Jimmy Hoffa, lendário líder sindicalista, um dos homens mais influentes dos EUA, de peso político com importantes líderes, como os presidentes John F. Kennedy e Lyndon B. Johnson e o ex-procurador-geral Robert F. Kennedy

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James Riddle “Jimmy” Hoffa (14 de fevereiro de 1913 – desaparecido em 30 de julho de 1975, declarado morto em 30 de julho de 1982), lendário líder sindicalista.

Ele foi um importante dirigente sindical, lutou com tenacidade por direitos civis e econômicos de seus companheiros, desafiou os donos do poder e foi preso por isso. Hoffa foi um líder dos oprimidos, mas também tinha ligações com a máfia.

Hoffa, nascido em fevereiro de 1913, foi o carismático dirigente do sindicato mais poderoso dos EUA, o Teamsters Union, que reúne os caminhoneiros, se tornou, nos anos 60 e 70, um dos homens mais influentes dos EUA, ao reunir no Teamsters quase todos os caminhoneiros do país. Seu peso político e sua relação com outros importantes líderes, como os presidentes John F. Kennedy e Lyndon B. Johnson e o ex-procurador-geral Robert F. Kennedy, andavam porém de mãos dadas com sua duvidosa reputação.

Em 1964, Hoffa foi condenado junto com outros seis por fraude e conspiração e por desviar mais de um milhão de dólares em fundos sindicais para uso pessoal. Após passar 13 anos na cadeia, o presidente Richard Nixon comutou sua pena, com a condição de que abandonasse qualquer atividade sindicalista.

No dia de seu desaparecimento, em 30 de julho de 1975, Hoffa iria se encontrar com o mafioso Anthony “Tony Jack” Giacalone e o então chefe do Teamsters em Nova Jersey, Anthony “Tony Pro” Provenzano (1917-1988), no restaurante Machus Red Fox, no distrito de Bloomfield, subúrbio ao norte de Detroit.

Do restaurante, Hoffa telefonou para a mulher para lhe dizer que nenhum dos dois tinha aparecido para a reunião. Ele nunca mais foi visto.

A fama internacional de Jimmy Hoffa cresceu com o filme “Hoffa – Um Homem, Uma Lenda”, de 1992, dirigido por Danny Devito e protagonizado por Jack Nicholson, somando-se a crescentes e incríveis lendas urbanas relacionadas ao seu sumiço.

 

Jimmy Hoffa

Hoffa Um Homem Uma Lenda (Foto: eWmix / DIREITOS RESERVADOS)

 

No filme Hoffa (1992), com Jack Nicholson no papel principal, entendem tal mistura. O enredo é uma biografia romantizada do sindicalista mais famoso dos EUA, mas que não deixa dúvidas sobre suas ligações com mafiosos.

Hoffa desapareceu inexplicavelmente em 1975, gerando uma onda de rumores e teorias conspiratórias, entre elas, a de que foi liquidado pela máfia ítalo-americana.

 

 

James Riddle Hoffa

Líder sindical e autor americano – Um desafiador Jimmy Hoffa testemunhando diante de um comitê do Senado dos EUA. (Foto: Getty Images / DIREITOS RESERVADOS)

 

 

FBI procura corpo do sindicalista Hoffa, desaparecido em 1975

 

Um dos maiores mistérios policiais do século 20 nos Estados Unidos teve uma reviravolta em 18 de maio de 2006, depois que os agentes do FBI (polícia federal americana) que investigam o desaparecimento do dirigente sindical Jimmy Hoffa começaram a escavar um haras no Estado do Michigan (norte).

Os agentes da polícia federal conseguiram uma ordem de busca para entrar em um haras no distrito de Milford, no subúrbio de Detroit, e imagens aéreas da TV mostravam a equipe escavando um enorme poço retangular, perto de um estábulo.

O agente especial do FBI em Detroit Terry Booth disse que há uma nova pista e que se procura “provas no caso Hoffa”. “Esperamos, pretendemos, encerrar o assunto”, afirmou, acrescentando que “não vamos parar até encontrar o corpo”.

O FBI fez várias buscas dos restos mortais de Hoffa – incluindo a escavação em uma piscina -, mas foi tudo em vão, sendo que muitos dos suspeitos do assassinato do sindicalista já morreram.

Hoffa foi declarado morto em 1983, depois que o FBI concluiu, anos antes, que sua morte estava ligada a sua luta para retomar o controle do Teamsters, um movimento que pode ter prejudicado os interesses da máfia no fundo de pensões do sindicato.

E essa associação provou-se fatal: Jimmy foi morto e seu corpo desapareceu. Já procuraram nos locais mais improváveis. O mafioso Anthony Salerno jurou que o corpo de Hoffa estava na zona do gol no estádio dos Giants, em New Jersey. Salerno estava cumprindo pena de 102 anos quando contou esta história e ele pretendia colaborar com as autoridades para diminuir sua sentença. Foram feitas escavações em duas áreas da extremidade do gramado e o meio de campo. Nada foi encontrado. Outras improváveis últimas moradas do corpo do sindicalista incluem: o lixão de Fresh Kill, em Staten Island, que foi devidamente vasculhado; a funilaria de um automóvel Chevrolet, à qual teria sido misturado durante a moldagem da lataria. Hoffa poderia até estar no túmulo de Elvis Presley, que estaria vivo e escondido.

Na segunda-feira 22 de maio, os americanos foram surpreendidos com a notícia de que o FBI investigava o solo de uma fazenda na pacata Milford Township, um haras a 15 quilômetros de Detroit. A informação sobre o paradeiro dos restos de Hoffa teria vindo de um certo Donovan Wells, que morava no haras em 1975. Na época, a propriedade era de Rolland McMaster, um sindicalista protegido da vítima. A hipótese mais aceita é de que Hoffa foi assassinado no estacionamento do restaurante Machus Red Fox, a nove quilômetros de onde as escavadeiras agora trabalham. McMaster – que está cumprindo pena por tráfico de maconha em Kentucky – contribuiu para a nova busca, confessando que havia ajudado a enterrar o ex-líder e amigo, com quem ele estava rompido.

Hoffa talvez tenha sido o líder sindical mais importante do trabalhismo americano. Comandava os “Teamsters”, a central que reúne os empregados do setor de transporte. Nessa categoria estão incluídos desde motoristas até estivadores, passando por mecânicos, frentistas de postos de combustível, empacotadores e mais centenas de funções. Eleito à presidência da entidade de classe em 1952, Hoffa era idolatrado e conseguiu avanços legislativos de proteção a seus comandados, aumentos de salários, estabelecimento de planos de saúde, carga horária decente e seguro-desemprego.

A máfia, vendo oportunidades de bons negócios no setor, impôs sua vontade ao comando da categoria. Hoffa sucumbiu e tornou-se aliado importante do crime organizado. “Sob o comando mafioso, era possível paralisar toda a economia do país com uma greve de transportes. A contratação de trabalhadores, pelas empresas, passava pelo crivo do sindicato”, diz o historiador Donald Trivers. Conta-se que a eleição de John Kennedy, em 1960, só foi possível depois que a máfia corrompeu as urnas de Chicago, e Hoffa mandou os Teamsters votarem no candidato democrata e quebrarem a cabeça dos que preferiam Richard Nixon.

Se Hoffa esperava recompensas por ser cabo eleitoral, o governo Kennedy foi, no mínimo, uma decepção. O titular da Pasta da Justiça, Robert Kennedy, irmão do presidente, fez uma caça às bruxas mafiosas e centrou fogo também nos Teamsters. As investigações levariam à condenação de Hoffa a 15 anos de prisão em 1967. A pena foi comutada em 1971. Hoffa voltou à ativa na política sindical, mas os tempos eram outros e a máfia já não queria uma figura carismática, mas queimada, como ele. Em 30 de julho de 1975 ele sumiu do mapa.

(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2517 – MUNDO / Por Osmar Freitas Jr. – Nova York – 31.05.06)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo – MUNDO / da France Presse, em Detroit – 18/05/2006)

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