Sérgio Correia da Costa, serviu por mais de 45 anos o Itamaraty, e foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL)

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Sérgio Corrêa da Costa, diplomata, historiador e escritor

 

Sérgio Correia Afonso da Costa (Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1919 – Rio de Janeiro, 29 de setembro de 2005), acadêmico, advogado, diplomata e historiador.

Sérgio Correia da Costa nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1919. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) em 25 de agosto de 1983.

Ele ocupava a Cadeira número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 14 de junho de 1984. Sérgio foi eleito em 25 de agosto de 1983 e era o 8º ocupante da Cadeira.

Ele era o oitavo ocupante da Cadeira número 7, sucedendo a escritora Dinah Silveira de Queiroz (1911-1982), que foi a primeira mulher a chegar à imortalidade.

Sérgio Corrêa Affonso da Costa nasceu no Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1919, filho de Israel Affonso da Costa e Lavínia Corrêa da Costa.

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (1942), também cursou a Escola Superior de Guerra (1951) e fez pós-graduação na University of California at Los Angeles (UCLA).

Costa entrara para a Academia Brasileira de Letras em 1984, depois de uma carreira como diplomata, que o levou a representar o Brasil em Roma, Londres, Washington e Nova York, como representante do País nas Nações Unidas.

Após servir na Argentina, Itália e Canadá, Costa foi embaixador do Brasil em Washington onde ficou até se aposentar, em 1986. Passou então a reunir em livros a sua riquíssima experiência adquirida em 40 anos de diplomacia.

No livro Brasil, Segredo de Estado – Incursão Descontraída pela História do País ele revela um plano de ataque argentino ao Brasil, durante o império, que fracassara por interferência do Reino Unido.

O fato foi reconstituído em suas incansáveis pesquisas em arquivos antigos. Na ocasião do lançamento, em 2001, em entrevista ele desdenhou o agente 007: “James Bond não sabia de tudo.” Crônica de Uma Guerra Secreta (2004) é o seu último livro.

 

Além de textos técnicos sobre diplomacia, sua obra versava sobre história do Brasil e de nossas relações com outros países. O Imperador dom Pedro I era seu personagem preferido, assunto de três livros, inclusive o de estreia, As Quatro Coroas de Dom Pedro I, lançado em 1942, com prefácio de Osvaldo Aranha, ministro do então presidente Getúlio Vargas.

Sua obra foi publicada aqui e na França, principalmente. Seu último livro, Crônicas de Uma Guerra Secreta, publicado em 2004, levantava a questão da espionagem nazista na Argentina, onde ele fora embaixador durante muitos anos. Era um assunto até então inusitado, o que levou o seu companheiro de Academia, o filólogo Evanildo Bechara, a afirmar que Corrêa da Costa “tinha capacidade de procurar novos caminhos em estradas invisíveis”.

Bechara era companheiro de longa data do embaixador, que foi seu padrinho na eleição para a ABL. “Como historiador, ele tinha a capacidade de se antecipar aos assuntos”. O presidente da ABL, poeta Ivan Junqueira, concorda e vai além. Crônica de Uma Guerra Secreta resultou de anos de pesquisa em que ele descobriu os planos da Alemanha Nazista de ocupar o que hoje Chamamos de Cone Sul.

Na época, Juan Perón era o presidente da Argentina e Getúlio Vargas governava o Brasil sob o Estado Novo”, lembra Junqueira. “Sempre se soube do namoro desses governantes com o fascismo e o nazismo e ele encontrou os documentos que comprovavam isso”.

Outra obra muito elogiada de Corrêa da Costa, Palavras Sem Fronteiras, é um tratado sobre linguística em que ele seleciona expressões de uso corrente do mundo inteiro. “Ele estava preocupado com a hegemonia americana e descobriu que muitas expressões do latim se mantinham intactas na língua inglesa”, continuou Junqueira.

A morte de Corrêa da Costa deixa a casa de Machado de Assis incompleta, depois de três meses em que as 40 cadeiras estavam ocupadas. A eleição mais recente, em fevereiro de 2005, levou o cientista político Hélio Jaguaribe à cadeira que havia sido ocupada pelo economista Celso Furtado.

Com a posse de Jaguaribe, em julho, o quadro havia ficado completo. Hoje, no velório realizado no Salão dos Poetas Românticos do Petit Trianon, postulantes à imortalidade circulam discretamente entre os imortais, embora a vaga só vá ser oficialmente aberta na semana que vem, quando se realizar a sessão de saudade. A sessão de hoje foi suspensa, assim como a mesa redonda sobre o centenário de nascimento do escritor Érico Veríssimo, porque os acadêmicos iriam enterrar o companheiro no mausoléu da ABL, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul do Rio.

 

O acadêmico Sergio Correia da Costa morreu em 29 de setembro de 2005, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, vítima de câncer, aos 86 anos.

O corpo foi velado no salão dos poetas românticos da ABL.

Participam do velório o presidente da instituição, poeta Ivan Junqueira, o jornalista Murilo Melo Filho, Cícero Sandroni, Nélida Piñon e Alberto Venâncio Filho e o ex-ministro Marcílio Marques Moreira, atual presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro.

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