Annemarie Schwarzenbach, foi escritora, fotógrafa e jornalista

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Annemarie Schwarzenbach (Foto: The Front Row View/Divulgação)

Annemarie Schwarzenbach (Foto: The Front Row View/Divulgação)

Annemarie Schwarzenbach (Zurique, 23 de maio de 1908 – Sils im Engadin/Segl, 15 de novembro de 1942)foi escritora, fotógrafa e jornalista. A sede de viagens, fez com que percorre-se o mundo retratando a sua realidade histórica e cultural e descrevendo as suas vivências. Uma mulher atraída pelo perigo e que vivia sobre o limite do risco. Uma vida difícil, um testemunho que é caracterizado pela coragem de simplesmente se ser o que se é. O poder da imagem e da palavra foi o bem mais valioso que entregou ao mundo.

Numa época difícil e histórica, onde imperava o fascismo, Annemarie Schwarzenbach, foi mulher, escritora, jornalista e fotógrafa. Escolheu viver uma vida repleta de aventuras e perigos, desafiando-se a si própria, retratando o mundo, descrevendo o que vivia e o que sentia.

“Não tenho profissão. Poderia exercer qualquer uma. Viver em todas as cidades. Sentir-me em casa em todos os países.” Sede de viagens, perigo, luta contra os ideais fascistas, foram uma constante no seu percurso de vida.

Annemarie Schwarzenbach, nasceu em Zurique a 23 de maio de 1908. Proveniente de uma família abastada e conservadora, frequentou escolas particulares, explorou a vertente artística musical e, mais tarde, veio a obter o doutoramento em história pela Universidade de Zurique.

Rompeu a regra e fez parte do grupo das primeiras mulheres a obter este estatuto Universitário. Descobriu cedo a sua vocação para a escrita, tendo publicado o seu primeiro romance, “Um Bernhard Freunde”, mal terminou os estudos. Ao dom da palavra escrita juntou-se a profissão de Jornalista que iniciou ainda enquanto estudava.

A vida de Annemarie, foi recheada de conflitos interiores e descobertas. Numa época em que se propagava a ideologia Nazista e Fascista, criou amizade com Judeus e refugiados políticos Alemães, entrando em conflito com a ideologia da própria família.

Assume-se como lésbica, atraindo no entanto homens e mulheres, devido ao seu estilo de vida invulgar e sentido de risco que a caracterizavam. Em Berlim, na companhia de Klaus Mann, seu grande amigo, Annemarie adota um estilo de vida boémio. Círculos artísticos, contacto com drogas, estados de embriagues frequentes, faziam parte da sua vida noturna, vivendo perigosamente e tornando-se, mais tarde, toxicodependente.

Ao longo da sua breve vida (1908-1942), Annemarie Schwarzenbach, efetuou numerosas reportagens fotográficas pela Europa, Médio Oriente (Irão, Iraque e Afeganistão), África e América do Norte, destacando-se a sua passagem por Lisboa durante o Estado Novo.

As suas reportagens fotográficas, textos jornalísticos e literários, desempenharam a função de nos permitir entender o que era o mundo entre as duas Grandes Guerras. Foi-nos deixado todo um legado de imagens reais e estados de alma genuínos. Muito da personalidade de Annemarie consta nas suas obras, como por exemplo, A morte na pérsia, obra que escreveu após ter enfrentado o isolamento no seu percurso pelo país.

Durante o seu percurso de vida casou com um amigo homossexual apenas por conveniência, e viveu algumas relações com mulheres, que resultaram em relações falhadas, sobretudo devido à sua dependência em relação às drogas. Travou lutas constantes contra a toxicodependência e contra a depressão. As viagens, assumiam uma forma de escape, e a fotografia e a escrita uma forma de entrega pessoal para com o mundo.

Annemarie Schwarzenbach morre em 1942, vítima de uma queda e de um diagnóstico equivocado. Deixou-nos um legado de imagens e textos literários que nos enchem a alma, um testemunho de vida surpreendente, recheado de coragem, e uma visão histórica de épocas difíceis de serem vividas.

“Só me meti a caminho para aprender o terror.” Annemarie Schwarzenbach, O Vale Feliz

(Fonte: http://obviousmag.org/archives/2010/04 – FOTOGRAFIA POR CATARINA PIRES)

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