Anita Roddick, empresária inglesa fundadora da Body Shop

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Anita Roddick, fundadora da Body Shop (Foto: www.tumblr.com/Divulgação)

Anita Roddick, fundadora da Body Shop (Foto: www.tumblr.com/Divulgação)

Anita Lucia Perilli Roddick (Littlehampton, 23 de outubro de 1942 – Chichester, 10 de setembro de 2007), filha de imigrantes judeus e italianos, empresária inglesa fundadora da Body Shop, foi uma empreendedora visionária, polêmica e um símbolo da inovação.

A multinacional de produtos naturais de beleza sempre foi associada a causa éticas, ecológicas e politicamente corretas. Pioneira, visionária e inovadora, Anita Roddick proibia testes em animais e vetava substâncias químicas em cosméticos.

Musa dos verdes, chegou a ser a empresária inglesa mais famosa, uma das 30 mais influentes da Europa, segundo o Wall Street Journal.

Anita Lucia Perilli nasceu em Littlehampton. Ela foi uma das primeiras empresárias a se preocupar com ecologia e responsabilidade social.

Fundadora da Body Shop, militou por causas ambientais e sociais vinte anos antes de todos o fazerem. Houve quem lhe chamasse a ‘Madre Teresa do capitalismo’.

Nascera Anita Lucia Perilli num abrigo contra ataques aéreos em Littlehampton, filha de um casal de judeus italianos emigrados, e levou vida variada e intensa tendo sido não só fundadora e grande acionista da linha de cosméticos Body Shop mas também um símbolo de dedicação aos outros e da busca de maneiras alternativas de viver tão venerado por alguns que lhe chamaram a ‘Madre Teresa do capitalismo’.

Variedade e intensidade tinham começado cedo. Os pais divorciaram-se quando ela tinha oito anos e pouco depois a mãe casou com um primo do marido (por quem estava há muito apaixonada) que morreu ano e meio depois. Só aos 18 anos Anita soube que havia sido ele o seu verdadeiro pai, o que lhe deu imensa alegria porque sempre preferira o padrasto Henry, amável e divertido, ao pai Donny, bêbado e macambúzio. Depois de liceu incerto fez estudos de magistério em Bath, abalou para Paris onde trabalhou no arquivo do International Herald Tribune e depois para Genebra, onde a Organização Internacional do Trabalho a empregou no seu departamento de direitos da mulher. Seguiu-se um ano num “kibbutz” em Israel e a seguir uma peregrinação “hippie”, típica da época: Taiti, Novas Hébridas, Nova Caledônia, Austrália, África do Sul. Aí teve uma escaramuça com o “apartheid” por ir a um “nightclub” só para pretos em Joanesburgo e foi expulsa do país.

De volta a Inglaterra, aos vinte e seis anos, a sua vida mudou. Num “nightclub” the Littlehampton conheceu Gordon Roddick, filho de um negociante de cereais escocês. Gostava de contar que levara quatro segundos e meio a perceber que encontrara o homem que lhe convinha e que Gordon lhe dissera depois que no minuto em que a vira percebera que estava condenado. Viveram juntos seis anos antes de, em 1970, irem casar a Reno, estava Anita grávida da segunda filha. De volta a casa, fizeram desta uma pensão e tiveram depois um pequeno restaurante de ‘comida saudável’, até que Gordon anunciou querer ir de Buenos Aires a Nova Iorque a cavalo (8.400 km; 18 meses) deixando Anita e as pequenas na Inglaterra. Assim fez, voltou, e continuaram a ser todos felizes. Entretanto, em 1976, num pardieiro em Brighton, com um empréstimo de 4.000 libras que Gordon a ajudara a arranjar antes de partir, Anita inventara a Body Shop. O nome fora inspirado por uma loja que vira na Califórnia; o verde escuro da companhia fora escolhido por ter tapado com tinta dessa cor bolor e manchas de humildade nas paredes da loja de Brighton; ela própria preparava e embalava na cozinha cosméticos a que dava nomes exóticos.

A Body Shop identificava-se com preocupações das mulheres novas do seu tempo e conheceu um sucesso fulgurante. Antes do marido voltar, Anita abrira uma segunda loja, os dois juntos criaram uma rede de “franchises” e em 1984 a companhia foi cotada na bolsa. Em 1990 valia 800 milhões de libras. Quando em 2006 foi vendida à L’Oréal, a família Roddick arrecadou 118 milhões de libras.

Ao mesmo tempo a vocação cívica intervencionista de Anita era incansável. Vinte anos antes dos outros praticou ‘comércio ético’ e preocupou-se com o ambiente. A Body Shop defendeu as baleias e as florestas tropicais ameaçadas de extinção; organizou petições contra violações de direitos do homem e contra experimentação em animais pela indústria dos cosméticos; Anita criou uma fundação dedicada a causas éticas, grandes e pequenas.

A coincidência de tudo isto com a sua vida profissional não a perturbava. A um jornalista que se espantava de ela fazer fabricar dezenas dos seus produtos na China, contra a qual pedira boicote comercial por violação de direitos do homem, respondeu: “Você não percebe nada. Eu falo do que as empresas deveriam fazer, não do que elas fazem. A minha função é inspirar. Mas também tenho de olhar pelo negócio”.

Um derrame cerebral freou Anita prematuramente no dia 10 de setembro de 2007, aos 64 anos no hospital de St. Richard em Chichester.

(Fonte: ÉPOCA, 24 de setembro de 2007 -– N° 488 -– Negócio & Carreira -– Ruth de Aquino -– Editora Globo – Pág; 72)

(Fonte: http://expresso.sapo.pt/opiniao/opiniao – OPINIÃO/ Por JOSÉ CUTILEIRO – 25.09.2007)

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