Alan Pakula, diretor de filmes como Todos os Homens do Presidente (1976) e Dossiê Pelicano (1993).

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Alan Pakula (Nova York, 7 de abril de 1928 – Nova York, 19 de novembro de 1998), cineasta e diretor de filmes como Todos os Homens do Presidente (1976) e Dossiê Pelicano (1993).

Freqüentou a Universidade de Yale em Connecticut, nos Estados Unidos, e formou-se em Arte Dramática. Começou sua carreira em Hollywood, em 1949, como assistente de departamento de animação, na Warner Brothers, e estreou como produtor com o drama “Vencendo o Medo” (Fears Strikes Out, 1957).

O primeiro trabalho como diretor ocorreu no fim da década de 1960, com o longa metragem “Anos Verdes” (The Sterile Cuckoo, 1969), segundo informações do site IMDb. O melodrama rendeu a sua protagonista, Liza Minneli, a indicação ao Oscar de melhor atriz. Além de Minneli, Pakula dirigiu outros oito atores em performances indicadas à premiação do Oscar, o que o tornou conhecido como “O Diretor de Atores”. Entre eles, Jane Fonda e Meryl Streep, vencedoras da categoria em 1971 e 1982, respectivamente. Fonda interpretou uma prostituta no suspense “Klute – O passado Condena” (Klute, 1971) e depois de 10 anos protagonizou também “Amantes e Finanças” (Rollover, 1981) em outro trabalho do diretor Pakula. Streep foi Sofia no drama “A Escolha de Sofia” (Sofia”s Choice, 1982), um dos maiores sucessos da carreira do cineasta, que atuou no longa como diretor, produtor e roteirista. O filme, que narra a história de uma sobrevivente de um campo de concentração nazista, também rendeu a Pakula a indicação ao Oscar de melhor roteiro adaptado e três premiações de melhor filme estrangeiro nos eventos Robert Festival (1982), Kinema Junpo Awards (1984) e Mainichi Film Concours (1984).

Ainda na década de 1970 Pakula dirigiu e produziu “A Trama” (The Parallax View, 1974), drama investigativo sobre um repórter que busca desvendar os mistérios de um assassinato. Em 1976, seguindo a linha de suspense investigativo, o cineasta dirigiu uma de suas mais importantes produções, “Todos os Homens do Presidente” (All the President”s Men, 1976), terceira maior bilheteria de sua carreira, segundo o site Box Office Mojo . O filme baseia-se na história real de dois repórteres do Washington Post, Carl Bernstein e Bob Woodward, responsáveis por revelar detalhes do escândalo do Watergate que levou o presidente estadunidense Richard Nixon à renúncia. A produção, protagonizada por Robert Redford e Dustin Hoffman, rendeu a Pakula três indicações ao prêmio de melhor diretor no ano de 1976; Oscar, Globo de Ouro e BAFTA; além de premiações como melhor da categoria no National Board of Review e também no New York Film Critics Circle Awards, também em 76.

Duas de suas últimas produções foram os filmes “O Dossiê Pelicano” (The Pelican Brief, 1993) e “Inimigo Íntimo” (The Devil”s Own, 1997). No primeiro, drama estrelado por Julia Roberts e Denzel Washington, Pakula atuou como diretor, produtor e roteirista e conquistou a maior bilheteria de sua carreira, com faturamento de cerca de 100 milhões de dólares, informação do Box Office Mojo. Já “Inimigo Íntimo”, seguindo uma linha de ação policial envolvendo terrorismo e serviço secreto, foi o segundo trabalho do cineasta com o ator Harrison Ford (o primeiro havia sido no longa “Acima de Qualquer Suspeita” / Presumed Innocent, 1990) e última produção de sua carreira.

Além da parceria com Jane Fonda e Harrison Ford, Pakula trabalhou com outros artistas de forma recorrente durante sua carreira. De acordo com o IMDb, ao lado do diretor de fotografia Gordon Mills, por exemplo, realizou quatro filmes de sucesso, como “Inimigo Íntimo” e “Todos os Homens do Presidente”; e ao lado do figurinista Albert Wolsky trabalhou em “A Escolha de Sofia” e “Dossiê Pelicano”. Com o diretor Robert Mulligan, o cineasta assinou sete longas metragem. Dentre eles, “O Sol é Para Todos” (To Kill a Mockingbird, 1962), drama que rendeu a Pakula a indicação na categoria de melhor produção do Oscar, em 1962. Porém, foi ao lado do músico Michael Small que o cineasta atuou mais constantemente. Small atuou na produção musical de nove filmes de Pakula, como “Amantes e Finanças”, “Sonho Fatal” (Dream Lover, 1986), “Órfãos” (Orphans, 1987), “Encruzilhada de Ilusões” (See You in The Morning, 1989) e “Só para Adultos” (Consenting Adults, 1992).

Pakula nunca ganhou uma estatueta do Oscar ou Globo de Ouro, mas coroou a carreira com variadas indicações da Academia e mais 11 premiações em diferentes festivais de cinema. Em sua trajetória de cineasta, revelou como traço marcante de sua obra a preferência pelo gênero do suspense e do drama, com temas recorrentes pautados por investigações, assassinatos, crimes e perseguições. Segundo o site Film Reference, o estilo do cineasta é associado a enfoques tanto na narrativa quanto na performance dos atores, sendo frequentemente elogiado pelos “humores” que consegue sustentar nas telas. A ênfase à condição psicológica de seus personagens é marca de seu trabalho como diretor e enriquece a atmosfera de mistério de seus filmes. Personagens com tendências esquizofrênicas e paranóicas, por exemplo, estão presentes em filmes como “A Escolha de Sofia” e “Dossiê Pelicano”.

Pakula revela em suas produções uma visão moderna de mundo, repleta de personagens fortes, dinâmicos, ora perseguidos e ora perseguidores, que seguem pistas, desvendam segredos e realizam importantes descobertas ligadas, muitas vezes, ao jogo da política e do poder. São também personagens misteriosos, que guardam importantes segredos e escondem a própria estória, como Sofia em “A Escolha de Sofia” e o jovem militante do IRA, interpretado por Brad Pitt, que assume dupla identidade, em “Inimigo Íntimo”. São, portanto, filmes com temáticas fortes e atuais, com apelo psicológico e enredos surpreendentes, protagonizados por homens e mulheres, jornalistas, repórteres, policiais, professores, detetives, estudantes e até mesmo terroristas. Personagens da vida real envolvidos em uma rede de drama, ação e suspense.

Pakula dirigia por uma estrada do subúrbio de Nova York quando seu carro se chocou contra a mureta de proteção da pista. Alan Pakula faleceu em 19 de novembro de 1998, aos 70 anos, em Nova York.

(Fonte: Veja, 25 de novembro de 1998 – ANO 31 – N° 47 – Edição 1574 – DATAS – Pág; 43)
(Fonte: http://www.convergencia.jor.br/impressao/tig/politicatodososhomens- 12 de março de 2010)

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