Foi o primeiro tenista sueco a jogar em Wimbledon

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Sem sucessores

Wallenberg, o “Rockefeller sueco”

Marcus Wallenberg (5 de outubro de 1899 – Estocolmo, Suécia, 13 de setembro de 1982), banqueiro e industrial sueco, o “Rockefeller da Suécia”. Um dos pais da indústria sueca, Marcus Wallenberg se confundia com a própria história da Suécia – ele fora, sobretudo, um dos responsáveis pela industrialização do país. Deixou, além de uma lenda, uma fortuna representada pela participação, frequentemente majoritária, em mais de sessenta empresas com 425 000 funcionários – 5,1% da população do país – e que em 1981 faturaram 28 bilhões de dólares, quantia equivalente a 25% do Produto Nacional Bruto sueco.

Apesar de todo esse poderio, Wallenberg cultivava a simplicidade. Nos meses de verão, como milhares de cidadãos suecos, passeava de barco entre as ilhas do Mar Báltico – só que usava o mesmo barco há trinta anos. Quando jovem, foi campeão macional de tênis e representou o seu país na Taça Davis, tendo sido também o primeiro sueco a jogar em Wimbledon.

Como administrador, Wallenberg se pautava por critérios essencialmente impessoais. Isso ficou ainda mais patente quando indicou para a presidência das duas principais empresas em que era acionista – a poderosa Electrolux, com 100 000 empregados, e a gigantesca Ericsson, com 70 000 funcionários -, Hans Werthen, um executivo com quem não mantinha o menor relacionamento pessoal.

A sua excentricidade também era motivo de comentários. Em seu banco, ele chegou ao ponto de ter três salas para almoços, nas quais recebia convidados diferentes e ao mesmo tempo. Com o primeiro, saboreava a entrada, após o que um providencial bilhete da secretária levava-o ao segundo convidado, com o qual almoçava; em seguida, novo artifício o conduzia ao último, com quem tomava café e fumava seu charuto.

SUCESSÃO DIFÍCIL – Marcus Wallenberg formou-se em Economia pela Universidade de Estocolmo, em 1920. Durante cinco anos, até 1925, fez cursos de especialização em Genebra, Londres, Nova York, Paris e Berlim, ao fim dos quais foi nomeado assistente da diretoria do Stockholm Enskilda Bank, fundado por seu avô, André Oscar Wallenberg, em 1856. Sua carreira foi linear, tal como planejada: em 1927, passou a vice-diretor e membro da diretoria; em 1946, a diretor-gerente; em 1958, a vice-presidente da diretoria e, em 1969, a presidente.

Marcus e seu irmão mais velho, Jacob, falecido em 1980, aos 87 anos, herdaram o Enskilda Bank e, há dez anos, fizeram sua fusão com um banco de maior porte, resultando o Skandnaviska Enskilda Banken, o segundo do país. Aposentado de seus compromissos no banco desde 1976, Wallenberg mantinha lá um escritório e continuava trabalhando como representante em conselhos de administração das maiores empresas do país. Eram comuns seus telefonemas a executivos do banco, a altas horas, para discutir as mais variadas questões técnicas. Isso não era de estranhar num homem que, até pouco antes de morrer, trabalhava 14 horas por dia.

Muitas das empresas em que Wallenberg era acionista -assim como o Skandnaviska Enskilda Banken – têm ramificações no Brasil, onde ajudam a compor o terceiro parque industrial sueco fora do país depois de Estocolmo e Gotemburgo – com 86 indústrias, que oferecem cerca de 30 000 empregos diretos. Entre as empresas de que Wallenberg participava figuram a Electrolux, Ericsson, Asea, SKF, Saab-Scania, Atlas Copco, Alfa-Laval. “Não existe um grupo Wallenberg”, ressalva o diretor-superintendente da Câmara de Comércio Sueco-Brasileira, Sven Schele. “Mas a forte personalidade de Marcus Wallenberg exercia grande influência sobre todas elas.” Marcus Wallenberg morreu em 13 de setembro de 1982, aos 82 anos, em Estocolmo, na Suécia.

(Fonte: Veja, 22 de setembro, 1982 – Edição n° 733 – DATAS – Pág; 146 – SUÉCIA – Pág; 132/133)

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