A. M. Rosenthal, levantou o New York Times da crise econômica nos anos 70 e o transformou em referência mundial de jornalismo

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A. M. Rosenthal, chefiou o “New York Times”

 

Abraham Michael Rosenthal (Marie, Canadá, 2 de maio de 1922Nova York, 10 de maio de 2006), editor e colunista que levantou o New York Times da crise econômica nos anos 70 e o transformou em referência mundial de jornalismo. 

A. M. Rosenthal, foi um dos jornalistas norte-americanos mais importantes do século 20, pois, costuma-se atribuir aos dez anos de (1976-1986) à frente da redação do “Times” como editor-executivo a salvação do jornal, que estava à beira da falência nos anos 70.

O “Times” teve dificuldades em se adaptar às mudanças dos hábitos dos leitores ocorridas após a disseminação da TV e sofreu com a crise econômica da cidade de Nova York na época.

Rosenthal criou seções de ciência, casa, fim-de-semana e outras tidas como menos sérias.

Louvado pela esquerda na primeira metade de seu período como editor-executivo, se tornou depois ídolo dos conservadores por suas posições.

Ao deixar o comando da redação, Rosenthal ganhou a coluna “On My Mind” (Em Minha Mente), que saía duas vezes por semana na página de opinião.

Antes de chegar a editor-executivo, ele foi repórter e correspondente em vários países.

O editor, conhecido como Abe, trabalhou durante quase toda a sua carreira no Times. Ele começou como jornalista freelancer em 1943. Posteriormente, foi promovido a repórter político e passou por vários cargos, como correspondente internacional e secretário de redação, chegando finalmente ao prestigioso posto de editor-executivo, onde ficou por nove anos desde 1977. “Abe era um gigante entre os jornalistas”, afirmou o publisher Arthur Sulzberger em declaração. “Ele era um grande editor com extraordinária lealdade a suas tropas”.

Rosenthal nasceu no Canadá e foi naturalizado cidadão americano. Discípulo da democracia americana, tinha imenso interesse em relações internacionais, nutrido em parte por uma década em que morou fora do país. Ele cobriu a ONU por oito anos, desde sua criação em 1946, e depois trabalhou na Índia, Suíça, Polônia e Japão. Sua cobertura do regime comunista de Varsóvia nos anos 50 lhe rendeu a expulsão do país, mas também lhe conferiu o prêmio Pulitzer de 1960 por reportagem internacional e o primeiro de dois Polk Awards. Rosenthal intensificou a cobertura metropolitana do Times, adicionou uma seção diária de economia e seções especializadas em esportes, lazer e ciência, e iniciou a prática de colocar na edição seguinte os erros cometidos pelo jornal.

No comando de Rosenthal, o Times publicou as reportagens sobre os documentos secretos do Pentágono, sobre a história do envolvimento dos EUA na Guerra do Vietnã, que ganhou um Pulitzer em 1972. Em 1986, enfrentando aposentadoria obrigatória, o jornalista deixou o cargo de editor para ser colunista duas vezes por semana. Em 1999, foi demitido abruptamente, sem explicações, segundo ele, a não ser um comentário de Sulzberger que “era hora”.

Rixa

Embora uma porta-voz do jornal tenha negado, alguns críticos especulam que a saída inesperada de Rosenthal estaria relacionada ao conhecimento público de uma longa rixa entre o editor e Max Frankel, seu sucessor como editor-executivo. Em uma autobiografia publicada meses atrás, Frankel criticou duramente o estilo administrativo de Rosenthal e afirmou que ele teria sido um personagem minoritário na decisão da publicação dos papéis do Pentágono. A resposta de Rosenthal foi reproduzida em um artigo de dezembro de 1999 da revista Vanity Fair. Entre diversas acusações, ele teria afirmado que Frankel perdeu o furo do escândalo Watergate para o Washington Post.

Enquanto seu brilhantismo profissional é extremamente reconhecido, o temperamento de Rosenthal não era tão admirado. Para alguns, ele tinha um comportamento autocrático.

A. M. Rosenthal, que chefiou o “New York Times”, é demitido

A. M. Rosenthal, 77, um dos jornalistas norte-americanos mais importantes do século, foi demitido ontem pelo “The New York Times”, após 56 anos de trabalho.

A demissão foi inesperada, segundo Rosenthal disse ao jornal “The Washington Post”. O “Times”, por sua porta-voz Nancy Nielsen, declarou apenas que “chegou o tempo de o sr. Rosenthal pensar em coisas novas”.

Ao sair do jornal, onde começou como free-lance em 1943, ele disse: “Amo o “Times”. Não estou feliz nem ressentido”.

A.M. Rosenthal morreu em 10 de maio de 2006, de complicações de um infarto, em Nova York.

Integridade

“Ele foi o maior editor da nossa era”, contou Arthur Gelb, ex-editor do Times e amigo íntimo de Rosenthal, a centenas de pessoas no funeral do jornalista, realizado no domingo (14/5), em Nova York. “Abe recentemente afirmou que queria que seu epitáfio fosse: ‘ele manteve o jornal íntegro’. E isto você fez, meu caro amigo”, afirmou Gelb.

O escritor e vencedor do prêmio Nobel Elie Wiesel, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, os ex-prefeitos Edward Koch e Rudolph Giuliani e os jornalistas Mike Wallace, Gay Talese e Carl Bernstein foram alguns dos presentes na homenagem ao jornalista.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo – FOLHA DE S.PAULO/ MUNDO/ MULTIMÍDIA / POR CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA / da Sucursal de Brasília – São Paulo, 6 de Novembro de 1999)

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(Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view – NOTÍCIAS/  MONITOR DA IMPRENSA – Edição 381 – 16/05/2006)

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