Roger Enrico, ex-CEO da PepsiCo, foi um dos grandes concorrentes da Coca-Cola e membro do Hall da Fama da Publicidade

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Roger Enrico, pioneiro da PepsiCo

 

Membro do Hall da Fama da Publicidade, executivo foi um dos grandes concorrentes da Coca-Cola e lembrado por um marketing de ruptura

 

 

 

Roger Enrico (Chisholm, Minnesota, 11 de novembro de 1944 – 1° de junho de 2016), ex-CEO da PepsiCo e um dos guerreiros na batalha das colas que liderou ações de marketing disruptivas e cheias de entretenimento.

 

 

Enrico, passou 30 anos na PepsiCo, incluindo o período como CEO, de 1996 a 2001, quando se aposentou. Seu legado inclui coordenar anúncios que conectaram a marca de cola a estrelas como Michael Jackson, Tina Turner e Lionel Richie por meio da campanha “Escolha da nova geração”.

 

 

As realizações de Enrico incluem liderar a companhia numa reestruturação que enfatizou snacks e bebidas. Em 1997, ele desmembrou a divisão de restaurantes da PepsiCo tornando-a uma empresa independente, criando, assim, a Yum Brands. Sob seu comando, a companhia adquiriu a Tropicana, em 1998, e a Quaker Oats Co., incluindo a Gatorade, em 2000. Mas nos círculos de marketing ele será lembrado por sua perspicácia na publicidade.

 

 

“Ele apresentou as marcas da PepsiCo por meio de campanhas memoráveis nos Estados Unidos, em torno de celebridades no auge de suas carreiras”, de acordo com a biografia no Hall da Fama da Publicidade, da Federação Americana de Publicidade, que o introduziu como membro em 2005. “Como resultado, ele influenciou fortemente a publicidade ao posicionar a música popular como parte integrante de muitas campanhas de destaque. No mercado atual, esse tipo de ‘brandertainment’ é padrão, mas era algo inovador quando Enrico o iniciou”.

 

 

Michael Jackson foi um dos grandes embaixadores da Pepsi

 

 

Enrico foi fundamental em tornar Jackson um porta-voz da marca, trabalhando ao lado do então executivo-chefe de marketing Alan Pottasch e Phil Dusenberry, da BBDO. Como CEO da Frito-Lay, da PepsiCo, ele colocou (o ator) Chevy Chase como porta-voz da Doritos, de acordo com esse artigo de 1996, no Ad Age.

 

 

Numa coluna de 1997, o editor-chefe do Ad Age, Rance Crain, se referiu a Enrico como “o homem com a maior responsabilidade sobre a publicidade poderosa da companhia”, citando anúncios como Rold Gold, estrelado por Jason Alexander, um ex-nerd secudarista que supera o atleta e conquista a menina.

 

 

Enrico literalmente escreveu o livro da guerra das colas, sendo autor de “O outro cara pestanejou: Como a PepsiCo venceu a guerra das colas”. O livro, publicado em 1986, foi um relato interno da batalha com a Coca-Cola, incluindo o desastre da New Coke. Quando a New Coke chegou às gôndolas, a PepsiCo veiculou um anúncio de página inteira de jornal com aspas de Enrico dizendo “Depois de 87 anos de olho no olho, o outro cara pestanejou. Não há dúvida de que o longo sucesso de mercado da PepsiCo forçou essa iniciativa”.

 

 

A Coca-Cola, claro, permanece como marca de cola mais vendida hoje. Mas o marketing da PepsiCo sob o comando de Enrico foi largamente aclamada como um sucesso. O ex-CEO da BBDO Allen Rosenshine numa entrevista nesta quinta-feira relembrou quão de perto Enrico trabalhou com a agência. “Como executivo-chefe, ele ficava, no entanto, verificando storyboards e era de forma muito pessoal e intimamente envolvido com o desenvolvimento da publicidade, assim como de sua execução efetiva”, afirmou. Rosenshine ainda acrescentou: “Sua liderança no ressurgimento da marca Pepsi, trazendo Michael Jackson ao plano de marketing e de publicidade e seu comando de forma geral em criar para a Pepsi um posicionamento que a distinguisse em última instância da Coca-Cola é um dos grandes sucessos de marketing na história da indústria nos Estados Unidos”.

 

 

 

Hoje padrão, utilizar pop stars, como Lionel Richie, em campanhas era algo ousado para o mercado

 

 

O CEO da Coca-Cola, Muhtar Kent, afirmou em comunicado: “Roger era um concorrente feroz, um embaixador apaixonado e um campeão de sua empresa e da nossa indústria. Todos nós da Coca-Cola oferecemos nossas mais profundas condolências à família de Roger e à família PepsiCo neste período de tristeza e perda. Roger não era apenas um profissional de marketing inovador e um líder inspirador, mas um verdadeiro amigo que desafiou a todos nós a competir mais e pensar maior. Considero-me afortunado e honrado de chamá-lo de amigo desde que o conheci em 1990. Todos sentiremos falta do caro Roger em todos os aspectos”.

 

 

Enrico nasceu em novembro de 1944, em Chisholm, Minnesota, filho de um capataz de uma fábrica de processamento de minério de ferro. Ele foi voluntário da Marinha e serviu no Vietnã. Ele “gostava de dizer que transportar combustível no Vietnã foi sua primeira lição em ‘como entregar líquidos preciosos ao consumidor’”, de acordo com uma biografia enviada pela PepsiCo ao Ad Age.

 

 

O executivo começou a trabalhar na PepsiCo em 1971 como brand manager da Frito-Lay. “Ele teve papel determinante no crescimento da PepsiCo, liderou cinco de nossas divisões operacionais e se tornou o único executivo da PepsiCo a atuar como CEO de nossos negócios de snacks, bebidas e restaurantes”, de acordo com essa mesma biografia fornecida pela PepsiCo.

 

 

Depois de sua aposentadoria em 2001, ele foi presidente do conselho da Dream Works Animation e era membro da National Geographic Society, do Fundo de Defesa do Meio Ambiente e do American Film Institute.

 

Enrico, que tinha 71 anos, faleceu em 1° de junho de 2016, enquanto mergulhava nas Ilhas Cayman, onde tinha uma casa.

 

“Hoje é um dia extremamente triste para a família PepsiCo, por termos perdido uma das verdadeiras lendas de nossa companhia e indústria”, afirmou em comunicado Indra Nooyi, CEO da PepsiCo. “Roger Enrico era simplesmente um dos profissionais de marketing mais criativos de sua ou de qualquer outra geração. Ele assumia riscos, nunca tinha medo de desafiar o status quo ou de realizar movimentos arrojados para estar à frente. Ele era firme como aço, sempre preparado para ter um novo job pronto e superar a concorrência. Ao mesmo tempo, tinha um amor genuíno por nossas equipes e paixão por dar a elas condições de atingir seu potencial máximo”.

 

(Fonte: https://dev.meioemensagem.com.br/home/marketing/2016/06/03 – Meio & Mensagem – MARKETING / *Por E. J. Schultz, do Advertising Age – 3 de junho de 2016)

(*) Tradução: Roseani Rocha

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