Jimmy Cobb, músico icônico, gravou com Miles Davis Kind of Blue, considerado o álbum mais vendido da história do jazz

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Baterista de ‘Kind of Blue’

Em 1959, o músico gravou com Miles Davis o álbum mais vendido da história do jazz

 

 

Wilbur James Cobb (Washington, D.C., 20 de janeiro de 1929 – 24 de maio de 2020), baterista e músico icônico, gravou com Miles Davis Kind of Blue, considerado o álbum mais vendido da história do jazz.

Nascido Wilbur James Cobb, o baterista teve uma longa e prolífica carreira, que incluiu gravar com Miles Davis “Kind of blue”, o álbum mais vendido na história do jazz e um verdadeiro marco da cultura popular.

A história do relacionamento de Cobb com Davis começa no início de 1955, quando o baterista se estabeleceu em Nova York em busca de oportunidades e começou a fazer um lugar para si no mundo do jazz. Logo passou a trabalhar com Davis, em um relacionamento que culminou na gravação de “Kind of blue”. Além do trompetista, Cobb também trabalhou com John Coltrane, Cannonball Adderley, Wes Montgomery, Dizzy Gillespie, Dinah Washington e Pearl Bailey e outros grandes nomes do jazz.

O baterista conhecido por tocar no álbum “Kind of Blue”, de 1959 de Miles Davis, é o álbum mais vendido da história do jazz, e um divisor de águas na indústria musical.

O artista foi o último de uma equipe estrelada pelo saxofonista John Coltrane, o baixista Paul Chambers, Julian Cannonball Adderley, no saxofone alto, e Bill Evans, no piano.

 

Trajetória

 

Cobb se mudou para Nova York em 1955, onde passou a tocar em clubes de jazz e conheceu Davis, que o chamou para sua banda de estúdio. Além do lendário trompetista, ele trabalhou com outros nomes importantes do gênero musical, como Wes Montgomery, Dinah Washington e Pearl Bailey.

Em entrevista ao EL PAÍS em 2007, Cobb contou como foi a gravação de “Kind of blue” em 1959: “Para mim, foi uma sessão como qualquer outra. Lembro que fui o primeiro a chegar ao estúdio, coloquei a bateria e esperei que os outros chegassem (…). Eu, de certa forma, toquei como todo mundo naquela época, embora do meu jeito, é claro. Comecei a tocar o estilo Philly Joe porque pensei que era o que Miles queria, até que percebi que não precisava, o que foi um alívio”.

Quando perguntado sobre o sucesso de um dos discos de jazz mais vendidos da história, ele acrescentou: “Acho que estávamos no lugar certo na hora certa, não sei. Você precisa levar em conta o que estava acontecendo quando a gravamos. Bebop se tornou uma coisa muito complicada, todo mundo tocando as mesmas peças, os mesmos padrões. Então Miles apareceu fazendo exatamente o oposto, mas era assim que ele fazia as coisas … “Kind of blue” gerou um tipo de movimento social. Todo mundo estava ouvindo o mesmo e sentindo o mesmo. É provavelmente por isso que o álbum continua vendendo e porque as pessoas ainda o escutam.”

Em 2009, o músico se apresentou no Brasil com o álbum gravado em 1959. Kind of Blue é uma obra que até hoje turbina apaixonadas discussões musicais. “Miles entendia que menos era mais. O mais impressionante sobre aquele disco é que, se você quer analisar algo, não há muito o que analisar. São apenas alguns acordes. Freddie Freeloader não tem mais do que cinco notas”, afirmou o pianista Larry Willis em entrevista ao Estado, em 2009.

O escritor Ashley Kahn discordou radicalmente e disse que a declaração era “incrivelmente não verdadeira”. Willis voltou atrás e disse que o fato de Bill Evans estender os acordes fez a diferença, e salientou a influência da música impressionista francesa, de Eric Satie e outros, no mundo harmônico que emanava do piano em Kind of Blue.

Ele costumava brincar sobre o impacto de seu trabalho com Davis: “Se eu soubesse, teria me tornado rico e Davis, que gostava muito de ferraris, teria pedido mais”, disse ele em San Sebastián em 2012, quando recebeu o prêmio honorário do festival.

Apesar o status de ícone do jazz, Cobb sofreu problemas financeiros no final da vida. Em janeiro de 2020, sua filha começou uma campanha para cobrir despesas médicas com o pai, sem especificar a doença da qual ele sofria.

A campanha on-line chegou a arrecadar US$ 94 mil. “Ele era um homem humilde, que sempre ajudava a comunidade, e nunca pediria ajuda por si próprio”, escreveu Serena Cobb na descrição da campanha.

Jimmy Cobb faleceu em 25 de maio de 2020, aos 91 anos.

A confirmação veio de Todd Barkan, amigo do músico e dono do clube de jazz Keystone Korner Baltimore, um dos últimos lugares em que Cobb tocou.

Cobb era o único sobrevivente da banda que gravou o disco, que incluía ainda Davis, John Coltrane, Paul Chambers, Julian “Cannonball” Adderley e Bill Evans.

(Foto: https://www.terra.com.br/diversao/musica – DIVERSÃO / MÚSICA / por Estadão Conteúdo – 25 MAI 2020)

(Foto: https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2020/05/25 – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / ENTRETÊ / MÚSICA / Do UOL, em São Paulo – 25/05/2020)

(Foto: https://oglobo.globo.com/cultura/musica – CULTURA / MÚSICA / MADRI / Do ‘El País’ – 25/05/2020)

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