Alvar Aalto, considerado um dos primeiros representantes da arquitetura orgânica

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Alvar Aalto (Kuortane, 3 de fevereiro de 1898 – Helsinque, 11 de maio de 1976), arquiteto finlandês, considerado um dos primeiros representantes da arquitetura orgânica.

Alvar Aalto desenvolveu um estilo que harmonizava a funcionalidade e a individualidade das obras arquitetônicas, integrando-as simultaneamente em seu ambiente natural.

A primeira fase da sua carreira, (até a década de 30) Aalto adere aos princípios da arquitetura do Movimento Moderno europeu embora já tenha iniciado o caminho para o seu estilo pessoal: A importância que dá ao estudo do pormenor, à integração do edifício na paisagem e à exploração das diferentes texturas dos materiais, tanto das novas tecnologias como os mais tradicionais.

Com o desenvolvimento destes princípios, nos anos seguintes Aalto desenvolve de uma arquitetura racionalista com ligações à vanguarda europeia para uma obra mais pessoal, explorando as técnicas de construção tradicionais finlandesas e integrando-as em edifícios modernos, experiências que têm o seu auge na Villa Mairea em Noormarkku (1938-39), que aponta novos caminhos para a evolução da arquitetura do Movimento Moderno. Na década de 30 era já considerado um dos maiores arquitetos da sua geração e um dos expoentes deste movimento em cujos congressos (CIAM) participou ativamente. Nesta época Aalto desenvolveu também o seu famoso mobiliário de formas curvas, usando madeira, tecidos e ferro.

Após a segunda guerra mundial participou na reconstrução do seu país e desenhou projetos urbanísticos para várias cidades. A década de 50 foi marcada por uma internacionalização da sua obra com encomendas de grande envergadura, como é o exemplo das Residências para estudantes do Massachusetts Institute of Technology em Cambridge nos EUA (1947-48). Nesta fase a sua obra caracteriza-se pela utilização de formas irregulares, superfícies curvas, assimetria e emprego contrastado de materiais.

Suas obras se inserem numa linha entre o funcionalismo ortodoxo e a arquitetura vernacular, com uma visão pessoal.

Rompe com o rigor do ângulo reto quando necessário, perdendo o “rigor demonstrativo” de funcionalidade, mas respondendo a lógica e adquirindo “calor e cordialidade”.

O Paimio representa o ápice da pesquisa de Aalto sobre a funcionalidade ortodoxa. Tendo como referência para o projeto o quarto do paciente, todo o resto da unidade foi pensada em função do doente: suas dimensões, suas cores, os materiais utilizados, fontes de luz e aquecimento, posicionamento e desenho de janelas, mobiliário fixo (os móveis também foram projetados por Aalto), enfim, tudo foi pensado nos mínimos detalhes tendo em vista as necessidades dos enfermos.

Além do sanatório, posteriormente, entre os anos 50 e 60, foram construídos dois blocos residenciais destinados aos médicos e enfermeiros.

Aalto propõe uma implantação fortemente integrada com a natureza ao redor por articular três blocos abertos, em forma de leque. Cada bloco, o de ambientes coletivos (refeitório, espaço para recreação, etc), o do hospital (quartos e solário) e o de serviços (cozinhas, lavanderias, etc), estão ligados por um sistema de espaços e caminhos, voltados para um pátio interno, que é também a entrada principal.

Um dos projetos mais famosos de Aalto, ali vemos como o arquiteto coloca em prática a razão e emoção. Há também referências a sua terra: raízes, florestas, lagos etc. O projeto utiliza materiais tradicionais como o tijolo pintado, ladrilho, pedra, madeira natural (Vernáculo Vs. Modernismo) e evoca a posição entre o artificial e o natural.

O entrelaçado entre os dois blocos em ‘L’ gera uma espécie de pátio interno que interliga a floresta ao redor da casa ao jardim, para onde estão voltados os principais ambientes da casa. O sistema de caminhos é a sustentação da casa, da entrada (uma “cabeça artificial”), o olhar se move para a sala de estar e em seguida pelo jardim, guiado por um baixo pórtico lateral (uma cobertura herbo natural) que se conclui na sauna (a “calda”).

As referencias ao classicismo são inúmeras: A ágora grega, o capitólio romano, as torres cívicas de muitas cidades italianas, todas revividas nesse projeto sem nenhuma alusão direta ou de maneira nostálgica. Outra atitude moderna de Aalto, trata-se do uso de tijolos como revestimento de todo o edifício, o edifício dialoga com a tradição histórica sem se tornar uma imitação de outras épocas.

O Finlândia Hall é outro resultado único de um grande projeto urbanístico de Aalto, desta vez, para a capital da Finlândia, Helsinque. O projeto compreende, além da ala de congresso, um grande auditório de 1700 lugares e uma sala para concertos de música. As três partes estão ligadas por um grande Hall que por sua vez se volta para o lago.

O ponto forte do projeto está no estudo da seção das salas e na atenção dedicada aos problemas de isolamento acústico que tiveram influência até mesmo na idealização do sistema estrutural. Como revestimento da edificação, foram utilizado placas de mármore carrara.

(Fonte: http://histarq.wordpress.com/2012/11/20 – 20 de novembro de 2012 – por Christoferm)
Coleção Folha Grandes Arquitetos, Alvar Aalto – Vol. 16

Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult. 2012-10-05].

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