Siad Barre, ex-ditador militar e Presidente da República Democrática da Somália

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Siad Barre e Nicolae Ceaușescu em 1976  (Foto: Wikiwand/Divulgação)

Siad Barre e Nicolae Ceaușescu em 1976 (Foto: Wikiwand/Divulgação)

Muhammad Siad Barre (Shilavo, Ogaden, 6 de outubro de 1919 – Lagos, Nigéria, 2 de janeiro de 1995), ex-ditador militar e Presidente da República Democrática da Somália entre 21 de outubro de 1969 e 26 de janeiro de 1991.

Filho de um nômade, Barre apenas teve estudos básicos, serviu à polícia somali (1941-1960) subindo até o cargo de inspetor, com a independência de seu país em 1960, entrou para o exército em 1969 e obteve após o assassinato do chefe de Estado da recente Somália independente, Abdirashid Ali Shermarke (1919-1969), o mais alto cargo público, exercendo um governo autoritário, combatendo a Etiópia pela posse da região de Ogaden em uma guerra que perdeu.

Deposto em 1991, depois de 22 anos no poder, o general Siad Barre tentou concretizar seus sonhos expansionistas em 1977 ao declarar guerra à Etiópia pela posse do Deserto de Ogaden.

O conflito transformou a região conhecida por “chifre da África” num dos focos de tensão da Guerra Fria.

A Somália, vítima da Guerra Fria devido a sua localização estratégica pela passagem do Mar Vermelho, suscitou o interesses das superpotências, os Estados Unidos e a União Soviética. O Governo Barre inclinou-se em primeiro lugar para os soviéticos, que o ajudou financeiramente até 1977. Os Estados Unidos, aproveitando a ruptura somali com a União Soviética apoiou o regime de Barre, ajudou os somalis a enfrentar a Etiópia na Guerra de Ogaden, esta última apoiada pelos soviéticos.

Em 1980, os clãs passaram a exigir mais autonomia, particularmente nas regiões do norte do país (que inclui a antiga Somalilândia britânica). Barre enviou tropas para controlar os grupos pró-independência mediante a forte repressão, sem sucesso; porque em 1991, as milícias rebeldes foram capazes de penetrar em Mogadíscio que posteriormente foi capturado e pôs fim não só ao seu governo, mas também a integração de seu próprio estado que se desmembrou em diferentes setores controlados pelos líderes dos clãs e o surgimento de novas repúblicas não reconhecidas internacionalmente como a Somalilândia, entre outras.

Desde então, os restos territoriais da Somália são controlados pelos “senhores da guerra” agrupados em clãs e pelo direito consuetudinário dos clãs, deixando o país numa situação de total anarquia, sem um governo efetivo. Ele ainda foi um representante do comunismo islâmico no continente africano.

Siad Barre faleceu em Lagos, Nigéria, em 2 de janeiro de 1995, de ataque cardíaco, aos 75 anos.

(Fonte: Veja, 4 de janeiro de 1995 – ANO 28 – Nº 2 – Edição 1 374 – DATAS – Pág: 89)

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