Pela primeira vez em 72 anos, mulher é empossada presidente do TST
Posse da ministra Cristina Peduzzi na presidência do tribunal foi as 17h de (19/02), em Brasília. Presidente Jair Bolsonaro participou da cerimônia.
Tribunal Superior do Trabalho tem 1ª mulher como presidente
Cristina Peduzzi está no tribunal desde 2001 e assumiu nova função.
A ministra Cristina Peduzzi tomou posse em 19 de fevereiro de 2020 como nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A cerimônia foi realizada as 17h, na sede do TST, em Brasília. Autoridades estavam presentes no evento, entre as quais o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Também tomaram posse em 19 de fevereiro os ministros Vieira de Mello Filho (vice-presidente) e Aloysio Corrêa da Veiga (corregedor-geral da Justiça do Trabalho).
Segundo os registros do TST, houve antes o Conselho Nacional do Trabalho, criado em 1923, mas a Justiça do Trabalho só foi instaurada no Brasil em 1941.
O Tribunal Superior do Trabalho é a instância superior para a solução de ações e conflitos nas relações entre trabalhadores e empresas. O tribunal conta com 27 ministros, escolhidos entre advogados, integrantes do Ministério Público do Trabalho e juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Ministros que tomam posse
Cristina Peduzzi tornou-se ministra do TST em junho de de 2001, na vaga reservada à advocacia. Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (Unb), foi procuradora da República e procuradora do trabalho. Atuou ainda como advogada em tribunais superiores.
A ministra ocupou a vice-presidência do TST entre 2011 e 2013 e integrou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre 2013 e 2015.
O novo corregedor da Justiça do Trabalho, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, está no TST desde 2004. Formado pela Universidade Católica de Petrópolis, tornou-se juiz em 1981. Entre 2017 e 2019, o ministro Aloysio Corrêa da Veiga foi conselheiro do CNJ.
Bolsonaro e a Justiça do Trabalho
O presidente Jair Bolsonaro participará da cerimônia nesta quarta-feira e costuma fazer críticas à Justiça do Trabalho. Em 3 de janeiro de 2019, por exemplo, afirmou em entrevista que há “excesso de proteção” no Brasil e que não adianta “ter direitos se não tem emprego”.
Bolsonaro foi questionado na ocasião se acha que a Justiça do Trabalho deveria acabar. E respondeu:
Indagado à época se o governo poderia enviar algum projeto ao Congresso para acabar com a Justiça do Trabalho, Bolsonaro concluiu: “Isso daí a gente poderia até fazer, está sendo estudado. Em havendo clima, poderemos discutir essa proposta e mandar para frente”.
O G1 questionou a assessoria do Palácio do Planalto se há algum novo posicionamento do presidente em relação à Justiça do Trabalho, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.