Armando Albuquerque, compositor gaúcho, pioneiro da música nova no Brasil.

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Pioneiro da música nova no Brasil

Armando Albuquerque (Porto Alegre, 29 de junho de 1901 – Porto Alegre, 16 de março de 1986), compositor gaúcho, pioneiro da música nova no Brasil. Compositor, Violinista, Pianista, Professor, Arranjador e Musicólogo.

Estudou violino com Oscar Simm, no Conservatório de Música do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, onde concluiu o curso em 1923. Em 1924, estudou harmonia com J. Schwartz Filho. Só se tornou conhecido na década de 1970, quando obras antigas como Pathé Baby, chopp, Moto non Perpetuum foram relacionadas com a produção contemporânea de Kurt Weil. Estudou e ensinou em Porto Alegre, e sua linguagem contemporânea não exclui a impregnação local, que o torna representativo de seu Estado. Produziu boa música de câmara e obras orquestrais como Evocação (em memória de Augusto Meyer).

Desde os seus anos de formação, Armando Amorim Albuquerque compositor riograndense manteve uma estreita relação com a poesia modernista rio-grandense, retirando dela o impetus para as suas composições. Repetidas vezes ele mesmo relatou como os seus contatos com o poeta Augusto Meyer e as discussões que ambos travaram sobre poesia e música exerceram influência direta sobre as suas primeiras obras. Assim, as suas peças epigramáticas para piano do “estilo trepidante”, compostas nos anos 1920, refletem implicitamente os princípios do Modernismo local, formulados em primeiro plano na poesia de Meyer. No entanto, a partir da composião de Clic-clic (Comadre r.) sobre versos de Augusto Meyer, em setembro de 1940, a poesia modernista sul-riograndense deixa de ser uma fonte implícita na sua obra e se transforma em presença explícita (CHAVES, 2001b). Naquele momento a canção para voz e piano, gênero nunca antes explorado por Albuquerque, assume posição central e quase exclusiva em seu repertório, reorientando seu percurso composicional porto-alegrenses: Aldo Obino, crítico de arte do jornal “Correio do Povo”, e Armando Câmara, jurista renomado.

O primeiro dissuade o compositor de perseguir carreira nas artes visuais, alertando-o para o longo caminho que teria de ser percorrido até a consolidação de uma obra pictúrica sólida, ainda mais tratando-se de artista já com certa idade; o segundo devolve a atenção do compositor, música, presenteando-o com Poemas de minha cidade de Athos Damasceno e instigando-o a colocar em música aqueles poemas que lhe pareciam excepcionalmente sonoros.

Foi o que Albuquerque fez, acrescentando aos poemas de Damasceno os de Augusto Meyer que eram seus conhecidos desde o final dos anos 1920. Os livros iniciais de Augusto Meyer (Porto Alegre, 1902 – Rio de Janeiro, 1970), Coração verde e Giraluz, dos quais Albuquerque retira os poemas que musicou, está o impregnados [de uma]tonalidade impressionista, de efeitos éticos e acústicos e da interpretação dos sentidos. Noção casual, portanto, que tantas poesias de Meyer fossem um convite é ilustração como também a serem musicadas, pois incorporam no poema uma musicalidade em tudo pressentida (CARVALHAL, 1987, p.16). Desse poeta, Albuquerque musicou Clic-clic (Comadre r.) (1940), Oração da estrela boieira (1943) (também musicada por Radam.s Gnatalli), Sapo (1944/48), Ar (1947), Lua boa (1947), îrbita (1947) e, na década seguinte, a coletânea Sorriso Interior (1956).

(Fonte: Veja, 15 de setembro de 1976 – Edição n° 419 – Música – Pág; 80/81)
(Fonte: www.musica.ufmg.br – www.dicionariompb.com.br)

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