Gregory Peck, ganhador do Oscar por “O Sol É para Todos”, pela interpretação do advogado Atticus Finch

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Ganhador do Oscar por O Sol É para Todos, em 63, ator participou de 52 filmes em mais de cinco décadas

 

 

Gregory Peck (La Jolla, Califórnia, 5 de abril de 1916 – Los Angeles, 12 de junho de 2003), premiado e aclamado ator hollywoodiano, ganhador do Oscar por O Sol É para Todos”. 

 

Peck foi premiado com o Oscar em 1963, pela interpretação, em “O Sol…”, do advogado Atticus Finch, que enfrenta o racismo de uma pequena cidade do sul dos EUA ao assumir a defesa de um jovem negro acusado de estuprar uma mulher branca.

 

Dei tudo o que tinha ali. Meus sentimentos, o que aprendera em 46 anos de vida sobre a vida em família, pais e filhos, e meus sentimentos sobre justiça racial, desigualdade e oportunidades, afirmou Peck, em 1989, ao falar sobre seu papel mais famoso.

 

Além da premiação em 1963, Peck teve outras quatro indicações ao Oscar. Na maior parte dos 52 filmes em que atuou, desempenhou o papel de mocinho.

 

A principal exceção apareceu em Meninos do Brasil, em que ele figurava como o médico nazista Joseph Mengele. A representação do assassino nazista, porém, foge ao padrão da carreira de um ator que apareceu nos filmes como padre (As Chaves do Reino) e herói de guerra (Almas em Chamas), entre outros papéis.

 

Ele se ocupou ainda da representação de personagens históricos: o rei Davi (David e Betsabá), o escritor F. Scott Fitzgerald (O Ídolo de Cristal), o general Douglas MacArthur (MacArthur) e o presidente americano Abraham Lincoln (na minissérie The Blue and the Grey).

 

O ator apareceu em filmes durante mais de cinco décadas. Sua primeira atuação, em Quando a Neve Tornar a Cair, é de 1944. O último filme de que participou foi Moby Dick, para TV, em 98.

 

A vida de Peck ficou marcada pela associação entre a conduta dos personagens que representou no cinema e seus passos fora das telas, caracterizados pela defesa de causas liberais.

 

Em 1968, foi condecorado pelo presidente Lyndon Jonhson com a Medalha da Liberdade, a mais alta distinção civil do país. Em 1987, foi convidado pelo então presidente da União Soviética, Mikhail Gorbatchov, para participar de um seminário no país.

 

Não agradou a todos, porém. A crítica Pauline Kael (1919-2001), da revista New Yorker, definiu-o como competente, mas sempre um pouco maçante.

 

Peck tinha outra visão sobre si mesmo. As pessoas me vêem como um velho amigo, disse.

 

Em 6 de junho de 2003, o American Film Institute, que o ator ajudou a fundar, elegeu o personagem como sendo o maior herói do cinema de todos os tempos.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO / ILUSTRADA / CINEMA / Por ROBERTO DIAS, DE NOVA YORK – São Paulo, 13 de junho de 2003)

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Biografia

 

Gregory Peck (Eldred Gregory Peck , La Jolla, 5 de abril de 1916 — Los Angeles, 12 de junho de 2003), foi um premiado ator estadounidense. Interpretou personagens de caráter nobre e corajoso, que lutam contra injustiças. O mais famoso desses é o advogado Atticus Finch do filme O Sol é Para Todos de 1962, que lhe deu o Oscar de melhor ator e que foi escolhido o maior herói das telas pelo American Film Institute em maio de 2003, apenas duas semanas antes de sua morte.É citado na música Flagra,de Rita Lee e já presidenciou a Academy de 1967 a 1970.

 

Entre príncipe e plebeu, Gregory Peck era um daqueles atores cuja voz marcante, elegância e autenticidade parecem hoje um segredo que morreu com a grande era clássica do cinema americano. Peck encarnava o “homem verídico”, o herói portador do ideal de verdade típico do “american way of life” numa época em que as boas intenções andavam em baixa em Hollywood.

 

Gregory Peck iniciou a carreira no teatro mas ficou mais conhecido pelo seu trabalho no cinema. Protagonizou diversas adaptações cinematográficas realizadas a partir de grandes obras literárias, nas quais encarnou personagens heróicas, demonstrativas de seu valor na superação de sentimentos e incertezas: “As Neves do Kilimanjaro” (1952), baseado na obra de Ernest Hemingway, “Moby Dick” (1956), baseado na obra de Herman Melville ou “O Sol é para Todos” (1962), baseado no romance de H. Lee. Esse último papel, o de um consciencioso advogado sulista disposto a defender, contra todos, os direitos de um negro acusado de estupro, lhe valeu um Óscar. O jovem padre idealista de “As Chaves do Reino” (1944) e o repórter exemplar de “A Luz É para Todos” (1947), em sua denúncia do anti-semitismo, também foram trabalhos reconhecidos com indicações ao prêmio da Academia.

 

Peck durante muitos anos foi um grande astro de filmes de ação: obteve êxito em westerns como “Duelo ao Sol” (1946), “Da Terra Nascem os Homens” (1958) e, mais recentemente, em “Gringo Velho” (1990). E atuou em filmes de guerra como “Os Canhões de Navarone” (1960). Mas esteve em comédias também, como “Com o dinheiro dos Outros” (1991).

 

Peck representava o último dos homens de bem numa época em que o bom-mocismo havia se tornado, em Hollywood, algo meio démodé. Em Quando Fala o Coração, de Hitchcock, ele interpretava um amnésico acusado de homicídio submetido a tratamento freudiano. Em “Duelo ao Sol”, Peck e Jennifer Jones (1919-2009), num embate de atroz sensualidade, davam vazão a todos os tipos de pulsões do freudismo hollywoodiano. Mas Eldred Gregory Peck parecia pertencer a uma outra época. Ele logo se firmou como guardião dos ideais (perdidos) do “american way” e, à medida que pôde começar a escolher os filmes que iria protagonizar, passou a se ater cada vez mais a papéis edificantes, personagens cuja decência e elegância já não podiam ser dissociadas da aura cultivada pelo ator californiano. Alto, elegante, discreto e sumamente decente, Peck, que aprendeu a gostar de cinema com a avó, parecia ter herdado a aura dos heróis clássicos hollywoodianos que tanto admirara na infância.

 

Sua morte foi anunciada em Los Angeles no dia 12 de junho de 2003, uma quinta-feira. Segundo sua mulher Veronique, que estava ao seu lado, “ela estava segurando sua mão, ele fechou os olhos, dormiu e se foi”.
(Fonte: www.filmow.com/artista)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ator era último dos mocinhos hollywoodianos

Entre príncipe e plebeu, Gregory Peck era um daqueles atores cuja elegância e autenticidade parecem hoje um segredo que morreu com a grande era clássica do cinema americano.

 

Peck encarnava o “homem verídico”, o herói portador do ideal de verdade típico do “american way of life” numa época em que as boas intenções andavam em baixa em Hollywood. Ele foi o último dos mocinhos.

 

O jovem padre idealista de “As Chaves do Reino” (1944), o repórter exemplar de “A Luz É para Todos” (1947), em sua denúncia do anti-semitismo, o consciencioso advogado sulista de “O Sol É para Todos” (1963), disposto a defender, contra todos, os direitos de um negro acusado de estupro -o ator foi indicado ao Oscar por esses três filmes e acabou levando a estatueta na última oportunidade. Peck era o último dos homens de bem numa época em que o bom-mocismo havia se tornado, em Hollywood, algo meio démodé.

 

Quando Peck começou sua carreira, Hollywood se via entregue a certa morbidez freudiana. Apesar de os personagens idealistas terem-lhe aberto as portas, não escapou da voga subpsicanalítica da Hollywood do pós-guerra.

 

Em “Quando Fala o Coração”, de Hitchcock, ele interpretava um amnésico acusado de homicídio submetido a tratamento freudiano. Em “Duelo ao Sol”, Peck e Jennifer Jones (1919-2009), num embate de atroz sensualidade, davam vazão a todos os tipos de pulsões do freudismo hollywoodiano.

 

Mas Eldred Gregory Peck parecia pertencer a uma outra época. Ele logo se firmou como guardião dos ideais (perdidos) do “american way” e, à medida que pôde começar a escolher os filmes que iria protagonizar, passou a se ater cada vez mais a papéis edificantes, personagens cuja decência e elegância já não podiam ser dissociadas da aura cultivada pelo ator californiano.

 

Alto, elegante, discreto e sumamente decente, Peck, que aprendeu a gostar de cinema com a avó, parecia ter herdado a aura dos heróis clássicos hollywoodianos que tanto admirara na infância.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO / ILUSTRADA / COMENTÁRIO / Por TIAGO MATA MACHADO, CRÍTICO DA FOLHA – São Paulo, 13 de junho de 2003)

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* Eldred Gregory Peck nasceu em La Jolla, na Califórnia (EUA). Seus pais se divorciaram quando tinha 5 anos, e ele foi criado por sua avó.

* Foi a matriarca quem apresentou o mundo da telona ao ator. Eles iam juntos ao cinema todas as semanas. O filme mais antigo do qual Peck se lembrava era o O Fantasma da Ópera (1925). Ele ficou tão assustado com a história que pediu à avó para dormir em sua cama.

* Gregory teve duas esposas (Greta Rice e Veronique Passani, com quem viveu até a morte) e cinco filhos (três do primeiro casamento e dois do segundo). Seu menino mais velho, Jonathan, cometeu suicídio em 1975.

* Em 1980, o ator se ofereceu para ser garoto-propaganda da fábrica de carros Chrysler sem receber nada por isso. Sua justificativa para o gesto foi a preocupação com o futuro dos 600.000 funcionários da corporação, que dependiam do sucesso do negócio para manter seus empregos.
* Quando Ava Gardner morreu em 1990, ele herdou a empregada e o cachorro da atriz.

* Peck ganhou o Oscar de melhor ator por O Sol é para Todos (1962). A interpretação que também lhe rendeu o título de melhor herói pela American Films Association.

* A atriz Audrey Hepburn estreou no cinema fazendo um par romântico com o ator em A Princesa e o Plebeu (1953).

(Fonte: www.guiadoscuriosos.com.br)

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