Se tornou a primeira mulher a atingir o ponto mais profundo de todos os oceanos

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Primeira americana a andar no espaço chega ao ponto mais profundo do oceano

 

 

A astronauta Kathy Sullivan, primeira norte-americana a caminhar no espaço. (Imagem: Divulgação/Nasa)

 

Primeira americana a caminhar no espaço alcança o ponto mais profundo do oceano e faz história

Astronauta e oceanógrafa, Kathy Sullivan, mergulhou até um ponto localizado a 10.000 metros de distância do nível do mar

 

 

Imagem submarino que mergulhou nas profundezas da Terra até à Challenger Deep. (Foto: DIREITOS RESERVADOS)

Kathy Sullivan, 68, fez história pela segunda vez no domingo (7). Quase 25 anos depois de ser a primeira norte-americana a caminhar no espaço, a astronauta se tornou a primeira mulher a atingir a Depressão Challenger, o ponto mais profundo de todos os oceanos.

 

A Depressão Challenger está a quase 11 quilômetros da superfície do Oceano Pacífico, na Fossa das Marianas, a cerca de 2.300 quilômetros a sudoeste de Taiwan. Kathy é apenas a oitava pessoa a mergulhar até lá, segundo a EYOS Expeditions, que coordenou a missão.

 

Ela foi copilota do aventureiro milionário Victor Vescovo. Ao final do passeio bem-sucedido, Victor comentou sobre a missão nas redes sociais: “Acabei de voltar da Depressão Challenger. Minha copilota foi a Dra. Kathy Sullivan — agora a primeira mulher a chegar ao fundo do oceano. Parabéns a ela!”.

 

A primeira coisa que Kathy fez depois de voltar à superfície foi ligar para os astronautas da Estação Espacial Internacional. “Como oceanógrafa e astronauta, este foi um dia único na vida: ver a paisagem da Depressão Challenger e compará-la com meus colegas da ISS com o visual espacial e extraordinário de nossa missão”, disse ela em comunicado publicado pela Business Insider.

 

Kathy passou cerca de 10 horas a bordo do Limiting Factor, o veículo submersível que a levou até a Depressão Challenger. Foram necessárias quatro horas para descer à profundidade máxima, a 10.914 metros da superfície, e mais quatro horas para voltar, além de uma hora e meia “investigando” o fundo do oceano.

 

A essa profundidade, a água é muito escura e quase congelante. A pressão é de 11 toneladas por centímetro quadrado — quase mil vezes a do nível do mar. Em seu blog, a astronauta escreveu que visitar a Depressão Challenger submeteu o Limiting Factor a uma pressão “semelhante a de 7.900 ônibus de dois andares”.

 

Mas não há motivo para preocupação: o casco de liga de titânio de quase nove centímetros do Limiting Factor, ainda de acordo com a Business Insider, foi projetado para suportar essa pressão e se deu bem em outras cinco viagens feitas à Depressão Challenger. É o único submersível capaz de fazer esse tipo de mergulho mais de uma vez.

 

Legado na ciência

 

Kathy está acostumada a trabalhar em situações de alta pressão. Durante seus 15 anos de Nasa, ela participou de três missões espaciais, incluindo a responsável por instalar o telescópio Hubble. Ela foi uma das primeiras mulheres a integrar a Nasa, em 1978, e se tornou a primeira norte-americana a caminhar no espaço, em 11 de outubro de 1984.

 

A primeira mulher da história a atingir esse feito foi a russa Valentina Tereshkova, em 16 de junho de 1963, a bordo da Vostok 6. Hoje ela é deputada.

 

Depois de deixar a vida de astronauta, Kathy se dedicou à oceanografia, outra de suas paixões, e chegou a ser cientista-chefe da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), em 1993.

 

A cientista que viajou ao espaço e depois ao ponto mais fundo do oceano

Ex-astronauta da Nasa Kathy Sullivan se tornou primeira pessoa a conquistar, segundo suas próprias palavras, ‘as duas maiores fronteiras físicas que permanecem depois do surgimento da humanidade’.

 

Uma ex-astronauta da Nasa se tornou a primeira pessoa a viajar ao espaço e depois alcançado o ponto mais profundo conhecido no oceano.

“Eu me senti como um alienígena chegando a um planeta estrangeiro e navegando por essa paisagem lunar. Foi bastante notável”, disse Sullivan, de 68 anos, à BBC News.

 

O feito a torna a oitava pessoa e a primeira mulher a atingir essa profundidade, cerca de 11 km abaixo da superfície do Oceano Pacífico.

 

Sullivan passou cerca de uma hora e meia explorando uma vala em um submersível (pequeno veículo de exploração) especialmente construído para suportar a imensa pressão subaquática.

O investidor e explorador Victor Vescovo, que antes se tornara a primeira pessoa a visitar os pontos mais profundos dos cinco oceanos, fez companhia a Sullivan na expedição.

“Nunca me ocorreu que algum dia eu teria essa oportunidade ou que Victor me convidaria para me juntar a ele”, diz Sullivan.

Na profundidade, como na Fossa das Marianas, a água é muito fria, não há luz e a pressão é muito alta. No entanto, de alguma forma, há vida no local — e os pesquisadores estão apenas começando a aprender como as espécies que vivem ali sobrevivem.

O primeiro mergulho no fundo da Fossa das Marianas ocorreu em 1960 pelo tenente da Marinha dos Estados Unidos Don Walsh e pelo engenheiro suíço Jacques Piccard. Ele viajaram no Trieste, um tipo de submarino de exploração conhecido como batiscafo.

Meio século depois, em 2012, o diretor de cinema James Cameron mergulhou até o local em seu submarino verde-claro.

Este mergulho mais recente fez parte da Expedição Ring of Fire — uma tentativa de explorar os pontos mais profundos do Oceano Pacífico.

Sullivan se tornou astronauta da Nasa em 1979 e fez história em 1984 como a primeira mulher americana a concluir uma viagem espacial.

Ela ficou mais de 532 horas no espaço. Em 2004, entrou no Astronaut Hall of Fame (Hall da Fama dos Astronautas dos Estados Unidos).

Depois, ela se Juntou à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), entidade que passou a chefiar.

Em uma conversa por telefone com a BBC, enquanto ainda estava no mar, Sullivan descreveu o oceano e o espaço como as “duas maiores fronteiras físicas que permanecem depois do surgimento da humanidade”.

Agora ela se tornou a primeira pessoa a percorrer essas duas fronteiras, sob condições muito diferentes uma da outra.

A Estação Espacial Internacional (ISS) é cercada pelo vácuo do espaço, enquanto o submarino opera sob uma pressão esmagadora de oito toneladas por polegada quadrada, cerca de mil vezes a pressão atmosférica padrão no nível do mar.

“Sou treinada tanto como cientista quanto como engenheira, de modo que a experiência de estar dentro de veículos especializados— o ônibus espacial nos meus dias de astronauta e o fator limitante nesta expedição — é infinitamente fascinante para mim”, diz ela.

“Eles são tapetes mágicos para mim, algo que nos permite ir a lugares que os seres humanos, de outra forma, não podem alcançar.”

Antes de se tornar astronauta, Sullivan completou seus estudos de doutorado em geologia na Universidade de Dalhousie, no Canadá, e realizou uma variedade de expedições oceanográficas.

Ela não demorou para aceitar o convite de explorar o ponto mais fundo do oceano.

“Como oceanógrafa, ver em primeira mão o ponto mais fundo do oceano, local onde está acontecendo um processo geológico extraordinariamente poderoso, é diferente de ver imagens ou dados de outras pessoas fazendo isso”, diz ela.

Rob McCallum, sócio fundador da EYOS Expeditions, que ajudou a organizar a logística da missão, diz que Sullivan é uma “profissional apaixonada e defensora” dos oceanos do mundo.

“Ela tem muita experiência no uso da tecnologia para avançar na exploração. Como educadora e defensora do oceano, ela poderá destacar os benefícios da ciência no futuro”, diz ele.

Ao retornar à base após o mergulho, Sullivan e Victor Vescovo fizeram uma ligação para a Estação Espacial Internacional, que fica cerca de 400 km acima da Terra.

“Era para conectar indivíduos que são exploradores de grandes fronteiras e celebrar o que compartilhamos em termos de desejo de explorar e celebrar a engenharia que permite que essas incríveis expedições aconteçam”, diz Sullivan.

“Foi como uma reunião para mim”, afirma.

Ela espera que expedições como essa possam incentivar mais pessoas a continuar ultrapassando as fronteiras do nosso mundo conhecido.

“Por décadas, eu me descrevi como astronauta, cientista e exploradora. Vou continuar a explorar”, diz ela.

“Espero poder inspirar outras pessoas a entender como intrinsecamente os humanos são exploradores, como é natural e essencial que continuemos a explorar todas as dimensões do nosso universo e de nós mesmos.”

Esses impulsos para a exploração e inovação vão ajudar a impulsionar a humanidade, diz ela.

“É isso que criará as próximas tecnologias que transformarão nossas vidas. E é isso que criará a capacidade de tirar a humanidade da pobreza e resolver a crise da saúde”.

(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia – NOTÍCIAS / CIÊNCIA / Por Pooja Chhabria – Serviço Mundial da BBC – 11 JUN 2020)

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(Fonte: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/06/09 – UNIVERSA / MULHERES INSPIRADORAS / De Universa, em São Paulo – 09/06/2020)

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