Alan Fletcher, designer gráfico britânico

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Alan Gerard Fletcher (Nairobi, Quênia, 27 de setembro, 1931 – 21 de setembro de 2006), foi um designer gráfico britânico.

Algumas das suas identidades corporativas, que são do conhecimento de muitos, é o logotipo para a Reuters composto por 84 pontos realizado em 1965, o logotipo para o museu Victoria and Albert e o logo para o Institute of Directors projetado em 1989, que ainda hoje estão em uso.

Nasceu em Nairobi, no Quênia e mudou-se para a Inglaterra aos 5 anos, após a morte de seu pai. Estudou na Escola de Arte Hammersmith em 1949, e na Central School of Art. Depois de um ano em Barcelona, retornou para Londres para estudar no Royal College of Art (1953).

Em 1956, Fletcher ganhou uma bolsa para estudar na Escola de Arquitetura e Design da Universidade de Yale, onde teve como professor o designer gráfico dos EUA, Paul Rand, e o artista Josef Albers. Foi lá que começou sua carreira trabalhando para a revista Fortune, Container Corporation e IBM. Voltou para Londres em 1959, tendo trabalhado para Saul Bass em Los Angeles e Pirelli em Milão.

No ano de 1959, em Londres, fundou a Fletcher / Forbes / Gill com Colin Forbes e Bob Gill. Como clientes tinham a Pirelli, Cunard, Penguin Books, BP e Olivetti. O estilo Fletcher / Forbes / Gill pode ser percebido em um dos anúncios da Pirelli que ilustra a aderência do pneu utilizando tipos. A ideia é direta, utiliza a tipografia como elemento gráfico. Essa fusão entre o tipo e a imagem é uma característica marcante do design gráfico britânico, uma das grandes características presentes em grande parte dos trabalhos de Fletcher. A utilização do azul escuro contra o fundo pêssego transmite sentimentos de inteligência, estabilidade, unidade e confiança. O contraste entre as cores é um fator muito encontrado em seus projetos, já que ele trabalha cada cor isolada tentando transmitir emoções.

Em 1965, Fletcher / Forbes / Gill tornou-se Crosby / Fletcher / Forbes, tendo como clientes Shell, e a agência de notícias Reuters. Fletcher criou um logotipo que seria visualizado em monitores de computador, era formado pela palavra Reuters em uma grade de 84 pontos que evocava o comércio da empresa. Este logotipo sobreviveu até o ano de 1996.

Dois novos parceiros se juntaram à Crosby / Fletcher / Forbes, e essa parceria evoluiu para Pentagram, em 1972, com Forbes, Crosby, Kenneth Grange e Mervyn Kurlansky. Fletcher foi um dos membro fundadores do grupo de design Pentagram, uma das maiores consultorias de design do mundo, onde ajudou a estabelecer um modelo de combinação de parceria comercial com a independência criativa. Em 1991 deixou a Pentagram e abriu um estúdio próprio em Londres.

“Alan Fletcher é uma das figuras mais influentes do pós-guerra de design gráfico britânico. A fusão da tradição Europeia com a cultura pop da América do Norte emergentes na formulação de sua abordagem distinta fez dele um pioneiro do design gráfico independente na Grã-Bretanha durante os anos 1950 e 1960.”

Ele fundiu o modernismo europeu com o estilo pop, desenhando uma nova paisagem visual no final do século 20 na Grã-Bretanha. Embora influenciado pela Bauhaus, descobriu seu estilo pessoal, utilizando materiais simples, técnicas primitivas, objetos comuns (ingressos, etiquetas de bagagem, envelopes de cartas). Por isso é é considerado um designer de estilo único e objetivo. No entanto, apesar de uma metodologia de design distintivo, ele evitou ter um estilo rígido utilizando diversas técnicas e materiais. Apesar de repetir alguns elementos em seus trabalhos, Fletcher sempre enquadrava-os de acordo com o contexto, e dizia que ela servia para aperfeiçor o elemento/projeto.

Fletcher pode ser associado com alguns dos clientes do design moderno, entre eles a Reuters, Victoria and Albert Museum, revista Fortune, Time e Life, IBM, fabricante de móveis Herman Miller, Pirelli, Lloyds of London, Olivetti, revista Domus, Polaroid e Penguin Books, projetando tudo, desde as suas identidades corporativas (logos, sinalização, calendários) como livros, jornais e interiores de escritórios.

Muitos trabalhos de seus trabalhos, desde o período Pentagram ainda sobrevivem. Como exemplo temos a logomarca para o Museu de Londres, Victoria & Albert, que transcendeu sua época. Elaborada a partir da fonte Bodoni, Fletcher criou unidade entre as partes do nome do museu – o V & A -, permitindo que a serifa do & substitua a ponte da letra A.

No livro “Beware wet paint”, onde consta a monografia do designer é possível encontrar características próprias de seu trabalho. A principais são as composições com recortes e a diversidade de materiais que ele utilizava em um mesmo trabalho.

Além disso, suas pinturas são muitas vezes combinadas com sofisticados tratamentos tipográficos (características do design britânico). A tipografia é um dos elementos mais interessantes dentro de seus trabalhos.

Ele trabalha-a criando formas, ou até mesmo utilizando-a como elemento principal da ilustração/composição. A diversidade tipográfica, seja com colagens, ou até mesmo manuscritas cria uma característica peculiar em seus trabalhos.

Outro trabalho muito interessante é o livro “The Art of Looking Sideways” , que serve como catálogo de inspiração. Ele pode ser aberto em qualquer página e não necessita ser lido em ordem. Alan Fletcher o define como sendo “um cruzamento entre uma colagem e uma caixa de presentes. O livro não tem nenhuma tese, não é um como fazê-lo, não tem começo, meio ou fim.”   Dentro dele podemos encontrar citações, curiosidades, informações inúteis e imagens, que oferecem uma visão entre a interação do verbal e o visual através do uso expressivo da cor, tipo, espaço e imagem.

Ele morreu aos 74 anos vestindo uma camiseta com palavras manuscritas tomadas a partir de um de seus cartazes: “Eu não sei onde” vou, mas eu estou no meu caminho.” Em seu obituário foi descrito pelo The Daily Telegraph como “o designer gráfico mais conceituado de sua geração, e provavelmente um dos mais produtivos”.

E pelo The Guardian como “a quintessência do ilustrador e designer gráfico, um homem unicamente responsável por definir design gráfico britânico, com sua abordagem inteligente e altamente individual a partir do final dos anos 1950”.

Alan Fletcher não utilizava apenas técnicas de recortes, colagens, pinturas, ou conceitos de contraste, continuidade, fechamento, ou milhares de coisas que podemos encontrar em toda sua produção como designer. Ele foi um grande idealizador de que nada é tão importante quanto a ideia.

Em seus trabalhos podemos notar a ligação entre a arte e o design, e as maneiras pelas quais a arte e o design podem ser úteis e incorporadas a cada dia. Com algumas cores, formas planas e limpas, Fletcher consegue atingir o efeito máximo de uma ideia.

The Daily Telegraph descreveu-o como “o designer gráfico mais conceituado da sua geração, e provavelmente um dos mais prolíficos”.

“Design não é uma coisa que você faz. É um modo de vida” – Alan Fletcher

(Fonte: Veja, 12 de maio de 1999 – ANO 32 – N° 19 – Edição 1597 – DATAS – Pág; 114/115)
(Fonte: http://dc3.fba.ul.pt/claudia)

(Fonte: https://designersbrasileiros.com.br – DESIGN • DESIGN GRÁFICO • GERAL – Dez designers famosos e suas criações)

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