golpes, e bases. O pensamento de Bruce Lee foi organizado postumamente no livro “O Tao do Jeet Kune Do” (Conrad).

O FERIMENTO – Em uma manhã de 1970 Bruce Lee pegou sua barra de 75 kg para os exercícios matinais e feriu gravemente sua coluna. Ele ficou seis meses de cama – período no qual escreveu grande parte de seus pensamentos. Os médicos disseram que ele nunca mais lutaria kung fu, mas o astro conseguiu se recuperar, mesmo que tivesse dores crônicas até o final de sua vida.

“O VOO DO DRAGÃO” – É difícil imaginar algo mais épico que Bruce Lee enfrentando Chuck Norris dentro do coliseu de Roma. Pois é isso que traz a conclusão desse clássico de 1972. Já um astro estabelecido, Bruce Lee pôde escrever, dirigir e produzir o filme.

O CINEASTA – Não apenas no aspecto físico Bruce Lee revolucionou o cinema de ação. Ele também aplicou em seus longas técnicas cinematográficas de enquadramento, fotografia e edição para tornar memoráveis suas cenas de ação. A ação de grande velocidade entrecortada com pausas e closes se tornou sua marca registrada.

O NUNCHAKU – O nunchaku, dois pequenos bastões unidos por uma corrente ou corda, se tornou a arma mais icônica de Bruce Lee, manuseado com destreza pelo astro em diversos de seus filmes.

O PAI DAS ARTES MARCIAIS MISTAS – Foi assim que Dana White, presidente do Ultimate Fighting Championship (UFC), definiu Bruce Lee. “Para Bruce Lee o melhor estilo era não ter estilo. Pegue o que funciona de cada disciplina e jogue o resto fora. Ele foi o pai do MMA”.

O PROFESSOR – Bruce Lee se manteve durante a faculdade dando aulas de kung fu e em 1963 fundou uma escola na chinatown de Seattle. Ele se expandiu para outra escola e considerava criar uma franquia quando sua carreira no TV e cinema deslanchou. Ele daria aulas para atores famosos como Steve McQueen, James Coburn, Stirling Silliphant, Sy Weintraub, Ted Ashley, Joe Hyams e James Garner.

A COMPANHEIRA – Uma de suas alunas em 1963 era a estudante Linda Emery, que já conhecia Bruce de palestras sobre filosofia chinesa que ele ministrava a alunos do ensino médio. Eles se casaram no ano seguinte e tiveram dois filhos Brandon e Shannon Lee.

A LUTA CONTRA A TRADIÇÃO – Bruce Lee lutou literalmente contra a tradição das artes marciais. Em 1964 professores de kung fu de São Francisco o desafiaram para que ele parasse de ensinar a arte marcial a não-chineses. Bruce Lee venceu a luta em três minutos, mas não gostou do ocorrido. Considerou três minutos um tempo inaceitável para ter ganhado, o que o levou ao desenvolvimento do jeet kune do.

“OPERAÇÃO DRAGÃO” – Um dos primeiros filmes de artes marciais em inglês, o primeiro com apelo de massa. Idealizado como uma mistura de James Bond com kung fu de Bruce Lee, o único filme hollywoodiano de Bruce Lee foi lançado pouco após a morte do astro e se tornou um fenômeno.

O POPULARIZADOR DAS ARTES MARCIAIS – O lançamento de “Operação Dragão” levou a uma febre de artes marciais, em particular um estilo que no cantonês era conhecido como Gung Fu. Da noite para o dia academias pipocaram em cidadezinhas do interior dos EUA, com alunos que iam de crianças a donas de casa.

O AUTODIDATA – Bruce Lee era um autodidata nato. Chegou a manter uma bliblioteca pessoal de mais de 2 mil livros de temas diversos como filosofia, história da arte, nutrição e, claro, artes marciais.

A NUTRIÇÃO – Ávido leitor de livros de nutrição, Bruce Lee desenvolvia e testava nele mesmo suplementos de proteínas e combinações de vitaminas em uma época em que esse tipo de produto não era difundido em lojas. Ele chegou a assustar colegas de Hong Kong misturando carne, leite e ovos no liquidificador e tomando tudo em seguida.

O POETA – Bruce Lee também deixou poemas próprios em verso livre e tradução de poemas chineses em sua obra inacabada e fragmentada.

O MESTRE – Bruce Lee era um garoto de 13 anos de saúde frágil quando começou seu treinamento com seu mestre Yip Man, professor do estilo Wing Chun de kung fu. Bruce treinou com ele até deixar Hong Kong aos 18 anos, e o reverenciou como sábio pelo resto da vida.

O TREINAMENTO – Bruce Lee estava sempre atento para o efeito do treinamento em seu corpo. Ele desenvolveu equipamentos customizados e princípios utilizados até hoje no fisiculturismo.

O LEGADO NA CULTURA POP – Como herói de minoria, Bruce Lee ajudou a moldar a cultura pop dos EUA, influenciando o hip hop, o rap e o cinema de blacksploitation. Ele foi considerado pela Time Magazine como uma das 100 pessoas mais influentes do século 20. Na imagem, Bruce Lee em “O Jogo da Morte” e o mesmo figurino em Uma Thurman em “Kill Bill”, uma homenagem do diretor Quentin Tarantino.

O “KUNG FU MELODRAMÁTICO” – Os gritos e as caras se tornaram a marca registrada de Bruce Lee nos cinemas, gerando uma onda de um subgênero conhecido pelos fãs como “kung fu melodramático”.

“JOGO DA MORTE” – Filme lançado em 1978, no qual Bruce Lee trabalhava quando morreu em 1973. “Jogo da Morte” foi marcante pela roupa amarela do ator e as icônicas lutas contra oponentes de diversos estilos, com destaque para um embate contra o “gigante” do basquete Kareem Abdul-Jabbar.

O JOGO DEPOIS DA MORTE – “Jogo da Morte” também é lembrado por motivos menos nobres que as cenas de luta. Os produtores de Hong Kong gravaram trechos extras com dublês e remendaram uma história para conseguir lançar o filme. Alguns dos “efeitos especiais” chegam a ser inadvertidamente cômicos, como uma foto de Bruce Lee grudada no espelho com o dublê atrás.

A ATUAÇÃO PÓSTUMA – Além dos “clones” mal feitos, o cadáver de Bruce Lee atuou em “Jogo da Morte”. Os produtores usaram imagens reais de seu funeral no longa para dizer que o personagem havia fingido a própria morte. Na imagem, os atores Steve McQueen e James Coburn carregam o caixão de Bruce Lee.

O “BRUCEPLOITATION” – A morte de Bruce Lee no auge do sucesso fez com que gerasse todo um gênero cinematográfico de chineses magros, descamisados dando gritinhos agudos enquanto lutam, que ficou conhecido informalmente como “Bruceploitation”.

OS CLONES DOS GAMES – Repare também como até hoje nove em cada dez séries de videogames de luta tem um “clone” do ator em seu roll de combatentes. Alguns exemplos marcantes são Fei Long (“Street Fighter”), Marshall Law (“Tekken”), Liu Kang (“Mortal Kombat”) e Jann Lee (“Dead or Alive”).

O FILHO – Brandon Lee começou a seguir os passos do pai no cinema de ação, mas morreu em 1993 durante as filmagens de “O Corvo”. Ele foi baleado por um arma que era para estar carregada com festim, o que só aumentou as especulações sobre uma maldição na família.

A MALDIÇÃO – Bruce Lee era considerado um dos homens mais saudáveis do planeta e estava no auge de sua forma física quando morreu. As circunstâncias misteriosas de sua morte levaram a eclosão de toda espécie de teoria da conspiração pelos tabloides de Hong Kong, de assassinatos pelas tríades à suposta maldição na família Lee. A maldição foi representada por um fantasma vestido de samurai no filme “Dragão – A História de Bruce Lee”, estrelado por Jason Scott Lee.

(Fonte: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2013/07/11 – Há 40 anos morria Bruce Lee; entenda em 40 “golpes” o rei das artes marciais/ Johnson Lau – 19 de julho de 2013)

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