Alfredo Sternheim, cineasta ligado ao movimento Boca do Lixo, jornalista e crítico de cinema dirigiu “Paixão na Praia”, seu primeiro filme, em 1971

0
Powered by Rock Convert

Diretor paulistano fez parte do movimento ‘Boca do lixo’ e escreveu livros.

Dos anos 1960 aos 1980, diretor e crítico participou das várias fases da produção na rua do Triumpho

Jornalista e crítico de cinema dirigiu “Paixão na Praia”, seu primeiro filme, em 1971

 

Alfredo Sternheim (São Paulo, 31 de julho de 1942 – Higienópolis, São Paulo, 6 de dezembro de 2018), cineasta e crítico de cinema, foi o cineasta mais associado à era do chamado cinema Boca do Lixo paulista.

 

Sternheim iniciou a carreira como assistente do diretor Walter Hugo Khouri, em meados da década de 1960, participando de produções como A Ilha (1963) e Noite Vazia (1964).

 

Jornalista e crítico de cinema, Sternheim dirigiu o seu primeiro filme em 1971: Paixão na Praia. Com o passar dos anos, produziu curtas-metragens, documentários e realizou cerca de 24 filmes.

Autor dos livros David Cardoso: persistência e Paixão e  Suely Franco: a Alegria de Representar, lançou em 2009 a autobiografia Alfredo Sternheim: um Insólito Destino.

Sternheim nasceu em São Paulo, em julho de 1942, filho de emigrantes judeus. O pai era alemão e escapou do nazismo. A mãe era marroquina.

 

Filmes e livros

Ele foi critico do jornal “O Estado de S. Paulo” e escreveu para outros veículos. Começou a carreira no cinema como assistente do diretor Walter Hugo Khouri (“A Ilha”, “Noite Vazia”).

Como diretor, assinou curtas-metragens e documentários (“A Batalha dos Sete Anos”, “O Ciclo Vera Cruz”). A filmografia tem ainda “Paixão na Praia”, com Norma Bengell e Ewerton de Castro; e “Anjo Loiro”, com Vera Fisher e Mario Benvenutti.

Dirigiu tmabém “Pureza Proibida”, com Rossana Ghessa e Zózimo Bulbul; “Lucíola”, com Rossana Ghessa e Carlo Mossy; e “Corpo Devasso”, com David Cardoso; entre outros.

O trabalho do cineasta era associado ao movimento chamado de “Boca do Lixo”, com produções populares e de orçamento mais baixo.

Sternheim escreveu vários livros com depoimentos de nomes importantes do cinema brasileiro como Luiz Carlos Lacerda, Arllete Montenegro, David Cardoso e Suely Franco. Também foi o autor de “Cinema da Boca – Dicionário de Diretores”.

Melhor chamar, no caso de Sternheim, “cinemas”, pois do final dos anos 1960 até a segunda metade dos anos 1980 participou das várias fases em que a produção paulista, após a falência dos grandes estúdios, concentrou-se na rua Triumpho, em Santa Ifigênia.
Nos anos 1960, aprendeu o ofício como assistente de Walter Hugo Khouri em “A Ilha” (1963) e “Noite Vazia” (1964), passando em seguida ao curta-metragem, com trabalhos sobre o artista plástico Flavio de Carvalho e a cidade de São Paulo.
Parte de sua iniciação se deu, também, como crítico cinematográfico do jornal O Estado de S. Paulo.
Próximo de Walter Hugo Khouri e de Ruben Biáfora (como ele, cineasta e crítico), fez sua estreia na direção com “Paixão na Praia” (1971), em que teve Adriano Reis e Norma Bengell nos papéis centrais. Desde ali já se notava seu engajamento na corrente do cinema brasileiro que se opunha ao cinema novo e se propunha a tratar de temas universais.
Dentro dessa proposta também realizou “Anjo Loiro” (1973), evidente referência a “O Anjo Azul” (1931), de Joseph von Sternberg, e um dos primeiros trabalhos de Vera Fischer como atriz. “Pureza Proibida” (1974) tem como base a peça “A Branca e o Negro”, de Monah Delacy, enquanto em “Lucíola, o Anjo Pecador” (1975), Sternheim adapta o romance “Lucíola”, de José de Alencar.
 

Com o fim da era do INC (Instituto Nacional do Cinema), e de maior incentivo a adaptações literárias, Alfredo se alterna entre a comédia e o drama erótico, em filmes como “Herança dos Devassoso” (1979, com Sandra Bréa), “Corpo Devasso” (1980), “A Prostitutas do Dr. Alberto” (1981), “Amor de Perversão” (1982).

 

 

 

Nos últimos anos, dedicava-se à publicação de análises cinematográfica e realizava cursos sobre a sétima arte.

Alfredo Sternheim faleceu em 6 de dezembro de 2018, aos 76 anos em sua casa em São Paulo, no bairro de Higienópolis, vítima de um AVC.

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2018/12/07 – POP & ARTE / CINEMA / NOTÍCIA / Por G1 – 07/12/2018)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/12 – ILUSTRADA / Por Inácio Araujo – SÃO PAULO – 7.dez.2018)

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.265 – 7 de dezembro de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 31)

Powered by Rock Convert
Share.