Antônio Paulo da Fontoura, vice-presidente da República Rio-Grandense, foi um dos líderes da Revolução Farroupilha

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Antônio Paulo da Fontoura (? – Alegrete, 3 de fevereiro de 1843), vice-presidente da República Rio-Grandense, foi um dos líderes da Revolução Farroupilha

Eleito vice-presidente quando da proclamação da República Rio-Grandense. Participava da Assembleia Constituinte da República Rio-grandense, líder do Partido da Minoria, da oposição, quando foi assassinado no Alegrete, alvejado da janela de uma casa por um desconhecido. Paulino defendia o estabelecimento de uma Assembleia Constituinte, o que o indispôs com Bento Gonçalves da Silva. Sua morte originou a cisão entre Vicente da Fontoura, seu irmão, Onofre Pires e Bento Gonçalves, que teve como desfecho o duelo entre os últimos. Tal duelo resultou na morte de Onofre Pires. Outra versão é que o tiro seria causado por questões passionais.

Paulino da Fontoura foi assassinado em 3 de fevereiro de 1843, com um tiro, em Alegrete, município da Fronteira Oeste. Alegrete era a terceira capital da República Rio-Grandense – antes a sede fora em Piratini e Caçapava do Sul. Realizara uma Assembleia Constituinte, para fixar as leis que regeriam a nação recém-emancipada do Império do Brasil.

Naquele momento, uma facção de deputados se insurgiu contra o chefe máximo dos farrapos, Bento Gonçalves, acusando-o de tirano e cúmplice de atos de corrupção. O clima político no Alegrete estava envenenado. Exaustos e em minoria, os farroupilhas não conseguiam deter a ofensiva imperial, comandada por Luís Alves de Lima e Silva (futuro Duque de Caxias), enviado à província para sufocar a guerra de secessão.

Os legalistas já somavam 20 mil homens, enquanto os rebelados tinham pouco mais de mil combatentes em condições. Ao final da revolução, prevaleciam as intrigas e as traições. Houve quem insinuasse que Bento Gonçalves era o mandante do homicídio, porque era hostilizado politicamente por Paulino.

A versão mais plausível, no entanto, é de que o vice-presidente fora vítima de um marido ciumento, pois se encontrava secretamente com certa dama casada.

Nunca se descobriu quem disparou o tiro de pistola contra Paulino, na calada da noite, da janela do casarão que existia na Rua Vasco Alves. O vice-presidente morreu 10 dias depois e foi enterrado em 14 de fevereiro, como ficou registrado no livro de óbitos, disponível no Centro de Pesquisa e Documentação do Alegrete.

O assassínio jamais foi esclarecido. As conturbações que se seguiram ao crime foram chamadas de “Mazorca do Alegrete”, em referência aos tumultos que ocorreram na Argentina um pouco antes (1839-1840), quando uma fracassada tentativa de depor o ditador Juan Manuel de Rosas desencadeou uma ona de violência. Em Buenos Aires, os mazorqueiros de Rosas não respeitavam os bens, a propriedade  e a honra dos adversários.

Em Alegrete, havia um conflito acentuado entre grupos rivais, que teve consequênciaa à revolução.

 

CURIOSIDADE: Os farroupilhas não preferiam armas de fogo nos combates. Ficou célebre a frase do coronel Antônio de Souza Netto, em 1836, ao liderar um ataque contra a força imperial de João da Silva Tavares.

Camaradas, não quero ouvir um só tiro! Seja a carga à espada e à lança! – bradou.

As tropas imperiais eram maiores, mas os rebeldes compensavam a desvantagem pelo conhecimento do pampa e pela facilidade de montar a cavalo. O instante mais temido pelos imperiais era a carga de cavalaria, anunciada pelo toque do clarim de “carregar! degolar!” 

 

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 17.875 – 19 de setembro de 2014 – SUA VIDA/ Por NILSON MARIANO – Pág: 34/35)

 

 

 

 

 

 

 

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