Marcio Proença, cantor e compositor, autor foi gravado por nomes como Nana Caymmi e Alcione

0
Powered by Rock Convert

Autor foi gravado por nomes como Nana Caymmi e Alcione.

 

Márcio Proença em foto de 2014 – (Foto: Gustavo Stephan / Agência O Globo)

 

Vicente Marcio Proença Pereira (Niterói, Rio de Janeiro, 14 de novembro de 1943 – Niterói, 21 de maio de 2017), cantor e compositor

Apesar de pouco conhecido do grande público, o autor escreveu canções gravadas por Nana Caymmi, Alcione, Simone, Gonzaguinha, Luiz Eça, Cauby Peixoto, Beth Carvalho e Emílio Santigo, entre outros grandes expoentes da música brasileira. Dentre seus muitos parceiros destacam-se nomes como Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro, Ivor Lancellotti, Paulo Emílio e Nei Lopes.

Nascido em Niterói em novembro de 1943, Proença ingressou no mundo da música durante a adolescência, quando foi estudar no Colégio Militar de Paty do Alferes, onde fez amizade com Gonzaguinha e Paulo Emílio, também alunos da instituição.

Sua estreia em disco foi com um compacto duplo lançado em 1964, pelo selo Mocamba. Na mesma década ele fundaria o Quarteto Forma, com Eduardo Lage, Flávio Faria e Ana Manhães. Nos anos 1970, Proença participou do Movimento Artístico Universitário (MAU), do qual eram integrantes Ivan Lins, Taiguara, Aldir Blanc e seu amigo Gonzaguinha, entre outros.

Em 1979, o artista foi convidado para participar da orquestra de Roberto Carlos, onde ficaria como cantor de apoio até 1981, ano em que lançou o LP “Márcio Proença”, com participação de Blanc, Gonzaguinha e Lucinha Lins. Três anos mais tarde viria o disco “Eterno diálogo”, que contou com a potente voz de Nana Caymmi.

Graças à timidez e ao pouco gosto pela vida nas estradas e nos palcos, Proença não apostou numa carreira solo como músico, dedicando sua trajetória profissional ao serviço público, onde se aposentou. Em entrevista publicada no GLOBO em 2014, o compositor definiu sua atividade musical como um “hobby”: “Tentei conciliar os trabalhos na orquestra e no serviço público, mas, depois de dois anos, comecei a deixar muitos furos no departamento, onde tinha uma vida tranquila e sem perturbação. Então, escolhi a tranquilidade”, afirmou.

Márcio Proença morreu em 21 de maio de 2017, em Niterói, aos 73 anos, vítima de leucemia.

ADMIRADORES FAMOSOS

Mesmo longe dos holofotes, seu talento não foi esquecido por grandes nomes da MPB, como Guingua, que, na mesma matéria, elogiou o trabalho de Proença: “Estamos falando de um dos maiores compositores vivos desse país. É uma pena que ele não tenha o reconhecimento que mereça”, disse.

Outra fã era Nana Caymmi, que foi uma das célebres intérpretes das composições de Proença: “Apesar de não viver de música, ele sempre fez composições lindíssimas”, exaltou a cantora.

Admirador de Proença, João Carlos Carino, presidente do Instituto Memória Musical Brasileira, produziu os dois últimos trabalhos de Proença: “Facho de luz” (2004) e “Retrato cantado” (2014).

— Apesar de ser dono de uma voz muito bonita, o Proença nunca abraçou a vida de cantor. Mas teve uma carreira brilhante como compositor. Só a Nana gravou nove músicas dele — disse Carino em entrevista ao GLOBO neste domingo.

Entre as centenas de músicas escritas pelo autor, Carino destaca “Pare de me arranhar” (gravado originalmente por Simone), “Castelos no ar” (com Paulo Emílio) e “Cabrocha da Mangueira” (com Paulo César Pinheiro).

— Ele era um compositor lado B, que ninguém conhecia, mas era genial. Dediquei meu trabalho nos últimos anos para que ele ficasse mais conhecido. Ele merecia.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/musica – CULTURA – MÚSICA/ POR SÉRGIO LUZ – 21/05/2017)

(Fonte: Zero Hora – Ano 54 – N° 18.784 – 23 Maio 2017 – TRIBUTO – Pág: 36)

Powered by Rock Convert
Share.