Agostinho Batista de Freitas, foi um dos mestres do primitivo

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Agostinho Batista de Freitas (Paulínia, 12 de outubro de 1927 – São Paulo, 1997), foi um dos mestres do primitivo. Foi descoberto pelo poderoso diretor do Museu de Arte de São Paulo, Pietro Maria Bardi.

Foi com 17 anos para a cidade de São Paulo, fixando-se em Imirim. Filho de pais portugueses imigrantes da Madeira, trabalhadores da terra no interior do Estado, Agostinho em criança carpia roça e cuidava da criação dos animais. Seus primeiros desenhos foram riscados no chão e nas árvores. Alfabetizou-se em São Paulo e exerceu diversos ofícios: ajudante de pedreiro, encaixotador, eletricista.

Agostinho Batista de Freitas (Foto: Pintura em tela/Divulgação)

Agostinho Batista de Freitas (Foto: Pintura em tela/Divulgação)

Foi revelado por Pietro Maria Bardi, que o encontrou vendendo seus trabalhos aos domingos na Praça do Correio e organizou a sua primeira exposição, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 1952.

Pinta a paisagem urbana da cidade de São Paulo: “A cidade é assim, por esses arranha-céu, por esses prédio, parece que a gente tá no meio de uma rocha, parece um mistério, parece um cemitério” (entrevista a Lélia Coelho Frota, 1976).

Agostinho também pintou o campo, mas preferiu a cidade ao interior: “Luminoso pra cá, letreiro pra lá, naquilo estuda tanta coisa na cabeça, né. Agora, no mato não, ce só vê mato, a única coisa é pensar em ir plantar, né.” A cidade, a um tempo lugar da arquitetura de lápides e de movimento, de feição hiper-realista. E a roça, nas suas palavras, “quadro de imaginação”, talvez pela idealização da distância e da nostalgia do passado.

Entre essas representações de cidade e campo, a que se acrescentaram algumas cenas de ritual católico e raríssimas naturezas-mortas, Agostinho deu forma única ao seu talento de criador. Participou de inúmeras mostras no Brasil e no exterior, entre as quais citamos a Bienal de Veneza (1966), a Brazilian Primitives, nos Estados Unidos (1975), e a Arte Naïf: Cinco Artistas, em São Paulo (1998).

Agostinho Batista de Freitas (Paulínia, distrito de Campinas SP 1927 – São Paulo SP 1997). Pintor e desenhista. Atua como eletricista quando, por volta de 1950, inicia-se na pintura como artista autodidata. Vende seus trabalhos na Praça do Correio, em São Paulo, onde é descoberto por Pietro Maria Bardi, que encomenda-lhe um registro da vista panorâmica da cidade, observada do alto do edifício do Banco do Estado de São Paulo, e que, em 1952, organiza sua primeira exposição individual, no Museu de Arte de São Paulo – Masp. Aspectos da paisagem urbana paulistana são temas recorrentes na sua produção.

(Fonte: Veja, 24 de setembro de 1980 – Edição 629 – ARTE/ Por Pietro Maria Bardi – Pág; 146/147)

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