Carlos Alberto Torres, o maior dos capitães do futebol brasileiro ídolo do Santos e da seleção brasileira

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Carlos Alberto Torres, o maior dos capitães do futebol brasileiro

Lateral-direito levantou a taça do tricampeonato de 1970 pela seleção brasileira

 

No tour da Taça Fifa antes da Copa de 2014, realizada no Brasil, Carlos Alberto Torres repetiu o beijo que dera na Jules Rimet em 1970. Capitão ganhou títulos como jogador e técnico (Foto: Gaspar Nobrega / Inovafoto Divulgação)

No tour da Taça Fifa antes da Copa de 2014, realizada no Brasil, Carlos Alberto Torres repetiu o beijo que dera na Jules Rimet em 1970. Capitão ganhou títulos como jogador e técnico (Foto: Gaspar Nobrega / Inovafoto Divulgação)

 

Carlos Alberto Torres (Rio de Janeiro, 17 de julho de 1944 – 25 de outubro de 2016), ex-jogador, ídolo do Santos e capitão da seleção brasileira no tricampeonato mundial em 1970, um dos maiores jogadores da história do futebol mundial.

Considerado um dos melhores laterais de todos os tempos, foi reverenciado por sua classe e também por sua liderança. Ficou eternizado como o “capita” da seleção que contava com craques como Pelé, Tostão e Rivelino, e conquistou a taça Jules Rimet, após a vitória sobre a Itália, na final da Copa de 1970.

Nascido no Rio de Janeiro em 14 de julho de 1994, Carlos Alberto iniciou sua carreira no Fluminense e se consagrou no Santos e na seleção brasileira. Ainda atuou por Botafogo e Flamengo e clubes dos Estados Unidos, incluindo o New York Cosmos, em nova parceria com o velho amigo Pelé.

Carlos Alberto conquistou uma infinidade de títulos. Viveu o auge de sua carreira no Santos, entre 1964 e 1971, conquistou o Campeonato Brasileiro em 1965 e 1968, cinco Estaduais (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973), o Torneio Rio-São Paulo em 1966 e a Recopa Sul-Americana em 1968. Atuou ainda pela equipe do Fluminense conhecida como “A Máquina”, na década de 70, pelo qual faturou o Campeonato Carioca em 1975 e 1976.

Carlos Alberto também teve uma vitoriosa carreira como treinador. Conquistou o Campeonato Brasileiro de 1983 dirigindo o Flamengo, a Copa Conmebol de 1993 pelo Botafogo, e o Campeonato Carioca pelo Fluminense, em 1984.

Carlos Alberto Torres, jogador do Flamengo - 1977 (/Dedoc)

Carlos Alberto Torres, jogador do Flamengo – 1977 (/Dedoc)

Ele foi o mais jovem capitão brasileiro a erguer o troféu de campeão do mundo: tinha 25 anos quando subiu as escadas do Estádio Azteca de peito estufado. Foi dele o último gol da vitória por 4 a 1 – um lance belíssimo, depois de arrancada de Clodoaldo e  passe mágico de Pelé.

Carlos Alberto Torres, atualmente comentarista do SporTV.. Nome e sobrenome de craque. O homem do tricampeonato mundial em 1970, que beijou e levantou a Taça Jules Rimet.

 

O capitão do tri, Carlos Alberto Torres, com a taça Jules Rimet (Rolls Press/Popperfoto/Getty Images/VEJA)

O capitão do tri, Carlos Alberto Torres, com a taça Jules Rimet (Rolls Press/Popperfoto/Getty Images/VEJA)

 

A braçadeira de capitão sempre lhe caiu bem. Porte esguio, olhar penetrante, personalidade marcante. Não tinha jogador que não ouvisse com atenção suas observações, seus conselhos ou, na pior das hipóteses, suas broncas. Nem Pelé escapava, e foram  muitas as vezes em que precisou até baixar a cabeça. E foi esse grande capitão que o futebol brasileiro e o mundo conheceu quando levantou a taça do tricampeonato de 1970.

Seja como lateral-direito, onde começou na base do Fluminense, seja como zagueiro, ele sempre desfilou pelos gramados uma classe com a bola nos pés em que não ficava para trás nem para um astro do nível de Franz Beckenbauer. Santos, Botafogo, Flamengo e New York Cosmos tiveram em campo a sua classe. Era reverenciado no mundo todo pelo seu passado. Depois, como treinador, o Capita, como era carinhosamente chamado, teve como pontos altos a conquista do Campeonato Brasileiro de 1983, pelo Flamengo, a Copa Conmebol, em 1993, pelo Botafogo, e o Campeonato Carioca pelo Fluminense, em 1984.

 

Equipe da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970: Carlos Alberto (segundo da esquerda para a direita, em pé), Sócrates, Paolo Cesar, Pelé, Tostão, Rivelino e Jairzinho (Keystone/Hulton Archive/Getty Images)

Equipe da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970: Carlos Alberto (segundo da esquerda para a direita, em pé), Sócrates, Paolo Cesar, Pelé, Tostão, Rivelino e Jairzinho (Keystone/Hulton Archive/Getty Images)

 

Como jogador, Carlos Alberto conquistou uma penca de títulos. No Fluminense, clube de coração. onde começou a carreira, ganhou o Carioca em 1964, quando estourou, e depois, no seu retorno, os de 1975 e 1976, com a famosa Máquina montada pelo presidente eterno Francisco Horta. No Santos de Pelé, onde chegou em 1965, ainda garoto, e viveu o auge, atuando ao lado de craques como o próprio Rei doi Futebol, Edu e Clodoaldo, companheiros de tricampeonato mundial, levou a Taça Brasil em 1965 e 1968, o Torneio Rio-São Paulo em 1966, a Recopa Sul-Americana em 1968 e muitos campeonatos paulistas – 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973.

Em sua breve passagem pelo Botafogo em 1971, emprestado pelo Santos, Carlos Alberto Torres não conquistou títulos mas teve também presença marcante, atuando ao lado de craques como Jairzinho, Paulo Cezar Caju e outros. Depois, voltou ao Peixe, ainda no mesmo ano, onde ficou até 1974. Retornou então ao Fluminense, onde viveu outro grande momento em sua carreira, com a Máquina de Rivellino, Paulo Cezar, Pintinho & Cia.

Saiu da Máquina em 1977 para atuar no Flamengo de Zico, onde também passou em branco mas viu começar ali aquela que seria a maior equipe rubro-negra da história. Depois, reviu Zico, Junior, Leandro e Adílio quando os comandou na conquista do Brasileiro de 1983.

O pouco tempo no Flamengo como jogador teve explicação. O New York Cosmos o queria. Já como zagueiro, Carlos Alberto foi para a equipe americana recém-montada para atuar com supercraques. O Cosmos ficou conhecido por reunir uma verdadeira seleção mundial, de Pelé a Franz Beckenbauer. E o Capita, por lá, foi campeão por quatro temporadas – 1977, 1978, 1980 e 1982. Levantar taça era com ele mesmo.

Carlos Alberto Torres, jogador do Cosmos - 1980 (Rodolpho Machado/Dedoc)

Carlos Alberto Torres, jogador do Cosmos – 1980 (Rodolpho Machado/Dedoc)

E quando levantou a Jules Rimet, a maior que conquistou, no tricampeonato de 1970, Carlos Alberto eternizou não só o gesto, mas também uma geração fora de série. Zagallo sempre dizia que fora de campo era o comandante, mas, no gramado, era o seu capitão o porta-voz. O gol marcado pelo lateral-direito, o último na goleada por 4 a 1 sobre a Itália na grande final, sintetizou o que o então camisa 4 e toda aquela Seleção tinham de melhor. A jogada, que iniciou da intermediária com série de dribles de Clodoaldo, foi de pé em pé até Pelé dar um simples toque para o lateral, que vinha de trás. A bola ainda deu uma pequena subida antes de o jogador desferir o potente chute que estufou a rede.

Zagallo, técnico do Brasil, segurando a Taça Jules Rimet, ao lado do capitão Carlos Alberto, durante desfile em carro aberto, na comemoração da conquista da Copa do Mundo de Futebol - 1970 (/Dedoc)

Zagallo, técnico do Brasil, segurando a Taça Jules Rimet, ao lado do capitão Carlos Alberto, durante desfile em carro aberto, na comemoração da conquista da Copa do Mundo de Futebol – 1970 (/Dedoc)

Carlos Alberto era um jogador moderno no seu tempo. Tinha forte poder de marcação, a ponto de poder ter atuado, já como veterano, na zaga. Era também dono de uma rara habilidade e tinha fôlego e capacidade para subir ao ataque como elemento surpresa.

Carlos Alberto Torres, o capitão do tri (Foto: Imortais do Futebol/Reprodução)

Carlos Alberto Torres, o capitão do tri (Foto: Imortais do Futebol/Reprodução)

Liderança como jogador e técnico

Como jogador, Carlos Alberto Torres ainda teve uma breve passagem pelo Califórnia Surf, até retornar ao Cosmos e encerrar a carreira em 1982. Não demorou muito, no entanto, para o Capitão voltar a frequentar o mundo do futebol, mas como treinador. Numa decisão ousada na época, o Flamengo, em crise na tabela do Brasileirão, convidou Carlos Alberto para ser o técnico. O time tinha sido campeão em 1982, mas passava por mau momento naquele período. O Capita assumiu e levou a equipe a uma reação na tabela que a levou ao tricampeonato brasileiro, na final sobre o Santos, vencida por 3 a 0, num Maracanã com mais de 150 mil pessoas.

Em entrevista em junho de 2014, Carlos Alberto contou o sentimento de quando recebeu das mãos do presidente do México, Gustavo Díaz Ordaz, a taça Jules Rimet. “Fui tomado por uma alegria indescritível. Beijei a taça instintivamente antes de erguê-la com as duas mãos. Tinha pensado antes do jogo sobre esse momento, mas, quando chegou a hora, não me lembrei de nada. Fui muito espontâneo.”

Carlos Alberto Torres morreu em 25 de outubro de 2016, vítima de infarto fulminante, aos 72 anos.

(Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2016/10 – FUTEBOL – NOTÍCIA/ Por GloboEsporte.com Rio de Janeiro – 25/10/2016)

(Fonte: http://veja.abril.com.br/esporte – ESPORTE/ Por da redação – 25 out 2016)

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