Juvenal Juvêncio, polêmico e vitorioso ex-presidente do São Paulo Futebol Clube

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Cartola comandou o clube duas vezes, conquistou três brasileiros e foi acusado de golpismo

Juvenal Juvêncio (Foto: spfc.terra.com.br/ Divulgação)

Juvenal Juvêncio (Foto: spfc.terra.com.br/ Divulgação)

Juvenal Juvêncio (Santa Rosa do Viterbo (SP), 25 de fevereiro de 1932 – São Paulo, 9 de dezembro de 2015), polêmico e vitorioso ex-presidente do São Paulo Futebol Clube

Juvenal Juvêncio foi presidente do São Paulo Futebol Clube pela primeira vez entre 1988 e 1990. Depois, comandou o clube entre 2006 e 2014. Venceu por três vezes o Brasileirão depois de ter sido o vice-presidente de futebol entre 2004 e 2006, na gestão de Marcelo Portugal Gouvêa, que levantou a Copa Libertadores e o Mundial.

Nascido na cidade de Santa Rosa do Viterbo (SP), em fevereiro de 1932, Juvenal Juvêncio foi advogado, investigador de polícia e deputado estadual entre 1988 e 1990, depois entre 2006 e 2014. Na política, presidiu a antiga Cecap (atual CDHU) entre 1971 e 1975, na gestão de Laudo Natel como governador.

Juvenal Juvêncio presidiu o clube entre 1988 e 1990 e 2006 e 2014 (Alexandre Battibugli/Dedoc)

Juvenal Juvêncio presidiu o clube entre 1988 e 1990 e 2006 e 2014 (Alexandre Battibugli/Dedoc)

Benemérito e um dos presidentes mais empreendedores e vencedores da história do Tricolor, Juvenal Juvêncio foi advogado e investigador de polícia. Na política, presidiu a antiga Cecap (atual CDHU) entre 1971 e 1975, na gestão de Laudo Natel como governador.

Em 1984, em gestão de Carlos Miguel Aidar à frente do São Paulo, Juvenal assumiu o posto de diretor de futebol, no qual ficou até 1988. No mesmo ano, em eleição polêmica, assumiu pela primeira vez a presidência da equipe. Ficou até 1990.

Entre 2003 e 2006, como vice-presidente de futebol, trabalhando como diretor de futebol na equipe que conquistou a Copa Libertadores da América e o Mundial de Clubes em 2005. Foi eleito presidente em 2006, reeleito em 2008 e 2011 e deixou o cargo em 2014. Para permanecer por três mandatos consecutivos no cargo, mudou o estatuto do clube, sendo acusado de ‘golpista’ pela oposição.

Fora da Copa

Juvenal foi um dos principais defensores da realização da Copa do Mundo de 2014 no Morumbi, que acabou preterido pelo Itaquerão. Em entrevista em sua despedida do cargo, em abril de 2014, o então presidente disse que não ter sido escolhido como sede do torneio foi uma “vitória enorme” do São Paulo.

 

O ex-presidente Lula chegou a visitar o Morumbi em 2009: o estádio era cotado para receber a Copa do Mundo de 2014 (Foto: Jorge Araujo/Folhapress)

O ex-presidente Lula chegou a visitar o Morumbi em 2009: o estádio era cotado para receber a Copa do Mundo de 2014 (Foto: Jorge Araujo/Folhapress)

Além dos títulos, Juvenal também contribuiu para a melhora da estrutura física do São Paulo. O dirigente foi responsável pela modernização do CT de Cotia, utilizado pelas categorias de base, e pela criação do Reffis, moderno centro de reabilitação no CT da Barra Funda.

Nos últimos anos, trocou farpas constantes com dirigentes de clubes rivais – principalmente como Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. Em 2008, Marco Polo Del Nero, então presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), apontou uma suposta tentativa de suborno antes da rodada que poderia dar o título brasileiro ao São Paulo.

Segundo o dirigente, o clube teria a intenção de dar ingressos de um show da Madonna, que seria realizado no Morumbi, para o árbitro Wagner Tardelli, responsável pelo apito no confronto decisivo. Tardelli acabou substituído, e Juvenal não esqueceu.

A cantora americana Madonna apresenta show da turnê Sticky & Sweet no Morumbi, em 2008 (Foto: Ayrton Vignola/Folhapress)

A cantora americana Madonna apresenta show da turnê Sticky & Sweet no Morumbi, em 2008 (Foto: Ayrton Vignola/Folhapress)

 

Emerson Leão, ex-técnico do São Paulo, também entrou na lista de inimigos ao sugerir a renúncia de Juvêncio em 2013. Em 2014, já com a saúde debilitada, chegou a passar mal em entrevista à rede de TV Fox Sports.

Juvenal costumava manter um bom relacionamento com o elenco são-paulino e foi homenageado pelos jogadores em seu último jogo à frente do São Paulo, em 2014.

Juvenal Juvêncio morreu em 9 de dezembro de 2015, aos 81 anos, em decorrência do tratamento de um câncer de próstata, diagnosticado há anos. O dirigente estava internado há alguns dias no Hospital Sírio Libanês.

Marco Polo Del Nero, Andrés Sanchez, Juvenal Juvêncio e José Maria Marin observam maquete do CT do São Paulo (Foto: Simon Plestenjak/Folhapress)

Marco Polo Del Nero, Andrés Sanchez, Juvenal Juvêncio e José Maria Marin observam maquete do CT do São Paulo (Foto: Simon Plestenjak/Folhapress)

Um das curiosidades sobre Juvenal é que o dirigente jamais revelou oficialmente sua idade, porém, foi confirmado que o dirigente morreu aos 81 anos.

“Durante 12 anos entre diretor de futebol e presidente, foi talvez o maior presidente da história do São Paulo”, disse o goleiro Rogério Ceni, em 2014. “Lógico que eu não vivi a era Laudo Natel, mas pós-geração antiga, foi uma pessoa que fez muito pelo São Paulo, pessoa empreendedora”.

A boa relação entre o goleiro e o dirigente ficou clara na última determinação de Juvenal à frente do São Paulo. O ato final assinado pelo então presidente prevê que o centro de imprensa do CT da Barra Funda passe a chamar “Rogério Ceni” quando o camisa 1 se aposentar.

A perda também foi lamentada pelo técnico Muricy Ramalho, que esteve com o dirigente na conquista de três títulos brasileiros pelo São Paulo.

“Uma notícia ruim, porque convivi muito tempo com ele. Um cara muito trabalhador, parceiro, sempre fala o que tem que falar diretamente, parecido com o que penso da vida. É lamentável. Tomara que Deus dê a ele um bom lugar”, afirmou Muricy, em entrevista à ESPN Brasil.

Amigo pessoal e vice-presidente de futebol na gestão de Juvenal, João Paulo de Jesus Lopes confirmou à rádio Bradesco FM que a saúde do ex-presidente são-paulino vinha se agravando nos últimos dias.

 

Taça das Bolinhas

Em 2011, Juvenal Juvêncio recebeu a Taça das Bolinhas, prêmio destinado ao primeiro pentacampeão brasileiro. Mais tarde, o troféu seria devolvido, e a disputa entre Flamengo e São Paulo pelo reconhecimento de quem conquistou cinco títulos antes se arrasta na Justiça.

 

Juvenal Juvêncio exibe a polêmica Taça das Bolinhas ao lado de Rogério Ceni e Zetti (Foto: Apu Gomes/Folhapress)

Juvenal Juvêncio exibe a polêmica Taça das Bolinhas ao lado de Rogério Ceni e Zetti (Foto: Apu Gomes/Folhapress)

 

“Evidentemente, a doença o deixou bastante combalido. Poucas semanas atrás, estava sem dúvida nenhuma bastante lúcido, ativo. Mais recentemente sofreu um agravamento de sua doença e ele sentiu bastante. Tive ao lado dele com seu auxiliar, amigo e colaborador. Amizade muito forte, muito grande. Tinha um lado jocoso, brincalhão, aquilo que mais seduzia, satisfazia. Juvenal não falava muito, não dava declaração. Quando falava era sempre bomba atômica”, disse Lopes.

(Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/fotos/entretenimento/2015/01/10  – ÚLTIMAS NOTÍCIAS – ESPORTE – Do UOL, em São Paulo – 09/12/2015)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/asmais/2015/12/1716848- ESPORTE – DE SÃO PAULO – 09/12/2015)

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