Antônio Lomanto Júnior, ex-governador da Bahia

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Antônio Lomanto Júnior (Jequié, em 29 de novembro de 1924 – Salvador, em 23 de novembro de 2015), ex-governador da Bahia.

Lomanto Júnior nasceu em Jequié, em novembro de 1924. Ele foi eleito governador da Bahia em 1962, aos 37 anos.

O ex-governador Lomanto Júnior (Foto: Divulgação)

O ex-governador
Lomanto Júnior (Foto: Divulgação)

Lomanto Júnior começou a carreira política em 1946, como vereador do município de Jequié. Em seguida, tornou-se prefeito da mesma cidade. Exerceu também os mandatos de deputado estadual, deputado federal e senador da República, entre 1979 a 1987. Encerrou a trajetória na política como prefeito de Jequié, no final dos anos 90.

 

No centro, de mãos cruzadas, Lomanto Júnior. À direita de Lomanto, o prefeito Ademar Vieira. Atrás de Lomanto, de óculos e bigodinho, o então promotor Manoel Pereira. O de óculos e bigode, lá atrás, é Urbano Cem Conto, e à direita, o Governador Régis Pacheco

 

Aliado ao Governador Otávio Mangabeira, elege-se prefeito pelo PL em 1950, servindo-se do cargo para atrair a atenção de políticos de expressão nacional – o que o colocou na proa do cenário estadual. Iniciou, para isto, uma campanha municipalista, pregando a reforma da Constituição – tendo presidido a “Associação Brasileira dos Municípios”.

Newton Pinto Araújo, nas eleições municipais de 1950, apoiou a candidatura do odontologista Antônio Lomanto Júnior, seu líder na Câmara de Vereadores. Lomanto venceu o candidato oposicionista Aníbal Brito. A gestão de Lomanto foi marcante. As obras mais importantes foram: a construção do Mercado Municipal da Praça da Bandeira; a encampação do serviço de água e a conclusão, em regime de convênio com o Estado, do primeiro pavilhão do Ginásio Público, hoje Instituto de Educação Régis Pacheco. Quando das demarches que antecederam a implantação do IERP, lideranças locais advogavam a compra, pelo Governo do Estado, do Sobrado dos Grillo para sede do futuro educandário. Anísio Teixeira, então Secretário Estadual de Educação, vetou a proposta, pois queria mais espaço, a fim de atender, no futuro, à construção de novos pavilhões. Confiado na palavra de Anísio, o então prefeito Newton Pinto comprou a Newton Costa Brito, pela importância de 60 contos de réis, o terreno necessário, doando-o ao Estado. Naquele temp0, o perímetro urbano da cidade terminava, praticamente, no final da Rua 15 de Novembro. Como era de esperar, as restrições e os protestos choveram de toda parte. Interpelado por Mangabeira, o governador, Anísio, segundo relato do velho Nestor Duarte, que assistiu ao diálogo, foi pragmático: “Eu iniciei, não faz muito tempo, no chamado Campo do América, que também fica longe do miolo da cidade, a construção do Centro de Saúde (na época, o secretário de Educação era também secretário de Saúde), e não houve celeuma. Esses vereadores pensam no hoje, eu penso no amanhã. Jequié é uma cidade em expansão. Mais cedo do que se espera, o perímetro urbano ultrapassará o local onde será edificado o ginásio, e um novo bairro irá surgir naquelas imediações. O ginásio ficará, então, perto do centro e com área disponível à construção, no futuro, de novos pavilhões”. Embora só conhecendo Jequié de passagem, o vaticínio de Anísio se concretizou plenamente.

Visitaram a cidade na sua gestão (1951-1955) o vice-presidente da República, João Café Filho, o jornalista proprietário dos “Diários Associados” Assis Chateaubriand e o governador de São Paulo Ademar de Barros. Chateaubriand para criar a “Ordem do Vaqueiro”, agraciando vultos nacionais, inclusive o presidente Getúlio Vargas, que recebeu a comenda no município de Cipó, quando da reinauguração do hotel balneário. Tudo registrado na revista “O Cruzeiro”, de Assis. Nas eleições presidenciais de 1954 os três candidatos realizaram comícios em Jequié, Juscelino Kubitscheck, do PSD, Juarez Távora, da UDN, e Ademar de Barros, do PSP. Sua gestão foi marcada ainda pelo apoio irrestrito do governador Régis Pacheco e do ministro da Educação, Ernesto Simões Filho.

Esta administração alavancou sua estatura política, de forma a eleger-se deputado estadual em 1954 e novamente prefeito em 1958 até fazê-lo pleitear a candidatura ao Governo, em 1962. Em Jequié sempre teve sua base eleitoral, fazendo do filho (Leur Lomanto) e do neto (Leur Lomanto Júnior) herdeiros desse legado.

Após o Regime Militar sua carreira desviou-se da oposição liberal, fazendo parte do grupo de lideranças que apoiaram a ditadura. Na ARENA passou a ser mais uma das lideranças sob o comando de Antônio Carlos Magalhães, elegendo-se deputado federal em 1970 pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), reeleito, pelo mesmo partido, em 1974 e eleito senador em 1978. Depois, com a redemocratização, integrando os quadros do PFL. Perdendo expressão estadual, volta na década de 90, a ocupar o cargo de prefeito em sua cidade, não mais exercendo cargos públicos.

Confira a  trajetória do político abaixo:

Cronologia dos cargos políticos de Lomanto Junior

Vereador – Jequié – 1947 a 1950
Prefeito – Jequié – 1951 a 1955
Deputado estadual – Bahia – 1955 a 1959
Prefeito – Jequié – 1959 a 1963
Governador – Bahia – 1963 a 1967
Deputado federal – 1971 a 1975
Deputado federal – 1975 a 1978
Senador – 1979 a 1987
Prefeito – Jequié – 1993 a 1996

Lomanto Júnior morreu em Salvador, em 23 de novembro de 2015, aos 90 anos, no Hospital Português, onde faleceu por insuficiência de múltiplos órgãos.

O político deixa cinco filhos, dez netos e dez bisnetos. Seguiram o caminho político de Lomanto Júnior, o filho, Leur Lomanto, que exerceu por sete vezes o mandato de deputado federal, e o neto, Leur Lomanto Junior, que é deputado na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

(Fonte: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/11 – BAHIA – Do G1 BA – 23/11/2015)

(Fonte: http://tabernadahistoriavc.com.br/lomanto-junior – Personalidades/ Por Luis Fernandes)

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