PRIMEIRA LINHA DE LONGA DISTÂNCIA ENTRE PORTO ALEGRE E PELOTAS

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PRIMEIRA LINHA DE LONGA DISTÂNCIA ENTRE PORTO ALEGRE E PELOTAS

A Evolução da telefonia no Rio Grande do Sul.
Tudo começou em 1876, quando D. Pedro II, imperador do Brasil, visitou a exposição do Centenário da Independência dos Estados Unidos, na Filadélfia. De uma forma inusitada, o telefone foi divulgado no mundo, despertando o interesse pela novidade. Isso se deu quando D. Pedro II, na exposição, exclamou “Meu Deus! Isso fala!” Após conhecer o aparelho, prometeu a Graham Beel, inventor daquele aparelho magnífico, que iria introduzir o pequeno falante no Brasil, pois sentira de perto os benefícios que ele poderia proporcionar aos homens. No ano seguinte, as primeiras linhas telefônicas do Brasil foram instaladas no Rio de Janeiro, conectando a residência imperial, no Palácio da Quinta da Boa Vista, às residências dos ministros de Estado.
No Rio Grande do Sul, demorou mais um pouco. Porto Alegre foi á sexta cidade brasileira a contar com telefones. Aqui tudo começou em 1884, quando o comendador Luiz Augusto Ferreira de Almeida, residente no Rio de Janeiro, obteve junto à Câmara Municipal de Porto Alegre a concessão para implantar linhas telefônicas na capital. Após algum tempo, a concessão foi transferida para a Companhia Telefônica do Brasil, que era sediada no Rio de Janeiro. Dois anos mais tarde, a Companhia União Telephônica inaugura o Centro Telefônico de Porto Alegre, na esquina da rua Riachuelo com a General Câmara. Na ocasião, o presidente da Província e, mais tarde, da República, Marechal Deodoro da Fonseca, estava presente. Ele fez a primeira ligação telefônica de Porto Alegre, onde hoje é a Biblioteca Pública Estadual. Não se sabe ao certo para quem ele ligou, mas se sabe que este foi o primeiro “alô” da capital.
Nove anos mais tarde, em 1895, a Companhia União Telephônica implantava seus serviços nas cidades de Pelotas e Rio Grande. Mais tarde, a empresa Ganzo, Duruty e Cia expandiu os serviços Telefônicos em Porto Alegre, Pelotas, Rio Grande, São Leopoldo, Montenegro, Caí e Pedras Brancas.
Com uma demanda social crescente no Estado, foi fundada em 1908 a Companhia Telephônica Riograndense, e um ano depois é inaugurada a primeira central telefônica a bateria central, que na época era a mais moderna em tecnologia, tornando assim a capital gaúcha a quinta cidade do mundo e a primeira da América do Sul a dispor de um equipamento semelhante. O sistema era semi-automático, e por esse motivo surgiram as telefonistas. Em 1912 foi inaugurada a primeira linha de longa distância entre Porto Alegre e Pelotas.
Finalmente, em 1922, foi inaugurada a primeira central automática de Porto Alegre, que se tornou a primeira cidade no Brasil e a terceira na América a implantar este tipo de central. A segunda a instalar central automática no Brasil foi Rio Grande, em 1925. Logo após, os fios de ferro começaram a ser trocados por um circuito metálico e por fios de cobre. Nessa época surgiram as primeiras escolas com preparação técnica no setor elétrico, nas quais aparecia uma disciplina chamada Telecomunicações.
Em 1927, a empresa norte-americana International Telephone and Telegraph Corporation (ITTC) se torna acionista majoritária da Companhia Telefônica Riograndense (CTRG). Três anos após, a ITTC incorpora a Companhia Telefônica Paranaense, modificando a denominação da CTRG para CTN, Companhia Telefônica Nacional, que tinha sede no Rio de Janeiro. Para fiscalizar a CTN e editar a política de desenvolvimento das telecomunicações, o governo do Rio Grande do Sul cria, em 1953, a Comissão e o Conselho Estadual de Comunicações.
Em 1960 é sancionada a Lei de Retomada dos Serviços Telefônicos, pela qual o Estado subscreve 51% das ações. Em 1962 é sancionado o decreto que autorizava a retomada dos serviços telefônicos até então prestados pela CTN, surgindo os Serviços Telefônicos Retomados. Nessa época, o Estado contava com cerca de 30.500 terminais instalados.
Ainda nesse ano, foi realizada a Assembléia Constituinte da CRT, onde foi eleita e empossada a primeira diretoria. Em maio desse mesmo ano, ocorreu a primeira sessão ordinária do Conselho Consultivo, onde o Projeto Prioritário foi apresentado. Ele tinha o objetivo de atender às mínimas necessidades de telecomunicações no Estado, e teve aprovação unânime. Em agosto, foi criado o Conselho Nacional de Telecomunicações (Contel).
Em 1967, os bens da CTN foram transferidos em comodato de uso para a CRT e, em dezembro, foram incorporados parcialmente. Em fevereiro do ano seguinte, a CRT começou a operar diretamente os serviços de telecomunicações no Rio Grande do Sul.
A tecnologia continuou avançando. Em 1968, foi implantada a primeira rota de microondas entre Porto Alegre e Caxias do Sul. E, em 1969, o Sistema de Discagem Direta a Distância (DDD) entre Porto Alegre e São Paulo. O Estado gaúcho foi o primeiro à ter o suporte necessário para a implantação deste sistema e o primeiro a se beneficiar deste serviço.
Em 1972, o governo federal criou a Telebrás, que controlava a operação e a expansão de todo o sistema telefônico nacional, incorporando todas as empresas de telecomunicações estaduais, exceto da CRT. Surgem, então, os famosos tijolões. Em 1991, foi publicado o edital de telefonia móvel celular da CRT e no ano seguinte é lançado e ativado o Serviço Móvel Celular em Porto Alegre e Região Metropolitana/Litoral, com a instalação de 4 mil terminais celulares. Em 1996, já são 100 mil aparelhos espalhados pelo Estado. No mesmo ano, o Conselho de Administração da CRT acaba com o vínculo entre a posse do telefone convencional e ações da empresa, e é liberada a venda delas.
As telecomunicações no Rio Grande do Sul e no mundo inteiro estão em constante mutação. A telefonia móvel, por exemplo, deu um grande salto de tecnologia no setor, ultrapassando até mesmo a do telefone fixo. Uma Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, de outubro de 2006, já mostrava que o número de residências com apenas telefone celular era maior do que o de residências apenas com telefone fixo.
CURIOSIDADES DA TELEFONIA
– As primeiras telefonistas deveriam ter mãos hábeis – passavam o dia conectando e desconectando cabos – e também ser superdiscretas. A pessoa que queria ligar para um lugar deveria chamar a telefonista e pedir a ligação. Esta, ligava um cabo que conectava o telefone desta pessoa no telefone desejado. Como não sabia quando a conversa iria terminar, ela entrava na linha de tempos em tempos para verificar. Dessa forma, era possível saber da vida de todos da cidade.
– A primeira lista telefônica de Porto Alegre de que se tem notícia foi publicada no jornal. E não trazia o número de telefone dos assinantes, mas apenas o nome.

(Fonte: Conselho em revista – MEMÓRIA – N.º 30 – www.crea-rs.org.br – Pág; 20)

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