Paul Bley, pianista se apresentou e gravou com nomes, como Ornette Coleman, Charles Mingus, Charlie Parker e Chet Baker

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Nome aclamado do free jazz, ele lançou cerca de cem álbuns ao longo da carreira

Paul Bley se apresenta no Rio como atração do Chivas Jazz Festival, em 2003 - (Foto: Fábio Seixo / Agência O Globo)

Paul Bley se apresenta no Rio como atração do Chivas Jazz Festival, em 2003 – (Foto: Fábio Seixo / Agência O Globo)

Mestre do improviso, ele tocou com Charlie Parker, Mingus e Chet Baker.

Paul Bley (Montreal, 10 de novembro de 1932 – Flórida, 3 de janeiro de 2016), pianista de jazz canadense, fortemente identificado com a vanguarda do jazz americano

Ao longo de quase sete décadas de carreira, o músico canadense se apresentou e gravou com nomes fortes do gênero, como Ornette Coleman, Charles Mingus, Charlie Parker e Chet Baker. 

Paul Bley, com uma carreira de sete décadas, começou a estudar música aos 5 anos e formou sua primeira banda em Montreal, quando tinha 13 anos.

Ele foi um dos cofundadores do Montreal Jazz Workshop, estudou na Julliard School e tocou e gravou com grandes nomes do jazz como Charlie Parker, Charles Mingus, Chet Baker, Jimmy Giuffre e muitos outros.

Bley era conhecido como o mestre da improvisação e uma influência no movimento de vanguarda dos anos 1960 e 1970.

Nascido no dia 10 de novembro de 1932, em Montreal, Bley começou a estudar música clássica cedo, e, aos cinco anos de idade, deu o seu primeiro recital de violino. Dois anos depois, ele descobriu o piano e o jazz. Aos 13, já tinha formado sua primeira banda, batizada de Buzzy Bley Band. Com 17, mudou-se para Nova York, onde se formou na prestigiada Julliard School. Aos 20, estava tocando com astros como Charlie Parker, Charles Mingus e Art Blakey.

Nome forte do free jazz, o músico canadense, aclamado pela inovação de suas composições e pelo seu virtuosismo, também se notabilizou pelas frases de efeito que soltava em entrevistas. Em uma delas, afirmou que “a prática traz a perfeição, mas a imperfeição é melhor”. Em outra oportunidade, ele opinou: “partituras são senis. Gravar faz um trabalho muito melhor” — o que pode justificar os cerca de cem álbuns que lançou entre 1953 e 2014, contando apenas a sua carreira solo.

O pianista de jazz canadense, Paul Bley, e foto sem data. (Foto: Hans Kumpf/ECM Records via AP)

O pianista de jazz canadense, Paul Bley, e foto sem data. (Foto: Hans Kumpf/ECM Records via AP)

 

Em meio a uma extensa agenda de gravações, Bley ainda achava tempo para fazer turnês mundiais e parcerias com nomes como Ornette Coleman, Lester Young, Ben Webster, Sonny Rollins, Charles Mingus, Chet Baker, Jimmy Giuffre, Carla Bley (sua ex-mulher), Charlie Haden, Paul Motian e Lee Konitz.

Na última vez em que esteve no Brasil, em 2003, como uma das atrações do Chivas Jazz Festival, realizado no Rio e em São Paulo, ele deu entrevista, e criticou o jazz brasileiro: “Adoro a música daí, mas acho que ela está um pouco presa aos anos 60, ao trabalho de Stan Getz. Precisa de uma atualização”.

 

EXPERIMENTOS COM NOVAS TECNOLOGIAS

 

Parte essencial da revolução do jazz de improviso na cena de Nova York da década de 1960, o pianista costumava dizer que “ensaios eram contraproducentes” e que “a repetição é uma espiral descendente”. Sempre em busca de novas sonoridades (ele descobriu uma forma de tocar o piano percutindo suas cordas com a mão), Paul Bley foi um dos primeiros músicos de jazz a explorar os efeitos dos sintetizadores criados pelo americano Robert Moog, introduzindo elementos de música eletrônica em suas composições ainda no fim da década de 1960.

“A maneira com que Bley comanda o teclado, a densidade de suas improvisações e a amplitude de seu conhecimento fazem dele uma figura sólida no jazz — apesar de não ser tão celebrado quanto outros”, opinou John Fordham, crítico de jazz do jornal inglês “The Guardian”, após assistir a um show de Bley em Londres, em 1987.

Paul Bley faleceu em 3 de janeiro de 2016, aos 83 anos, em sua casa na Flórida, nos Estados Unidos.

No Facebook, o pianista canadense Adrean Farrugia lamentou a morte do compatriota: “Para mim, Paul Bley é o maior e mais historicamente significante pianista de jazz que o Canadá já produziu. Ele nunca colocou a aprovação do grande público e números de vendas a frente do compromisso com seu desenvolvimento musical, e, assim, esculpiu um som único, misterioso e belo”.

Bley deixa a mulher, Carol Gross, suas filhas, Vanessa Bley e Angelica Palmer, os netos Felix e Zoletta Palmer, e Solo Peacock, filha de seu casamento com a cantora e compositora americana Annette Peacock.

(Fonte http://g1.globo.com/musica/noticia/2016/01 – MÚSICA – Da Reuters – 06/01/2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/musica -18410897#ixzz3wOnVwS2X – CULTURA – MÚSICA – POR O GLOBO – 05/01/2016)

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