Thomas Skidmore, autor americano de livros sobre o Brasil, foi um dos primeiros a saber do golpe de Estado que levaria à ditadura militar (1964-1985)

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O americano escreveu vários livros sobre o país. 

O brasilianista Thomas Skidmore - (Foto: Roberto Stuckert Filho / Roberto Stuckert Filho/Arquivo O Globo/24-10-2001)

O brasilianista Thomas Skidmore – (Foto: Roberto Stuckert Filho / Roberto Stuckert Filho/Arquivo O Globo/24-10-2001)

Thomas Elliot Skidmore (Troy, Ohio, 22 de julho de 1932 – 11 de junho de 2016), autor americano de livros sobre o Brasil, foi um dos primeiros a saber do golpe de Estado que levaria à ditadura militar (1964-1985).

Doutor em História Moderna Europeia pela Universidade Harvard em 1960, Skidmore viajou ao Brasil no ano seguinte, dias após a renúncia de Jânio Quadros, para passar três anos de pesquisa com bolsa de pós-doutorado.

Skidmore era Doutor em História Moderna Europeia pela Universidade de Harvard e veio para o Brasil em 1961. Chegou pouco depois da renúncia de Jânio Quadros. O objetivo era ficar por três anos, com bolsa de pós-doutorado.

Na época, conheceu políticos, intelectuais e jornalistas. Mas também tinha bom relacionamento cm americanos influentes. Tanto que foi uma das primeiras pessoas a saber do então iminente golpe de Estado, que levaria o Brasil à ditadura militar (1964-1985). Chegou a ser acusado de associação à ditadura, mas sempre se manifestou contra o regime.

No período no país, aproximou-se de políticos, intelectuais e jornalistas, como Francisco de Assis Barbosa (1914-1991), San Tiago Dantas (1911-1964), Fernando Gasparian (1930-2006) e Caio Prado Júnior (1907-1990).

O período no Brasil rendeu o livro “De Getúlio a Castello”, que foi editado em 1967 em inglês e em português dois anos depois. Foi uma das primeiras publicações sobre a República Brasileira. Skidmore também escreveu “De Castello a Tancredo”, sobre a ditadura militar, e “Preto no Branco”, sobre a questão racial no Brasil.

Também tinha uma relação próxima com Lincoln Gordon, embaixador dos Estados Unidos na época do golpe militar de 1964. Skidmore jantou com o diplomata em 31 de março daquele ano.

DITADURA

Em 1966, tornou-se professor na Universidade de Winscosin, onde ficou por 20 anos e editou o “Luso-Brazilian Review”, considerada uma das principais publicações acadêmicas sobre o brasil nos Estados Unidos na época. Depois do período de Winscosin, foi para Universidade Brown, em que dirigiu o Centro de Estudos Latino-Americanos onde ficou até se aposentar, em 1999. Sete anos depois, foi premiado pela Associação de Estudos Brasileiros.

Embora fosse acusado por pesquisadores de associação com a ditadura, em pelo menos duas ocasiões manifestou sua posição contra o regime. Em 1970, assinou uma carta aberta contra a prisão do amigo Caio Prado Júnior.

Ele também condenou a repressão do regime a acadêmicos brasileiros e outros opositores. Devido a sua oposição, teve seu visto negado para viajar a um seminário na Unicamp meses depois.

Quatorze anos depois, já na abertura democrática, foi obrigado a depor à Polícia Federal após um comentário sobre a situação política do Brasil e foi ameaçado de expulsão. Diversos acadêmicos saíram em sua defesa.

Skidmore morreu em 11 de junho de 2016, aos 83 anos, sofria de síndrome do pânico e mal de Alzheimer. Essas doenças o levaram a se afastar da vida pública no final de 2009, e se mudar para um asilo em Westerley, Rhode Island.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/06/1780793- MUNDO – 11/06/2016)

(Fonte: Zero Hora – ANO 53 – N° 18.489 – 13 de junho de 2016 – TRIBUTO – Pág: 35)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO – POR O GLOBO – 11/06/2016)

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