Powered by Rock ConvertO primeiro ser humano a receber um coração artificial em caráter definitivo
Barney B. Clark, dentista americano, o primeiro homem a receber um coração artificial permanente. Desde o dia 2 de dezembro, quando se tornou o primeiro ser humano a receber um coração artificial em caráter definitivo, o dentista americano Barney B. Clark, 62 anos, seus familiares e os médicos que o operavam no hospital da Universidade de Utah, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, sabiam que a morte próxima era um desfecho esperado para a experiência. Ainda assim, quando Clark faleceu, na noite de quarta-feira – 112 dias, 2 688 horas e 12 912 400 batidas cardíacas depois -, a notícia foi quase uma surpresa.
O coração artificial não teria sido um dos fatores letais. Tanto assim que o órgão mecânico continuou a bater regularmente mesmo depois de constatada a morte cerebral, tendo de ser desligado. “É preciso muito mais que um coração para manter uma pessoa viva”, pondera o cardiologista William DeVries, chefe da equipe que operou Clark. DeVries defende que a experiência foi de qualquer forma um sucesso, e pretende dar continuidade aos transplantes. E o médico Frank Altieri, vice-diretor do Instituto do Coração, órgão de pesquisass governamental, é de opinião semelhante. “O fato de Barney Clark ter vivido tanto tempo permitiu que a equipe aprendesse muito com a experiência”, diz ele. Altieri nota que foram evitados alguns dos problemas mais temidos antes do implante, como entupimento de válvulas por coágulos e infecção no canal aberto no corpo de Clark para passagens de tubos de equipamento, bem como a equipe de Utah teria colecionado preciosas noções sobre o funcionamento do sistema circulatório como um todo. Clark morreu no dia 24 de março de 1983, aos 62 anos, de colapso respiratório, em Salt Lake City, Estados Unidos.
(Fonte: Veja, 30 de março, 1983 Edição n° 760 Datas Pág; 105 – Medicina – Pág; 68)
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