Nikita Kruchev, ex-primeiro-ministro, líder e chefe de Estado russo Nikita Sergueievitch Kruchev

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Se tornou um dos homens mais poderosos do mundo

Nikita Kruchev (Kalinovka, Rússia, 15 de abril de 1894 – Moscou, 11 de setembro de 1971), ex-primeiro-ministro soviético, líder e chefe de Estado russo Nikita Sergueievitch Kruchev. Era baixo, gordo e calvo; suas roupas eram tão mal talhadas quanto os traços plebeus de um rosto marcado de verrugas, nascido em Kalinovka, província de Kursk, no dia 15 de abril de 1894. Não parecia um líder, e muito menos um chefe de Estado, quando comparado a seus contemporâneos. Falta-lhe a juventude de um Kennedy, a olímpica arrogância de um De Gaulle, a suave elegância de um Macmillan.

 

No entanto, durante os onze anos em que ocupou o Kremlin, Nikita Sergueievitch Kruchev conviveu em pé de igualdade com os líderes mundiais de seu tempo. E quase todos conheceram de perto a dificuldade de superá-lo em astúcia e manhas. Ele se orgulhava abertamente de ter chegado, por méritos próprios, a dominar grande parte do bloco comunista e a colocar em suspense, mais de uma vez, o mundo inteiro.

Mas talvez tenha sido justamente seu espírito fanfarrão, sua gargalhada e gestos expansivos de camponês que, pela primeira e até agora única vez, deram ao mundo ocidental a dimensão humana de um governante soviético. Kruschev liderou a União Soviética de 1953 a 1964. Em 1931 transferiu-se para Moscou e, em 1935, tornou-se primeiro secretário do comitê do partido da cidade de Moscou.

Três anos depois, tornou-se o primeiro secretário do partido na Ucrânia. Durante a Segunda Guerra Mundial, Nikita Kruschev participou da batalha de Stalingrado e da libertação de Kiev. Em 1949, retornou a Moscou e encarregou-se da planificação agrícola de toda a União Soviética. Em 1953, com a morte de Joseph Stalin, Kruschev participou e venceu a disputa interna pela sucessão do ditador, tornando-se líder do Partido Comunista.

Batidas do coração – Sua auto-suficiência explodia sem aviso prévio, como naquela manhã de 1960, quando Kruchev estava no auge do poder. Irritado pela frieza profissional e respostas evasivas de um grupo de diplomatas ocidentais por ele convocado, exclamou: “Quando converso com os senhores, às vezes me espanto.

Todos frequentaram universidades célebres – Harvard, Oxford, Sorbonne. Quanto a mim, jamais tive boa instrução. Andava descalço e vestido de andrajos. Enquanto os senhores ficavam nas creches, eu guardava vacas por 2 copeques. No entanto, aqui estamos reunidos e eu posso fazer aquilo que bem entender”.

Gestos como esse, embora marcados pela espontaneidade, não identificavam apenas o seu temperamento; eram, também, traços de uma imagem política deliberadamente construída. Durante um congresso de sindicatos em Moscou, em 1961, Kruchev chegou a afirmar: “Talvez se diga que Kruchev está fazendo propaganda.

Se pensam assim, não estão enganados. Sim, fui, sou e serei um propagandista. Enquanto o coração bater em meu peito, farei a propaganda das ideias marxistas-lenistas e da construção do socialismo”. O seu coração batia, certamente, de maneira sempre e pouco ortodoxa, como no já lendário episódio de 1960, quando pontilhou seu discurso de estreia na Assembleia Geral da ONU com sapatadas na tribuna.

O pigmeu –- Durante o reinado de Stálin, talvez o dado mais importante da atuação de Kruchev tenha sido a sua capacidade de sobreviver. No entanto, sua experiência política até a morte do ditador, em 1953, havia sido estritamente regional. Ao assumir sozinho o poder, como chefe supremo da União Soviética, poucos imaginavam que Nikita conhecia talvez por intuição, os segredos da liderança e do mando.

Na época, a comparação com Stálin era-lhe sempre desfavorável: um pigmeu, dizia-se, sucedera a um gigante. Mas, aos sessenta anos de idade, da semi-obscuridade política tornava-se o autocrata de um império de 220 milhões de habitantes. Não hesitou em imitar as manobras subterrâneas de Stálin, o mestre protetor que viria a renegar em 1956, com seu famoso “relatório secreto”, durante o XX Congresso do PUCS.

Kruchev só veio a conhecer o Ocidente já sexagenário. Ávido aprendiz de novidades práticas e dotado de profunda curiosidade para as inovações técnicas, sempre se preocupou em levar para a URSS o que via em suas frequentes viagens. Seu fascínio por aquele mundo tão diferente do seu chegou a fazê-lo dizer, ao visitar, em 1959, uma fazenda americana no Estado de Iowa: “Eu vi os escravos do capitalismo. Eles vivem bem”.

Durante toda a era krucheviana na União Soviética, não resta dúvida de que uma das preocupações do chefe do governo era a de fazer com que os cidadãos vivessem bem. Numa guinada em relação aos tempos de Stálin – em si uma demonstração clara de que Kruchev sabia usar o poder e a autoridade em suas mãos -, o foco da economia soviética deslocou-se do fortalecimento da indústria pesada para a produção de bens de consumo.

Anistias e “reabilitações” políticas, cortes nos preços de gêneros e repetidas promessas de melhoria no nível de vida do povo demonstraram, em boa parte do novo regime, uma intenção nítida de substituição – certamente lenta e parcial – do poder da força pela força da popularidade somada à autoridade.

Coexistência – Nas relações exteriores, Kruchev apresentou a sua alternativa para a guerra fria: uma coexistência pacífica entre as grandes potências. Entretanto, a teoria nunca chegou a se realizar na prática. Isso ficou evidente quando o próprio Kruchev se retirou, em 1960, da Conferência do Desarmamento em Viena, que seria o primeiro diálogo de importância mundial entre os ocupantes do Kremlin e da Casa Branca desde a Segunda Guerra Mundial.

Mais tarde, embora o presidente Kennedy partilhasse de suas ideias sobre a coexistência, foi com ele que teve o mais dramático confronto internacional da década de 60: o episódio da instalação – e da retirada, exigida por Washington – de bases de mísseis em Cuba.

Nas relações com o mundo comunista, marcadas, no início de sua era, por manifestações anti-soviéticas na Alemanha Oriental e na Polônia, culminando com a revolta da Hungria em 1956, a coexistência raramente esteve próxima da paz. Apesar de durante a época de Kruchev ter ocorrido a reaproximação entre Moscou e o velho rebelde Tito, foi também nela que se consumou a cisão com Pequim, no mais importante conflito ideológico dentro do mundo comunista desde o rompimento entre Stálin e Trótski.

A queda – Foram crises internacionais e a sua personalidade característica que fizeram de Kruchev um nome conhecido no mundo inteiro. Mas, se fosse preciso reter apenas uma palavra a seu respeito, essa seria “desestalinização”. Demolindo o ídolo que fizera erguer em torno de si durante quase trinta anos o edifício do comunismo, dentro e fora da União Soviética, ele modificou decisivamente a estrutura desse edifício como o curso da própria História. Em toda a sua carreira, marcada pela exuberância nos gestos e pelo espetacular nas atitudes, apenas um momento destoou, pela ausência de dramaticidade: o da queda.

Responsável pelo fortalecimento do partido na divisão do poder, foi derrubado pelo partido. Em silêncio, pouco a pouco, a força foi sendo roubada de suas mãos. Em 30 de setembro de 1964, parte em férias para o mar Negro. Até 15 de outubro, a imprensa oficial ainda o trata como chefe do governo. No dia seguinte, o Presidium do Comitê Central do PCUS comunicava lacônicamente a sua demissão, devida “ao agravamento de seu estado de saúde e à sua idade avançada”.

Oficialmente, a era krucheviana terminava com o ponto final do comunicado oficial. A “troika” que o substituiu – Leonid Brezhnev, Alexei Kossinguin e NicolaiPodgorny – nestes sete anos rejeitou inteiramente os eus métodos e o seu estilo, sem entretanto conseguir libertar-se de sua sombra e dos ecos de sua atuação.

O homem político Nikita Kruchev morreu em 1964. Kruchev morreu no dia 11 de setembro de 1971, de um ataque cardíaco, aos 77 anos, em Moscou. Os dirigentes soviéticos, talvez coerentemente, preferiram ignorar a sua morte biológica. Nenhuma emissora do país a noticiou e, no Ministério das Relações Exteriores, em Moscou, um funcionário de plantão limitava-se a informar aos correspondentes estrangeiros: “Não haverá comunicados oficiais”.

 

(Fonte: Veja, 15 de setembro, 1971 -– Edição 158 -– DATAS – Pág; 96 -– INTERNACIONAL/União Soviética – Pág; 31)

 

 

 

Em 22 de outubro de 1962 – Os Estados Unidos exigem da União Soviética o desmonte de suas bases de lançamento de mísseis e a retirada dos projéteis instalados em Cuba sob a ordem de Nikita Kruschev.

(Fonte: Correio do Povo – ANO 120 – Nº 22 – Cronologia/ Por Renato Bohusch – GERAL – 22 de outubro de 2014 – Pág: 12)

 

 

Em 3 de julho de 1957 – Nikita Kruschev assumiu o poder na União Soviética. Ele governou até ser deposto em 1964.
(Fonte:http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 3 de julho)

 

 

Em 9 de julho de 1960 – O líder Nikita Kruschov, da União Soviética, alertou contra a intervenção americana em Cuba. O anúncio de que Cuba era um aliado soviético marcou um dos momentos mais tensos da Guerra Fria.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 9 de julho)

 

 

Em 25 de setembro de 1959 – O líder soviético Nikita Kruschev se encontrou com o presidente americano, Dwight Eisenhower, em Camp David.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 25 de setembro)

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