João Calmon, ex-senador ficou conhecido como o senador da Educação, foi nomeado presidente de honra do Programa de Alfabetização e Cidadania, que tem como objetivo a erradicação do analfabetismo e a universalização do Ensino Básico

0
Powered by Rock Convert

O ex-senador ficou conhecido como o senador da Educação.

 

João de Medeiros Calmon (Colatina, 7 de setembro de 1916 – São Paulo, 11 de janeiro de 1999), senador, jornalista e advogado.

 

Calmon nasceu em Colatina (ES), em setembro de 1916. Entrou para a política em 1962, elegendo-se deputado federal pelo PSD-ES.

 

Passou 32 anos no Congresso, oito como deputado e 24 como senador. Em 1994, não conseguiu eleger-se deputado estadual pelo Espírito Santo. Não teve outro cargo eletivo até a morte.

 

 

Atividades – Advogado e jornalista, João Calmon nasceu no dia sete de setembro de 1916, no distrito de Baunilha, município de Colatina (ES). Foi deputado federal por duas vezes (1963 e 1967), pela Arena, e elegeu-se três vezes senador pelo PDS e PMDB do Espírito Santo – em 1971, 1979 e 1987, neste último, como senador constituinte. Antes de dedicar-se à carreira política, atuou como jornalista e, junto com o amigo Assis Chateaubriand, criou o Diário Associados, que passou a presidir como a morte de Chateaubriand, até 1980.

 

Atualmente, João Calmon trabalhava como assessor da Presidência do Senado, orientando a área de Educação, no Instituto Legislativo Brasileiro. Como parlamentar notabilizou-se como autor da emenda constitucional que levou seu nome (Emenda Calmon), obrigando a destinação mínima de 18% da receita federal para a Educação e 25% nos estados e municípios – Art. 212 da Constituição Federal. Sempre ligado à Educação, foi também relator da CPI que investigou a crise na universidade brasileira e ainda da que apurou a evasão fiscal no país.

 

Entre as atividades parlamentares, desempenhadas em 32 anos de vida pública, destacam-se também a participação como membro da Comissão de Educação do Senado, da Comissão de Relações Exteriores, da Comissão de Assuntos Econômicos e da Representação da União Interparlamentar, de âmbito mundial.

 

Em 1988, a convite do Banco Mundial (BIRD), participou de um debate sobre as dificuldades do Ensino Básico dos países em desenvolvimento, nos Estados Unidos. Há oito anos foi também designado pela Organização das Nações Unidas (ONU), através da Unesco, que cuida das áreas de Educação e Cultura, para ser o embaixador honorário do Brasil. E em 1990 foi nomeado presidente de honra do Programa de Alfabetização e Cidadania, que tem como objetivo a erradicação do analfabetismo e a universalização do Ensino Básico.

 

O ex-senador sempre foi reconhecido pelas atividades que desempenhou ao longo dos 32 anos de vida pública. Entre outras condecorações, foi o primeiro capixaba a ser agraciado com a medalha da Grã-Cruz da Ordem do Mérito Educativo, outorgada pelo presidente da República, e ainda o título de Doutor Honoris Causa, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Escola Superior de Guerra (ESG).

 

Além de atuar em prol da Educação, o ex-senador tinha uma preocupação especial com a formação política. Numa entrevista para o jornal A Gazeta, de Vitória, ele lembrava que, através de sua iniciativa, foi inserida na Lei Orgânica dos Partidos Políticos um artigo determinando que as siglas mantenham um instituto de formação política. Ele contava que a ideia nasceu depois de uma visita à Alemanha, onde notou que a política é tratada como matéria curricular e cada partido tem a sua escola.

 

“Na Alemanha”, lembrava Calmon, “cada partido tem seu instituto e lá, considerando a falta de tempo, as aulas são pela manha, nos feriados e sábados. No Brasil, o PT mantém institutos, como o Instituto Cajamar, em São Paulo, e um outro, em Belo Horizonte. Outros partidos têm iniciativas parecidas, mas não tao amplas’”, observava em agosto de 1997.

 

 

Formação – Para o ex-senador, o Brasil se ressentia de escolas políticas. “Em nosso país são formados médicos, engenheiros etc., mas não se formam políticos. Se houvesse educação política em nosso país, o nível seria mais elevado”, defendia Calmon, que criticava a formação política na base do autodidatismo. Na opinião do senador da Educação, cada partido político deveria manter funcionando o seu instituto. Não apenas “pró-forme”, mas promovendo estudos que pudessem aumentar a qualidade da representação política dos filiados. “Mas essas coisas não despertam muito interesse…”, dizia ele na ocasião.

 

João Calmon faleceu à 1h12 de 11 de janeiro de 1999, aos 82 anos, no Instituto do Coração, em São Paulo. A causa da morte foi a insuficiência do ventrículo direito (responsável pelo bombeamento do sangue oxigenado do coração) provocada por uma obstrução das artérias.

Segundo o cardiologista Desiderio Savarato, que atendeu o senador, Calmon teve duas paradas cardíacas. “A primeira nós conseguimos reverter, mas na segunda vez o coração não reagiu às massagens”, disse.
(Fonte: https://www.dgabc.com.br/Noticia – NOTÍCIAS / POLÍTICA / Do Diário do Grande ABC – 11/01/1999)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil – FOLHA DE S.PAULO / BRASIL / PERSONALIDADE / da Reportagem Local – São Paulo, 12 de janeiro de 1999)

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados.

Powered by Rock Convert
Share.