Cantor e compositor Talo Pereyra
Argentino que vivia em Porto Alegre desde os anos 70, músico compôs músicas vencedoras de festivais de música tradicionalista, como “Brasilhana” e “Eis me aqui”.
Talo Pereyra, cantor e compositor argentino, considerado um dos nomes mais importantes da música regionalista e vencedor de 39 festivais, entre os quais a Ciranda Musical Teuto Riograndense. Argentino nascido em La Plata na Argentina, Raul Eduardo Pereyra cresceu ouvindo tango, marchinha militares e música clássica, fez sucesso na música nativista, compondo canções como “Quem dá Mais”, parceria com Vinicius Brum e Daniel Torres e “Brasilhana”, parceria com Robson Barenho.
Aos 12 anos, ganhou da mãe um violão, estudou o instrumento em um conservatório, compôs a primeira música e subiu no palco pela primeira vez, no Tetaro Coliseo Podestá, na cidade argentina.
Veio para o Brasil fugindo do golpe militar na Argentina, em 1976, momento em que foi deposto o governo de Isabelita Perón. Então com 24 anos, se refugiou em Porto Alegre, alugando um quarto em uma pensão da Cidade Baixa. A entrada na música nativista começou com um contrato no CTG 35, onde tocou por três anos.
Vencedor de diversos festivais da música nativista, Talo era argentino, e vivia na capital gaúcha desde os anos 1970.
Talo participou de diversos grupos de música gaúcha, e compôs em parceria com nomes como Jayme Caetano Braum e Robson Barenho.
O cantor Neto Fagundes, também cantou músicas de Talo. “Cantei muita coisa dele, que foi amigo do meu pai. Ele me conheceu pequeno, lá no Alegrete, e quando fui pra Santa Maria, ele já era muito famoso e me deu muita chance”, conta.
Música censurada
Outro parceiro de Talo, o músico Paulo Gaiger lembra da composição “Romance Campesino”, que tirou o terceiro lugar do festival Ciranda da Canção, em Taquara, e que por pouco não teve a publicação proibida pela censura. “A letra tinha a palavra ‘tesão’. Foi uma briga jurídica, pois o disco [que reunia as músicas apresentadas no festival]poderia não sair se o festival mantivesse a canção”, lembra Paulo. Com a intervenção de um advogado, porém, a música foi liberada, e o disco saiu. “Romance Campesino” é uma parceria de Talo com Robson Barenho.
No mesmo festival, Paulo e Talo executaram a música que ganhou primeiro lugar, “João Mulato Carreteiro”. “É uma parceria com Gaspar Machado, já falecido, uma milonga suave e muito bonita”, descreve Gaiger.
Talo Pereyra faleceu em 18 de junho de 2018, em Porto Alegre. Ele faleceu devido a complicações de um derrame pulmonar, após passar 30 dias internado no Hospital Conceição. O músico tinha 66 anos.
(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.118 – 19 de JUNHO de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)
(Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia – RIO GRANDE DO SUL – NOTÍCIA / RIO GRANDE DO SUL / Por G1 RS –