Waldir Peres, foi ex-goleiro de São Paulo, Corinthians e seleção brasileira

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Waldir Peres, ídolo do Tricolor paulista, ex-goleiro do São Paulo e da Copa de 82

 

 

Waldir Peres, ex-goleiro do São Paulo e da Copa de 82 (Foto: Divulgação / LANCE!)

 

Waldir Peres de Arruda (Garça (SP), 2 de janeiro de 1951 – Mogi Mirim, 23 de julho de 2017), foi um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro, ex-goleiro e ídolo do São Paulo e titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1982

Nascido em Garça (SP), em janeiro de 1951, Waldir surgiu na Ponte Preta, mas foi para o São Paulo em 1973, aos 22 anos. Ficou no clube por quase 11 anos, destacando-se como defensor de pênaltis – teve atuação fundamental na conquista do Campeonato Brasileiro de 1977. Ganhou ainda os Paulistas de 1975, 1980 e 1981.

Waldir Peres foi o segundo jogador com mais partidas pelo São Paulo. Atuou em 617 partidas, acumulando 300 vitórias, 195 empates e 122 derrotas. Só é ultrapassado por Rogério Ceni, que atuou em 1237 jogos.

 

Waldir Peres atuou em 617 jogos pelo São Paulo (Foto: Eduardo Viana/Lancepress! / LANCE!)

 

Waldir saiu do Tricolor paulista em 1984 e, até se aposentar, cinco anos depois, defendeu América-RJ, Guarani, Corinthians, Portuguesa, Santa Cruz e Ponte Preta. Voltou a ser campeão somente em 1988, ganhando o Estadual pelo Corinthians.

Defendeu a Seleção Brasileira entre 1975 e 1982, ano em que foi titular no Mundial da Espanha no qual o time de Telê Santana, com nomes como Falcão, Zico e Sócrates, ficou marcada pelo bom futebol apresentado, mesmo eliminada ao ser derrotada pela Itália antes das semifinais da competição.

 

Goleiro foi titular na Copa do Mundo de 1982 (Foto: Divulgação / LANCE!)

 

 

A carreira

Nascido em Garça, interior de São Paulo, no dia 2 de janeiro de 1951, Waldir Peres começou a carreira na Ponte Preta, que o revelou em 1970. Três anos depois, se transferiu para o São Paulo, onde se tornou um dos maiores goleiros da história. Entre 1973 e 1984, fez 617 partidas (só perde para Rogério Ceni em presenças) e ganhou o Brasileiro de 1977 (onde teve papel decisivo nas cobranças de pênalti) e os Paulistas de 75, 80 e 81.

No Morumbi, ganhou destaque a ponto de ser presença constante nas convocações da Seleção. Como reserva, foi às Copas do Mundo de 1974 e 78, mas teve a chance de ser titular em 1982, na equipe que marcou época apesar de não ter sido campeã. O goleiro fez 39 partidas com a camisa amarelinha, a última na derrota por 3 a 2 para a Itália.

Waldir deixou o Tricolor em 1984, quando se transferiu para o América-RJ. Defendeu mais quatro clubes – Guarani em 85-86, Corinthians em 86-88, Portuguesa em 88 e Santa Cruz em 88 – até voltar a Campinas e encerrar a carreira pela Ponte Preta, em 1989. Dois anos depois, iniciou a carreira de treinador.

Waldir Peres foi treinador por 22 anos, de 1991 até 2013, com passagens por muitos times do interior paulista (São Bento, Inter de Limeira, Nacional, Ferroviária e Oeste, entre outros), além de clubes de outros estados, como Itabaiana-SE, Rio Branco-PR, Uberlândia-MG, Vitória-ES e Grêmio Maringá-PR. O último trabalho foi justamente em Maringá.

 

Ícone de 82, um marco no SP. Waldir Peres foi a referência de uma geração.

Carreira de Waldir Peres foi repleta de provocações, irreverência e grandes defesas (Foto: Arquivo Histórico SPFC)

Waldir Peres deixou o São Paulo órfão de um de seus maiores ídolos, o segundo atleta que mais defendeu o clube e o marco inicial de uma dinastia de goleiros vitoriosos. De Waldir, veio o título do Campeonato Brasileiro de 1977, vieram Gilmar Rinaldi, Zetti e Rogério Ceni. Fica na memória pela história no Morumbi para os tricolores, na memória de todo o Brasil pelo mágico esquadrão de Telê Santana na Copa do Mundo de 1982.

“Uma vez, nós quatro nos encontramos. Somos os goleiros que tiveram longo tempo no São Paulo. Brincamos que foram muitos anos (42) com apenas quatro goleiros no clube, e ele foi nosso modelo”, relata Gilmar, arqueiro tricolor entre 1985 e 1990. Zetti reforça: “na minha geração, tinha como referência Waldir, Carlos e Leão. Era meu ídolo e um grande professor”.

Apesar de ser tratado como exemplo, Waldir não gostava de vaidades e exaltações aos goleiros. Quando ouvia alguém dizer que tal goleiro era bom por chegar cedo aos treinos, lembrava que isso era obrigação desde seus tempos de atleta. Criticava e era respeitado por seus sucessores no São Paulo, clube que nunca abandonou. Frequentava o Morumbi e outros eventos ligados ao Tricolor sempre que possível. A relação estreita causada pelos 11 anos, 617 e jogos e quatro títulos no São Paulo está representada na comoção entre torcedores e outros ídolos.

“O futebol brasileiro perde e perde muito. O Brasil perdeu uma de suas grandes figuras, um excelente profissional. Eu sinto muito. Sempre estava de bom humor e sempre desenvolveu muito bem sua condição de goleiro. Só tenho boas lembranças e infelizmente ele se foi. Fomos campeões em 1977, ele decisivo na final contra o Atlético-MG”, lamenta o ex-técnico Rubens Minelli, de 88 anos, inspiração para Waldir ter dirigido 20 times entre 1991 e 2013.

 

Final do Brasileirão de 1977 foi a consagração de Waldir Peres. (Foto: Arquivo Histórico SPFC)

 

A decisão sobrenatural

O São Paulo foi campeão brasileiro pela primeira vez em 1977, em final contra o Atlético-MG. A partida decisiva foi no Mineirão, tomado por atleticanos, empolgados por um time melhor tecnicamente. Waldir Peres parecia não ligar. Ria, tranquilizava os companheiros e garantia o 0 a 0 naquele 5 de março de 1978. Na disputa por pênaltis, trocou a serenidade pela provocação, pelo jogo mental. Foi decisivo sem defender nenhuma cobrança, mas abalando os rivais com gracejos e tapinhas. Toninho Cerezo, Joãozinho Paulista e Mário caíram na pilha e isolaram os chutes.

 

Waldir Peres foi ultrapassado e homenageado por Rogério Ceni em 2005. (Foto: Arquivo Histórico SPFC)

 

O marco são-paulino

Se Rogério Ceni permaneceu como goleiro do São Paulo por 25 anos, Waldir Peres tem grande responsabilidade. “O que mais marcou na carreira dele foi o tempo no São Paulo. Ele não trocava o time por qualquer coisa. E isso foi um exemplo para o Rogério seguir. Tanto é que bateu o recorde do Waldir. Esse foi o grande legado. Hoje ninguém dá importância, ninguém sente nada”, exalta Muricy Ramalho, companheiro de Waldir no São Paulo, na seleção brasileira e no América-RJ.

Antes de Ceni, Waldir era o jogador com mais partidas disputadas pelo São Paulo. Em 23 de julho de 2005, o Mito igualou a marca de 617 jogos, contra o São Caetano, e usou camisa cinza, como a do título brasileiro de 1977, para fazer homenagem. Depois, Ceni chegou a 1238 jogos, encerrando a carreira em dezembro de 2015.

Waldir foi o primeiro são-paulino a completar 600 jogos pelo clube, tem a marca de 300 vitórias e é o segundo atleta que mais atuou no Morumbi, com 286 partidas – Ceni é o líder do quesito. Há, no entanto, recordes que não foram quebrados pelo Mito. Waldir é o tricolor que tem mais atuações no Campeonato Paulista (343), que tem mais jogos sem sofrer gols no Estadual (153) e nunca foi expulso. Em 1975, defendeu três pênaltis na final do Paulistão, sofreu 0,56 por partida ao longo do ano (a melhor marca defensiva da história do clube) e concluiu a maior série invicta do São Paulo em todos os tempos: 47 jogos.

 

 

Waldir Peres defendeu o São Paulo por 11 temporadas. (Foto: Arquivo Histórico SPFC)

 

Ídolo, atleta, amigo

“Era um goleiro discreto, simples. Ele não precisava de grandes pontes para aparecer, era pura simplicidade. Não tinha nem sequer um porte alto como hoje há uma exigência. Mas era muito rápido, seguro. As defesas eram sempre firmes”, conta Zetti, o terceiro na linha de sucessão de Waldir Peres, um ídolo que se tornou amigo do goleiro bicampeão da Libertadores e do mundo em 1992 e 1993.

“Já era muito bom tê-lo como ídolo, mas depois pude ser amigo. A gente morou no mesmo prédio, se aproximou e ele sempre estava na minha academia de goleiros (Fechando o Gol). Criamos um relacionamento de amigo e acabou aquela barreira. Sabe quando você tem um ídolo e o encontra? Você fica tremendo! Eu tive essa fase, mas passou”, continua Zetti.

 

 

Histórico canarinho

Waldir Peres está na história de Ponte Preta e São Paulo mesmo que tenha passado brevemente pelos rivais Guarani e Corinthians. O que fez, o que deixou em campo, pesou mais. Na seleção brasileira, porém, houve sempre um peso maior sobre o goleiro. Nas Copas do Mundo de 1974 e 1978, quando vivia os melhores momentos da carreira, foi reserva de Leão. Em 1982, tinha o privilégio de integrar o time fantástico de Telê Santana, mas viu erro contra a União Soviética colocar em xeque sua importância.

Críticas e pressão sobre Waldir, que meses antes havia feito história ao defender o primeiro pênalti na carreira do lendário alemão Paul Breitner, que fez 29 partidas pela seleção e sofreu apenas uma derrota, que levou mais de um um gol apenas uma vez. Justamente no dia mais ingrato para a magia de 82. A tragédia do Sarriá, diante da Itália. O Brasil perdeu por 3 a 2 e foi eliminado da Copa do Mundo disputada na Espanha.

Waldir Peres faleceu em 23 de julho de 2017. Aos 66 anos de idade, foi vítima de infarto fulminante logo depois de almoçar com a família, em Mogi Mirim, no interior paulista.

O ex-jogador não sofria com nenhuma doença, segundo familiares, mas reclamou de azia e falta de ar logo depois de comer. Foi levado ao hospital 12 de Julho, mas não resistiu. Não era casado e deixa dois filhos e uma filha.

“Estou muito triste por ter perdido um companheiro de muitos anos. É uma pena, mas as lembranças que ficam são daquele título no Mineirão”, recorda Serginho Chulapa. “Ninguém vai esquecer aquela conquista. Ele era um modelo pela irreverência e pela catimba, muito usada para aquele título sair. Deveria estar com a gente, e não morto. O céu ganhou um grande goleiro.

(Fonte: https://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2017/07/23 – ESPORTE – FUTEBOL/ Bruno Grossi e Vanderlei Lima Do UOL, em São Paulo (SP) – ÚLTIMAS NOTÍCIA – 23/07/2017)

(Fonte: https://www.terra.com.br/esportes/lance – ESPORTES – LANCE/ 23 JUL 2017)

(Fonte: http://globoesporte.globo.com/sp/campinas-e-regiao/futebol/noticia – CAMPINAS E REGIÃO – FUTEBOL – NOTÍCIA – 23/07/2017)

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