Bartolomeu Campos de Queirós, foi autor de mais de quatro dezenas de livros, quase todos para crianças

Queirós escreveu mais de 40 livros.

 

Bartolomeu Campos de Queirós (Papagaios, 25 de agosto de 1944 – Belo Horizonte, 16 de janeiro de 2012), escritor mineiro, autor de mais de quatro dezenas de livros, quase todos para crianças e adolescentes.

Mineiro da cidade de Papagaios, Região Central de Minas Gerais, Queirós ocupava a Cadeira 26 na Academia Mineira de Letras (AML).

Bartolomeu publicou mais de 40 livros, sendo alguns deles traduzidos para o inglês, espanhol e dinamarquês. Estudioso da filosofia e da estética, utilizou a arte como parte integrante do processo educativo. Cursou o Instituto de Pedagogia em Paris e participou de importantes projetos de leitura no Brasil, como o ProLer e o Biblioteca Nacional, dando conferências e seminários para professores de leitura e literatura. Foi presidente da Fundação Clóvis Salgado e membro do Conselho Estadual de Cultura.

Mestre e crítico de arte, Queirós trabalhou em diversos projetos de incentivo à leitura patrocinados pela Biblioteca Nacional e pelo governo de Minas Gerais. Estreou na literatura em 1974 com “O Peixe e o Pássaro” e se dedicou principalmente à literatura infanto-juvenil. Seu trabalho mais recente é o autobiográfico “Vermelho Amargo”, lançado em 2011.

Um dos mais premiados escritores mineiros dos últimos tempos, Bartolomeu foi agraciado com o Prêmio Cidade de Belo Horizonte; Prêmio Jabuti; Selo de Ouro, da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil; Diploma de Honra da IBBY, de Londres; Premio Rosa Blanca (Cuba); Quatrième Octagonal (França); Prêmio Nestlé de Literatura; Prêmio Academia Brasileira de Letras, entre muitos outros.

Em 37 anos de carreira, ganhou prêmios de prestígio no Brasil e no Exterior, como o Jabuti, maior condecoração literária do país, o 4º Prêmio Ibero-Americano SM de Literatura Infantil e Juvenil, que venceu em 2008 por unanimidade.

Em 2010, foi finalista do Hans Christian Andersen, tido como o Nobel da literatura infantil. Mais importante que isso talvez seja sua militância na formação de professores e na criação de programas de incentivo à leitura. Era também presença constante em feiras de livro, onde falava com educadores, pais e seus leitores.

Campos de Queirós morreu em 16 de janeiro de 2012, em Belo Horizonte. Aos 66 anos, ele sofria de problemas nos rins e fazia hemodiálise regularmente. O escritor era solteiro e não deixa filhos.

– Ele era um profissional admirável, íntegro e um dos grandes autores da literatura infantil do país. Sua obra tem uma linguagem poética rara de se encontrar – diz Ana Maria Machado, presidente da Academia Brasileira de Letras.

Isis Valéria, presidente da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, diz que a maturidade da obra supera em muito o conceito de olhar profundo:

– Bartolomeu foi um grande amigo do livro e não escrevia por escrever. Ele tinha uma mensagem para passar e muito respeito por seu leitor.

(Fonte: www.zerohora.clicrbs.com.br/rs/memoria – ANO 48 – 17 de janeiro de 2012)