BRASIL PESQUISAINTENÇÕES DE VOTO HÁ MEIO SÉCULO IBOPE FOI PIONEIRO NAS SONDAGENS

0
Powered by Rock Convert

Faz pouco mais de meio século que os candidatos a cargos políticos passaram a ouvir a voz do povo. Foi em 1945 que o Ibope, o pioneiro na realização de pesquisas científicas no Brasil, realizou o seu primeiro levantamento sobre intenções de voto. Ouviu eleitores de São Paulo, homens e mulheres, quatro dias antes da eleição. Concluiu que o povo não votava em partidos. Para a Presidência da República, escolhia um certo candidato. Para o governo do Estado, um cidadão de outro partido. Os únicos fiéis à legenda eram os simpatizantes do Partido Comunista.

O Ibope fazia pesquisas sobre audiência de rádio desde sua fundação, em 1942, mas só em 1945, com o fim do Estado Novo, foi se ocupar das intenções de voto. Antes disso, o Brasil já conhecia pesquisas eleitorais, mas todas eram feitas na base da enquete, quase não empregavam critérios científicos e não tinham maior repercussão.

– As pesquisas foram se tornando um instrumento imprescindível à medida que confirmavam suas previsões. No começo, todo mundo duvidava do que anunciavam – conta a pesquisadora mineira Silvana Gontijo, autora do livro A Voz do Povo, o Ibope do Brasil.

A consagração das pesquisas eleitorais veio em 1989, durante a sucessão presidencial. O fim da ditadura militar e a volta do sistema pluripartidário emprestaram novo fôlego aos levantamentos. Ao Ibope, foram se juntando o Instituto Gallup, o Datafolha, o Vox Populi e o Brasmarket. A Lei Eleitoral passou a regulamentar a realização e a divulgação de pesquisas. Os métodos não se alteraram na essência – permanece o questionário oral –, mas a informatização sofisticou as tabulações de dados.

A professora Maria Lúcia Moritz, do Departamento de Ciências Políticas da UFRGS, especialista em eleições, não conhece estudos que meçam a influência das pesquisas sobre os eleitores. Ela acredita que apenas eleitores indecisos se deixam levar pelos números dos institutos.

– Dificilmente alguém vai mudar de candidato. As pesquisas influenciam mais a conjuntura eleitoral, os financiamentos de campanha. Se um candidato vai mal, a fonte tende a secar.
fonte: Agência RBS de notícias

Powered by Rock Convert
Share.