Amalie Emmy Noether, matemática germânica, ganhou notoriedade por seu trabalho em álgebra abstrata.

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“Der Noether”

Amalie Emmy Noether (Erlangen, 23 de março de 1882 – Bryn Mawr, 14 de abril de 1935), uma das maiores matemáticas do século 20. A matemática alemã realizou sua obra a duras penas. Embora tenha frequentado o doutoramento na Universidade de Erlangen, na cidade de mesmo nome, nunca conseguiu matricular-se. É que na Alemanha, naquele tempo, o acesso de mulheres à universidades era proibido. Emmy não se deu por vencida. Começou a lecionar, mas sem salário, é claro. Anos depois, em 1915, foi para a Universidade de Göttingen integrar uma equipe de físicos e matemáticos cuja missão era desemaranhar as equações da recém criada teoria da Relatividade. Nem assim era paga por isso.

Somente em 1923, depois de dez anos de trabalho gratuito, é que ganhou seu primeiro salário. Então, ela já havia demonstrado o teorema de Noether, pedra angular da Física moderna, pois associa as mudanças no espaço – rotação ou deslocamento em linha reta, por exemplo – às leis fundamentais, como a regra de que não se pode criar ou destruir a energia, apenas transformá-la. Esse extraordinário êxito profissional, entretanto, não apagaria as marcas da discriminação que sofrera. E por isso, talvez, tenha se descuidado muito da aparência: era gorda, de voz estridente, e mal arrumada. Tanto, que um de seus amigos mais próximos, o matemático alemão Hermann Weyl (1885-1955), confessou que, muitas vezes, ao referir-se a ela, esquecia o pronome feminino “die” e empregava o masculino, chmando-a de “der Noether”.
(Fonte: Super Interessante – ANO 5 – Nº 11 – Novembro de 1991 – Dito & Feito – Pág; 53)

Amalie Emmy Noether, matemática germânica, nasceu em 23 de março de 1882 em Erlange, Bavaria (Alemanha), e morreu em 14 de abril de 1935. Foi a filha mais velha de uma família judia de quatro filhos. Concluiu o doutorado com uma dissertação sobre invariantes algébricos e ganhou notoriedade por seu trabalho em álgebra abstrata.

Filha de Max Noether, professor matemático, e de Ida Kaufmann, de uma rica família de Cologne, ambas famílias de origem judia. Estudou na Escola Höhere Töchter, em Erlangen (1889-1897) onde estudou alemão, inglês, francês, aritmética e lições de piano. Estudou também inglês e francês e prestou exames oficiais no Estado de Baviera (1900), obtendo o certificado e tornando-se professora nas escolas de meninas Bávaras.

Obteve permissão para freqüentar a Universidade de Erlangen (1900-1902). Em 1903, passou no exame em Nürnberg e foi para a Universidade de Göttingen. Estudou com Blumenthal, Hilbert, Klein e Minkowski, e em 1904 conseguiu permissão para se matricular em Erlangen, o que até então era inédito para mulheres na Alemanha. Foi orientada por Paul Gordan, e com uma tese sobre teoria dos invariantes aplicada ao teorema de Hilbert, chegou ao nível de Ph.D. em 1907 pela Universidade de Erlangen, mesmo em uma época em que não era permitido que mulheres freqüentassem universidades na Alemanha.

Com sua reputação crescendo rapidamente pelas suas publicações, em 1908 foi eleita para o Circolo Matematico di Palermo e, no ano seguinte, foi convidada a participar do Deutsche Mathematiker Vereinigung, fazendo parte da reunião anual da Sociedade em Salzburg. Devido à sua condição feminina, somente após mais de dez anos ela pôde ingressar nos quadros de Göttingen, graças à ajuda de colegas como Hilbert, com quem ela publicou um catálogo com o título de Seminário de física-matemática em 1916.

Em 1921 publicou um paper de fundamental importância para o desenvolvimento da álgebra moderna, chamado Idealtheorie in Ringbereichen. Em 1924 foi professora do holandês B L Van der Waerden, que publicou posteriormente Moderne Algebra, em dois volumes, com a maior parte do segundo volume dedicado aos trabalhos de Amalie.

Em 1927, colaborou com Helmut Hasse e Richard Brauer no trabalho sobre álgebra não-commutativa. Participou do Congresso International de Matemática de Bologna (1928) e também do de Zurique (1932), no mesmo ano em que ganhou o prêmio intitulado Alfred Ackermann-Teubner Memorial Prize for the Advancement of Mathematical Knowledge. Em 1933 migrou para os EUA, passando a trabalhar no Bryn Mawr College e no Institute for Advanced Study, em Princeton, New Jersey. Dois anos depois morreu em Bryn Mawr, Pennsylvania, USA. Seu trabalho sobre teoria dos invariantes foi usado por Albert Einstein na formulação da teoria da relatividade.

(Fonte: http://www.somatematica.com.br)

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