Primeiros Telefones Públicos

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Os primeiros TPs surgiram nos EUA, em 1878. Eram aparelhos comuns instalados em “estações telefônicas” que consistiam geralmente, em uma sala com uma atendente para fazer a cobrança e, se necessário, ajudar o usuário. Contudo, com o entusiasmo vitoriano por máquinas vendedoras automáticas, não demorou muito para que inventassem um mecanismo para coletar moedas automaticamente.
Em meados da década de 1880, existiam já, várias patentes de caixas coletoras. Na Inglaterra, foram logo instaladas em Manchester, e em muitas outras centrais de Lancashire, ao mesmo tempo que as caixas coletoras “Smith e Sinclair” (nomeados seus inventores) foram usadas em Glasgow, Escócia.
Nos EUA a primeira patente é de 1885. E a primeira caixa coletora da América foi instalada em Hartford, Connecticut, em 1889, cidade que se transformou em grande centro de fabricação de TPs, com a Companhia de Telefones Públicos Gray.
No início do século XX, haviam dois tipos de caixas coletoras, as integradas ao telefone, e as adaptadas a um aparelho comum. Aquelas localizavam-se em postos telefônicos pertencentes às companhias telefônicas que cobravam uma tarifa para a utilização, a as outras eram instaladas em bares, cafés, padarias e outros estabelecimentos comerciais que tivessem contrato com a companhia telefônica. Estes possuíam uma caixa coletora que ao final do mês era contabilizada por um funcionário da companhia, caso a quantia arrecadada fosse menor que o estipulado em contrato, o comerciante pagava a diferença e, se fosse maior, recebia uma porcentagem do arrecadado. Este princípio, nos anos 20, chamado de semi-público, foi muito usado no Brasil, na área abrangida pela CTB (Companhia Telefônica Brasileira), e retornou, nos anos 60, como “vilafone”.
A história dos TPs é cercada de problemas e curiosidades. Um problema que requeria solução era quando o cliente introduzir a moeda, se antes de falar ou depois. Outro era quanto a devolução das moedas quando a ligação não se completasse.
Vários processos mecânicos e elétricos foram adotados. Primeiramente tentou-se o princípio de que o usuário colocaria a moeda antes de falar. Depois foi estabelecido que o pagamento se faria após o usuário pedir a ligação à telefonista e obtê-la.
Uma forma curiosa de se tentar resolver problemas foi instalar o TP numa cabine cuja porta se fechava automaticamente logo que o cliente entrasse, e só abriria com o depósito da moeda numa abertura da porta fechada, não importando se a ligação tivesse sido completada ou não.
Nos TPs de pagamento posterior o sinal de linha na estação era dado quando o fone era retirado do gancho. A telefonista obtendo o número desejado fazia a ligação. Se a linha estivesse disponível, pedia ao usuário que depositasse na caixa coletora, a moeda que produzia um ruído característico, indo cair em um compartimento de depósito.
Nos de pagamento prévio, o sinal de linha era dado pela telefonista após a colocação da moeda na caixa coletora, ficando retida em um determinado ponto e daí poderia ser recolhida ao depósito, quando a ligação era estabelecida ou devolvida, quando a ligação não era completada. A coleta da moeda e a devolução ficavam a cargo da telefonista que antes de comprimir o botão de “devolução de moedas”, para restituir ao cliente, dava uma aviso para evitar que ele se retirasse sem a moeda.
Os primeiros TPs de pagamento prévio, na área da CTB, foram instalados na cidade de Santos (São Paulo), a partir de março de 1934, com utilização de moedas de 400 réis. Em 1945, devido a escassez dessas moedas a Companhia modificou o dispositivo interno dos aparelhos que começaram a funcionar com duas moedas de 20 centavos. Essas caixas coletoras, a título de experiência, foram colocadas na Galeria Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
Visando facilitar o uso, devido as trocas de moedas, algumas companhias introduziram as fichas. No entanto, essas fichas eram exclusividade de cada companhia, de cada localidade. Em 1964 foi introduzido o sistema padronizado na área da CTB e, em 1970, foi implantado, já pela Telebrás, o sistema em todas as companhias do Brasil.
Até meados de setembro de 1971, no Brasil, não eram usados TPs nas calçadas, apenas em interiores. Nesta época, na cidade de São Paulo, foram realizadas experiências com 13 cabines circulares de fibra de vidro e acrílico. O resultado foi desastroso devido ao uso inadequado e as ações de vandalismo. Para substituí-las a CTB-Divisão São Paulo, desenvolveu um projeto também em fibra de vidro que, apelidado carinhosamente, pela população de “Orelhão”, passou a ser utilizado em grande escala, ganhando as ruas de todo o Brasil, e até de alguns outros países. Foram apresentados à população em 20 e 25 de janeiro de 1972, nas comemorações dos aniversários das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
Os “Orelhões” passaram com sucesso os anos 70, 80 e entraram nos 90 fazendo parte de nossa paisagem.
Em abril de 80, a já Telesp, iniciava um novo projeto para cabines em concreto com inserção de vidro temperado incolor tendo como experimento piloto a Capital de São Paulo, as cidades litorâneas de Santos, Guarujá e São Vicente e ainda Campinas, no interior.
Com a aprovação da população, esse projeto estendeu-se por todo o Estado.

Em meados da década de 70, foram introduzidos dois modelos diferentes de aparelhos, um, o vermelho, para ligações locais, e outro, o azul, para ligações interurbanas, cada qual com sua correspondente ficha padronizada para todo o território nacional. A primeira central escolhida como piloto do projeto foi a “577”, no Jabaquara (São Paulo), e para primeiro ponto interurbano que receberia as chamadas, devido ao interesse de tráfego, foi designado o Rio de Janeiro, com o código de acesso “021”.
Em julho de 1975, é fundada a Icatel, primeira empresa totalmente brasileira a projetar e fabricar um aparelho de TP, sendo a Telepar a primeira empresa a utilizá-lo.
No Grande Prêmio de Fórmula I, no Autódromo de Interlagos, São Paulo, realizado no início de 1992, foi apresentado o primeiro TP a Cartão brasileiro. Desenvolvido pelo CPqD (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Telebrás), levando em conta até as características de nosso clima, resultou em um cartão indutivo que queima créditos à medida que as ligações são efetuadas. Mas, só em junho, durante a ECO 92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, que contou com a participação de vários chefes de Estados, ONGs e autoridades, é que foi lançado oficialmente. São aparelhos que se comunicam com uma unidade centralizada para reportar defeitos, receitas, tráfego e outras informações necessárias automaticamente, e ainda que possibilitam ligações locais e interurbanas e não tem cofre.
Até agosto de 1982, no Brasil não era possível receber chamada através dos TPs.Com a inauguração do primeiro “Orelhão Comunitário” em São Paulo, na favela de Vila Prudente, os aparelhos começam a tocar, e com a introdução dos TPs a Cartão, em 1997, dá-se a implantação generalizada, no Estado de São Paulo, de TPs que recebem chamada.

O telefone público é daqueles que não possuem telefone e dos que possuem também É da gente de todas as idades, de todos os sexos, raças e credos. É de todos. É uma das expressões de cidadania.
Cuidar para estejam sempre à disposição e comunicando é também dever de todos.

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