Alexander Grothendieck, um dos maiores e mais excêntricos gênios da matemática do século 20

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Maior matemático do século 20

 

 

 

Foto divulgada pelo High Scientific Studies Institute mostra o matemático Alexandre Grothendieck lecionando em Paris, na década de 1960 (Foto: AP Photo/IHES)

Foto divulgada pelo High Scientific Studies Institute mostra o matemático Alexandre Grothendieck lecionando em Paris, na década de 1960 (Foto: AP Photo/IHES)

 

Após recusar a medalha Fields, ele proibiu divulgação de suas pesquisas.

 

Ativista anti-guerra, teve trabalhos inovadores na álgebra e na geometria.

 

Alexander Grothendieck (Berlim, 28 de março de 1928 – Saint-Girons, no sudoeste da França, 13 de novembro de 2014), revolucionário matemático, um dos maiores e mais excêntricos gênios da matemática do século 20

Grothendieck era considerado um dos maiores matemáticos do século XX. Ele vivia isolado em um povoado dos Pirineus com apenas 200 habitantes.

 

Considerado por muitos o matemático mais brilhante do século XX, Alexandre Grothendieck se retirou para esta região da França e vivia isolado em Lasserre, um povoado dos Pirineus com apenas 200 habitantes.

 

Nascido em 28 de março de 1928 em Berlim, era filho de um anarquista russo de confissão judia de uma jornalista militante.

 

Foi premiado em 1966 com medalha Fields, o Nobel da Matemática. Mas Grothendieck rompeu com o meio científico e fundou uma versão radical da ecologia política.

 

Em 1972 renunciou ao reputado Colégio da França e optou por ensinar em Montpellier, no sul do país. Desde 1990 vivia isolado nos Pirineus.

 

O mestre da matemática atingiu o ápice da carreira, antes de abandoná-la para se engajar no ativismo anti-guerra, retirando-se para uma vida reclusa e recusando-se a compartilhar sua pesquisa.

 

Nascido em março de 1928, em Berlim, filho de um anarquista russo e de uma jornalista, Grothendieck foi deixado na Alemanha enquanto os pais foram lutar na Guerra Civil Espanhola.

 

Eles voltaram a se reunir na França, onde Grothendieck passaria a maior parte da vida, enquanto seu pai – que era judeu – foi capturado pelos nazistas e morto em Auschwitz.

 

Grothendieck se tornou um matemático revolucionário, realizando trabalhos inovadores na álgebra e na geometria, que lhe renderam a medalha Fields, conhecida como o prêmio Nobel da matemática, em 1966.

 

Diz a lenda que seus talentos não eram óbvios quando ele era jovem.

 

Foi enquanto estava estudando na Universidade de Montpellier que dois professores lhe deram uma lista com 14 questões, considerada o trabalho de um ano inteiro, e pediram que ele escolhesse uma.

 

Grothendieck voltou alguns meses depois com todas as questões resolvidas.

 

Grothendieck recusou-se a aceitar a medalha Fields e rejeitou ofertas de trabalho apresentadas por universidades de várias partes do mundo. Sua vida já tomava uma direção mais radical, no rastro dos protestos estudantis de 1968, em Paris.

 

Por volta dos anos 1970, ele abandonou sua pesquisa, preferindo se concentrar na política ambiental e no ativismo anti-guerra. Ele deixou o Instituto de Altos Estudos Científicos, perto de Paris, após descobrir que era, em parte, financiado pelo Ministério da Defesa.

 

Ele também desistiu de um cargo no College de France para ingressar na Universidade de Montpellier, onde sempre se posicionou na linha de frente dos protestos anti-nucleares.

 

 

Tesouro escondido

 
Grothendieck não desistiu completamente de suas pesquisas, mas recusava-se a compartilhá-las publicamente.

 

No começo dos anos 1990, ele entregou 20 mil páginas de notas e cartas a um amigo que as analisou por vários anos antes de transmiti-las à Universidade de Montpellier.

 

Sob ordens estritas de Grothendieck, elas foram mantidas trancadas a chave nos arquivos da universidade.

 

Em seus últimos anos, surgiram rumores de que Grothendieck tinha se rendido ao fervor religioso. Ele se mudou para uma minúscula cidade nos Pirineus, onde refutava visitas e cuidava zelosamente de sua privacidade.

 

Ele tentou varrer qualquer traço de sua vida pregressa, escrevendo uma carta enfurecida a um de seus alunos em 2010, pedindo que todo o seu catálogo anterior fosse removido das bibliotecas e recusando-se a permitir republicações.

 

Alexander Grothendieck faleceu aos 86 anos, dia 13 de novembro de 2014, em um hospital de Saint-Girons, no sudoeste da França.

 

“Ele foi um dos gigantes da matemática, que transformou totalmente a disciplina com seu trabalho”, disse Cedric Villani, que conquistou a medalha Fields em 2010.

 

O presidente francês, François Hollande, enalteceu a memória de “um dos maiores matemáticos”, que “também era uma personalidade extraordinária no que diz respeito à sua filosofia de vida”.

 

Com seu falecimento, uma nova geração de estudantes de matemática pode ter a chance de explorar os tesouros que ele deixou para trás e apreciar totalmente o impacto que ele teve na disciplina.

 

“As ideias de Alexander Grothendieck penetraram no subconsciente dos matemáticos”, afirmou seu aluno mais celebrado, o também ganhador da medalha Fields, Pierre Deligne, em declarações ao jornal Le Monde. “Ele foi único em sua forma de pensar”, concluiu.

(Fonte: https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral – NOTÍCIAS / GERAL / Maior matemático do século 20 / EDUCAÇÃO / Por O Estado de S. Paulo – 14 de novembro de 2014)

(Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2014/11 –  CIÊNCIA E SAÚDE / Da France Presse – 14/11/2014)

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