Riachão, foi um dos símbolos do samba, autor de ‘Cada Macaco no Seu Galho’ e ‘Vá Morar com o Diabo’, era ícone do gênero na Bahia

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Riachão, sambista baiano, foi um dos símbolos do samba

 

Autor de ‘Cada Macaco no Seu Galho’ e ‘Vá Morar com o Diabo’, cantor e compositor era ícone do gênero na Bahia

 

 

Clementino Rodrigues (Salvador, Bahia, 14 de novembro de 1921 – 30 de março de 2020), cantor e compositor, mais conhecido como Riachão. O sambista foi um dos ícones do samba da Bahia. Dono de grandes sucessos como “Cada Macaco no Seu Galho” e “Vá Morar com O Diabo”, o sambista também teve um documentário “Samba Riachão” (2001), dirigido por Jorge Alfredo, e nas telonas apareceu no filme “A Grande Feira” (1961), longa-metragem de Roberto Pires.

 

Clementino Rodrigues, nome de batismo, estava ao lado de compositores do samba como Batatinha, Ederaldo Gentil e Nelson Rufino. Riachão é autor de Cada Macaco no Seu Galho, regravada por Gilberto Gil e Vá Morar com o Diabo, na voz de Cássia Eller.

Nascido em Salvador, os pais de Riachão saíram de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo, para a capital baiana. Nos anos 40, já conhecido nas rodas de samba e da malandragem, estreou na Rádio Sociedade da Bahia. Ganhou o título de “cronista musical da cidade”. Sua linhagem é a nobre dos grandes sambistas.

 

Mas não saiu da Bahia – e o sucesso foi menos nacional do que local.Em 1972, Caetano Veloso e Gilberto Gil gravaram um samba dele – Cada Macaco no Seu Galho. Estavam voltando do exílio londrino e o samba ganhou sentido político, embora a intenção do autor fosse prosaica: Riachão era sócio de um pequeno negócio, que lhe rendia algum dinheiro e começou a não dar certo.

Mandou o sócio passear: “Cada macaco no seu galho”, disse-lhe. É o que conta no programa. Conta, ainda, que, um dia, leu, numa revista, uma frase que considerou insultante: “Se o Rio não escrever, a Bahia não canta.” Tomado de brios, largou o ofício de alfaiate e resolveu ser o cantor da Bahia.

 

Além do samba – Embora seu nome esteja sempre associado ao samba, Riachão compõe também marchas, modas, toadas. No programa, canta uma toada, Linda Morena, a duas vozes com o velho companheiro Sabiá. E canta um samba novo com o jovem parceiro Paquito, co-produtor (com J. Velloso) de seu CD Humanenochum, lançado como brinde e com lançamento comercial ainda não programado.

Elegante, à sua maneira, de gorro e sapatos brancos, paletó xadrez e toalha em volta do pescoço, Riachão é bem falante, orgulhoso de sua terra e sua música. Ainda hoje, pontifica no famoso Mercado Modelo, no centro velho de Salvador, e encarna a estirpe do bom malandro – bom de música e de copo, rei da madrugada – que as grandes cidades não sabem mais abrigar.

 

Riachão faleceu em 30 de março de 2020, aos 98 anos. O sambista morreu durante a madrugada enquanto dormia em sua casa, no bairro do Garcia, em Salvador.

(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/musica – DIVERSÃO / MÚSICA – 30 MAR 2020)

ESTADÃO Conteúdo

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