David Douglas Duncan, fotógrafo americano, célebre por seu trabalho sobre a guerra da Coreia em 1950 e por ter imortalizado Pablo Picasso

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Fotógrafo americano que imortalizou Picasso

 

 

David Douglas Duncan

O fotógrafo David Douglas Duncan em missão na Palestina, 1946. – (The Life Picture Collection / Getty Images)

 

 

David Douglas Duncan (Kansas City, Missouri, 23 de janeiro de 1916 – 7 de junho de 2018), fotógrafo americano, célebre por seu trabalho sobre a guerra da Coreia em 1950 e por ter imortalizado Pablo Picasso.

 

Nascido no Kansas em janeiro de 1916, ele começou sua carreira imortalizando um incêndio em um hotel em Tucson (Arizona), onde sem saber retratou o ladrão John Dillinger, o criminoso mais procurado dos Estados Unidos na época, tentando salvar uma pasta das chamas.

 

Douglas Duncan, que também era um amigo íntimo do artista espanhol, entrou em contato com Picasso em 1956 e foram amigos até sua morte, em 1973, uma amizade que manteve com a viúva do pintor, Jacqueline, e com sua filha, Catherine.

 

Conhecido por suas iniciais DDD, “Douglas Duncan vinha de uma viagem do Afeganistão. Passou por Cannes e foi ver Picasso por recomendação de Robert Capa. Sua esposa lhe abriu a porta e pediu que entrasse. Picasso estava na banheira e Duncan perguntou se podia pegar sua câmera”. Assim nasceu uma amizade e a primeira de muitas fotografias, explicou Silvia Domènech, diretora do Centro de Documentação do Museu Picasso de Barcelona.

 

Acredito que o intriguei. Cheguei num Mercedes 300 SL, com as portas que se abrem como as asas de uma borboleta. Além disso, ele representava aqueles que, como eu, haviam conhecido os horrores da guerra, explicou o fotógrafo em uma entrevista ao jornal francês Le Figaro em 2012.

 

O fotógrafo se tornou uma espécie de inquilino, apesar de não conversarem muito, sobretudo no início, porque Picasso não falava inglês, e Douglas Duncan, apenas arranhava o espanhol, indicou Domènech.

 

Picasso teve vários fotógrafos, mas o que marcou Duncan foi que ele se concentrou na vida cotidiana, o que lhe permitiu retratar desde sua maneira de trabalhar até suas atividades de rotina, como comer, ou dançar, acrescentou.

 

Antes de ser o retratista de um dos maiores artistas da história, DDD foi fotógrafo de guerra.

 

Mobilizado durante a Segunda Guerra Mundial, Douglas Duncan fez dos militares o centro de seu trabalho. No prefácio de seu livro intitulado This is war!, publicado em 1951, o fotógrafo escreveu: Não há qualquer conclusão impactante (no livro). Quero apenas mostrar um pouco do que o homem deve suportar, quando seu país decide entrar em guerra.

 

Até sua morte, permaneceu marcado por sua reportagem em plena guerra da Coreia (1950-1953), mantendo intacto seu espírito de revolta contra a tragédia dos conflitos.

 

“Vocês têm câmeras, que são como armas políticas, então devem usá-las”, declarou aos 90 anos às novas gerações de fotógrafos.

 

Muitas de suas fotos marcaram a história, como a de um soldado americano na Guerra da Coreia segurando uma lata de comida com um olhar perdido.

 

“Era de madrugada, fazia muito frio, pelo menos 30 graus abaixo de zero, estávamos com fome, nem conseguíamos falar”, contou em 2008 durante o festival internacional de fotografia Visa pour l’Image, na França.

 

Até o final, “recordava os nomes e a graduação de todos os soldados que fotografou na Coreia e no Vietnã”, disse Jean-François Leroy, diretor da exposição.

Douglas Duncan morreu, aos 102 anos, na Côte d’Azur francesa – em consequência de uma “pneumopatia, cercado de seus familiares, anunciou o diretor desse museu do sudeste francês, Jean-Louis Andral.

O fotógrafo vivia na Côte d’Azur francesa desde os anos 1960.

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.110 – 11 de JUNHO 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)

(Fonte: http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2018/06/08 – Jornal do Brasil – CULTURA / NOTÍCIAS / ARTE E CULTURA / Por AFP – 08/06/2018)

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