Boris Yeltsin, ex-presidente da Rússia. Primeiro a presidir a Federação Russa, em 1991

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Morreu ex-presidente russo Boris Yeltsin

O ex-presidente da Rússia Boris Yeltsin morreu ontem, aos 76 anos, de insuficiência cardíaca.
Ele estava internado em um hospital em Moscou. Primeiro a presidir a Federação Russa, em 1991, após o fim da União Soviética, Yeltsin prometeu governar pela democracia, mas encerrou sua gestão, que duraria dois mandatos, de forma tão totalitária quanto a dinastia comunista. Depois de entrar para a história como o primeiro presidente russo eleito democraticamente,
ficou marcado por ter sido o único a deixar o cargo por vontade própria, em 1999, em meio ao fracasso dos seus programas econômicos.
A biografia do ex-presidente que só entrou para a política aos 37 anos teve como destaque sua luta pelo fim do regime soviético; porém, também incluiu atos extravagantes e uma reputação questionável. Yeltsin é lembrado por ter escalado um tanque para evitar um golpe de Estado e, ao mesmo tempo, pelos freqüentes flagrantes de abuso de álcool. No comando do país, libertou a maioria das repúblicas soviéticas, instituindo 15 novas nações. No entanto, decidiu invadir a Chechênia quando rebeldes reivindicavam o mesmo direito separatista. Na sua administração, os russos conviveram com a violência e a atividade da máfia, com a alta das taxas de mortalidade e de suicídio, com o desemprego e a inflação, e enfrentaram um ataque especulativo que levou o país à ruína em 1998. Yeltsin renunciou em 1999, meses antes do final do mandato, e deixou como sucessor o então primeiro-ministro Vladimir Putin, exchefe da KGB (serviço secreto). Em Brasília, o presidente Lula elogiou a atuação de Yeltsin no poder, em
mensagem enviada a Putin.

Ingresso na história em cima de um tanque

Moscou — Em 19 de agosto de 1991, Boris Yeltsin entrou para a história através de uma imagem que marcará para sempre os russos: em cima de um tanque de guerra, discursando para milhares de pessoas diante do parlamento, com o intuito de barrar o caminho de golpistas.
Apesar de ter iniciado sua carreira política nos anos 60 – como encarregado do escritório do Partido Comunista soviético, que largou em 1990 –, é no papel do herói da Rússia que evitou uma tentativa de golpe de Estado que Yeltsin passa a chamar atenção para uma trajetória cheia de contradições.

Em 1992, após a renúncia de Mikhail Gorbachev, Yeltsin lança um programa ambicioso de reformas de mercado, com controles de preços e privatização de setores-chave da economia. No ano seguinte, ele dissolve o parlamento, provocando rebelião de deputados da oposição. Sua resposta foi o bombardeio do Legislativo, onde os deputados se refugiavam.
Num capítulo ainda mais violento de sua história, em 1994, ele ordena que tropas russas invadam a República da Chechênia, iniciando um conflito que deixou milhares de mortos. Em 1997, um Yeltsin mais pacífico assina tratado com países da Otan, no qual a Rússia aceita a ampliação da Aliança Atlântica para o Leste. Um ano depois, nova fase impopular, com a crise financeira, que baixou o padrão de vida da população russa e gerou denúncias de corrupção no governo. Em 1999, dois meses após o início de um novo conflito com a Chechênia, Yeltsin renuncia em 31 de dezembro.
Mundo reverencia a figura de Yeltsin
Governantes prestam tributo ao líder falecido por seu papel na defesa da democracia russa após a URSS

Paris – O ex-presidente russo Boris Yeltsin, que morreu ontem de ataque cardíaco aos 76 anos, foi lembrado pelos principais líderes mundiais nesta segunda-feira como um reformista histórico, apesar de seu conturbado legado final e de seu nada ortodoxo estilo de vida, que teria
contribuído para debilitar sua saúde e, por fim, levá-lo à morte. Em sua biografia, lançada em 2000, ele admitiu que em alguns momentos de seu mandato agiu sob a influência do álcool.
O último presidente soviético, Mikhail Gorbachev, esteve entre os primeiros a expressar condolências pela morte daquele que foi seu adversário político. “Sobre suas costas recaíram grandes méritos frente ao país, mas também graves erros”, reconheceu Gorbachev. Para o presidente russo, Vladimir Putin, herdeiro político de Yeltsin, uma nova Rússia democrática nasceu graças a seu antecessor. Em Washington, o presidente norte-americano, George W. Bush, qualificou Yeltsin de “figura histórica”, destacando que ele ajudou a ancorar a democracia em seu país, além de criar laços calorosos com os Estados Unidos.

Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse que o ex-presidente da Rússia foi “um homem particularmante notável em um momento crucial da história russa e mundial”.
Os ex-primeiros-ministros conservadores britânicos Margaret Thatcher e John Major, que
chefiaram o país entre 1979 e 1997, lembraram do declínio e da queda União Soviética, bem como a emergência de uma nova Rússia. “Ele merece ser homenageado como um libertador e um patriota”, afirmou Thatcher. Major, sucessor da dama-de-ferro e primeiro-ministro na época em que Yeltsin desafiou e frustrou a tentativa de golpe de Estado de oficiais do Exército ligados ao Partido Comunista contra Gorbachev, em 1991, se referiu a ele como “homem de grande coragem”.

(Fonte: Correio do Povo – ANO 112 – N° 206 – Nacional/Internacional – terça-feira, 24 de abril de 2007 – Pág; 6)

Em 23 de abril de 2007 – O ex-presidente russo Boris Nikoláievitch Iéltsin morreu de ataque cardíaco. Iéltsin foi o primeiro presidente a ocupar o cargo depois do fim da União Soviética.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 23 de abril)

Em 3 de julho de 1996 – Boris Yeltsin foi reeleito presidente da Rússia. Ele foi o primeiro governante eleito depois da dissolução da União Soviética.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 3 de julho)

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