Ricardo Droher Rodrigues, engenheiro civil e físico, é considerado um dos pais do Sirius, superlaboratório brasileiro

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Cientista liderou construção do Sirius, superlaboratório brasileiro

O engenheiro e físico Ricardo Rodrigues é considerado um dos pais do Sirius, em Campinas (SP). Ele já havia liderado a construção da 1ª fonte de luz síncrotron do País.

 

Antonio Rodrigues, um dos pais do maior projeto científico do país

Físico liderava equipe responsável pelo desenvolvimento do acelerador de partículas Sirius

 

 

Antonio Ricardo Droher Rodrigues (Curitiba, 10 de novembro de 1951 – Campinas, 3 de janeiro de 2020), engenheiro civil e físico, foi um dos “pais” do Sirius, maior projeto científico do Brasil, pai de dois aceleradores de partículas brasileiros. O cientista foi o líder do projeto pioneiro que promoveu a primeira fonte de luz síncroton no Hemisfério Sul.

 

Ele era considerado um dos pais do acelerador de partículas Sirius, o maior projeto científico do país. Rodrigues acompanhou, em dezembro, os primeiros testes com luz síncroton de 4ª geração do equipamento. Ele foi responsável pelos projetos dos dois aceleradores de síncrotons (um tipo de acelerador de partículas) executados no Brasil.

 

Doutor em Física pelo King’s College University of London, Rodrigues assumiu um lugar de destaque na ciência brasileira ainda na década de 1980, quando assumiu a liderança técnica do projeto de construção da primeira fonte de luz síncroton do Hemisfério Sul. O laboratório integra Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

 

Entre 2012 e 2019, o cientista liderou a equipe responsável pelo desenvolvimento da estrutura do Sirius, um gigante acelerador de partículas, de 68 mil km² de área construída e 518 metros de circunferência em seu acelerador principal. É o segundo laboratório de quarta geração de luz síncroton em operação no mundo: o primeiro é o MAX-IV, na Suécia.

 

Rodrigues já tinha o seu nome marcado na história da ciência brasileira por ter assumido a liderança técnica do projeto de construção da primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, entre os anos de 1987 a 1997, no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas.

Sirius: maior estrutura científica do país, instalada em Campinas (SP). — (Foto: CNPEM/Sirius/Divulgação)

 

 

Depois de um período longe do LNLS, Rodrigues voltou ao CNPEM em 2001 com o convite para participar da construção de uma nova fonte de luz síncrotron do País. Entre 2012 a 2019, coube a ele liderar a equipe que desenvolveu toda a estrutura e soluções para tirar o Sirius do papel.

Para efeito de comparação, atualmente há apenas um laboratório da 4ª geração de luz síncrotron em operação no mundo: o MAX-IV, na Suécia. Com previsão de abertura às pesquisas no final deste ano, o Sirius foi projetado para ter o maior brilho do mundo entre as fontes com sua faixa de energia.

 

 

Ricardo Rodrigues (à esq.) na sala de controle da Fonte de Luz Síncrotron, em 1996 — (Foto: Divulgação/CNPEM)

 

 

Carreira

 

Ricardo Rodrigues graduou-se em engenharia civil na Universidade Federal do Paraná, em 1974. Entre 1976 e 1979 fez doutorado em Física no King’s College University of London. Foi professor no curso de Física da UFPR, e ali começou as atividades no Grupo de Óptica de Raios-X e Instrumentação (GORXI), depois renomeado para Laboratório de Óptica de Raios-X e Instrumentação (LORXI), ainda em funcionamento na universidade paranaense.

Em 1984, Rodrigues foi convidado a participar do grupo de ótica do Instituto de Física e Química da USP, em São Carlos (SP), e envolveu-se desde o início com o Projeto Radiação Síncrotron, iniciado no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Foi desse projeto que nasceu o LNLS, implantado em Campinas a partir de 1987.

O equipamento projetado sob coordenação de Rodrigues operou até o final de 2019 e foi desativado com a reta final da construção do Sirius. De acordo com o CNPM, mais de 6 mil pesquisadores utilizaram o acelerador para realizar experimentos científicos.

 

 

Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron — (Foto: Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1)

 

 

Diagnosticado com câncer de pulmão em meados de 2019, lutou contra a doença sem deixar de trabalhar, tendo acompanhado a primeira volta de elétrons em todo equipamento e os primeiros testes com luz síncrotron de 4ª geração em dezembro.

Rodrigues faleceu em Campinas (SP), aos 68 anos, no dia 3 de janeiro de 2020. Desde meados de 2019, o cientista lutava contra um câncer de pulmão.

Em nota, o CNPEM lamentou a morte do cientista, que era líder da Divisão de Engenharia do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e Coordenador de Aceleradores do Sirius.

“Ricardo Rodrigues tinha a capacidade de unir entusiasmo, criatividade, conhecimento técnico e científico e encontrar soluções inéditas exigidas para construir equipamentos de alta sofisticação tecnológica. Ainda mais importante, era um formador de pessoas. Avesso a formalidades acadêmicas, reconhecido mundialmente como um criativo solucionador de problemas, Ricardo Rodrigues deixa saudades. Sua trajetória servirá de constante inspiração para os que, no Brasil, se dedicam a ciência, tecnologia e inovação.”

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2020/01/07 – CAMPINAS E REGIÃO / Por G1 Campinas e Região – 07/01/2020)
(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2020/01 – CIÊNCIA / Por Claudia Izique / Gabriel Alves – AGÊNCIA FAPESP – 7.jan.2020)
(Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade – SOCIEDADE / Por O Globo, com G1 – 07/01/2020)
(Fonte: Zero Hora – ANO 56 – N° 19.602 – 9 de janeiro de 2020 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 31)
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