Alberta Hunter, cantora e compositora. Formou o trio das grandes intérpretes do jazz

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Tornou-se em uma cantora de sucesso, aclamada pela crítica na mesma linha que Ethel Wathers e Bessie Smith

Hunter: uma lenda do jazz e do blues que esteve nos melhores palcos da Broadway, que frequentou no início do século XX

Alberta Hunter (Memphis, Tennessee, 1º de abril de 1895 – Nova York, 17 de outubro de 1984), cantora e compositora americana que formava com Sarah Vaughan (1924-1990) e Ella Fitzgerald (1917-1996) o trio das grandes intérpretes do jazz. Combinava magistralmente em seu repertório o humor malicioso dos blues tradicionais a canções de conteúdo religioso. Nasceu no dia 1° de abril de 1895. Consagrada em grandes palcos do mundo nas décadas de 20 e 30, Alberta só não alcançou a fama de outras lendárias cantoras do jazz por ter percorrido uma carreira irregular e acidentada. Em 1957, no auge da fama, abandonou a música para tornar-se enfermeira sob o anonimato do nome verdadeiro: Josephine Beatty.

 

 

Alberta Hunter (Foto: www.cdandlp.com/Divulgação)

Alberta: fascinada pelos palcos de cabarés (Foto: www.cdandlp.com/Divulgação)

 

Vinte anos depois, voltou aos palcos, apresentando-se em temporadas regulares no Cookery, um modesto bar de Nova York que acabou transformando-se, com sua presença, em escala obrigatória do roteiro musical da cidade. Retomou o posto de diva do jazz e passou a viajar por outros países. No Brasil, ocupou o palco da boate 150 Night Club, em São Paulo, por duas vezes. Em outubro de 1983 e no último mês de maio de 1984. Desde que voltou a cantar gravou três discos considerados brilhantes pela crítica: Remember My Name, Amtrak Blues e The Glory of Alberta Hunter, todos lançados no Brasil.

Numa das muitas manobras imprevistas de sua vida, ela praticamente abandonou os shows e gravações por 23 anos, de 1954 a 1977, quando retornou, ao iniciar sua temporada no Cookery, na época concorridíssima por uma multidão que aguardava a sua vez em listas de espera, para se transformar numa anônima enfermeira do hospital Goldwater Memorial de Nova York – de onde só não foi aposentada antes porque mentia sobre sua idade, afirmando ser mais jovem.

Sua voz de timbre forte, arrancada do estômago e de modulações encantadoras, como no final de Ezekiel Saw the Wheel, trecho em que se submete a uma verdadeira prova de fogo das grandes intérpretes como na época em que os grupos que a acompanhavam contavam com celebridades como Louis Armstrong, Duke Ellington ou Fats Waller (1904-1943). Ou como em I Cried for You, em que solta a voz com uma exuberância só encontrável, no gênero, na Ella Fitzgerald de duas décadas atrás.

CANTORA DE CABARÉ – Sua versatilidade era impressionante: percorria canções do jazz mais tradicional, de blues e de gospel e exibia total intimidade com cada um dos gêneros, como se só a ele tivesse dedicado a carreira. O que não deixa de ser verdade: mesmo frequentando palcos famosos como o Drury Lane Theatre Royale de Londres, nos anos 20, ou os da Broadway, Alberta sempre se definiu e atuou em cena como uma cantora de cabaré, que atende aos pedidos musicais do público.

Jamais abandonou os pequenos clubes de jazz desde que estreou, em 1912, numa espelunca de Chicago chamada Dago Frank’s Cafe, recém-chegada de Memphis, sua cidade natal. Tocando com músicos diferentes em diversas regiões dos Estados Unidos, acabou por criar intimidade com diversos gêneros musicais.

Alberta morreu dia 17 de outubro de 1984, aos 89 anos, de ataque cardíaco, em Nova York, Estados Unidos.

(Fonte: Veja, 17 de outubro, 1984 – Edição 841 – Datas – Pág; 98)

(Fonte: Veja, 10 de novembro de 1982 – Edição 740 – Música/ Por Okky de Souza – Pág: 182)

(Fonte: Veja, 25 de dezembro de 2002 – ANO 35 – Nº 51 – Edição 1 783 – Veja Recomenda – DISCOS – Pág: 133)

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