Apresentou o primeiro programa de perguntas e respostas do País

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Apresentou o primeiro programa de perguntas e respostas do País

 

Foi um dos pioneiros da tevê brasileira e apresentador de O Céu É o Limite

 

Foto: Alvaro Motta/AE

João Silvestre, jornalista, radialista e escritor, foi o apresentador do célebre O Céu É o Limite e, entrou para a história como um dos pioneiros da televisão brasileira. “Está absolutamente ceerto!”, vibrando toda vez que pronunciava esse bordão, o jornalista e apresentador de TV conhecido como J. Silvestre – foi um dos pioneiros da televisão brasileira. Ele apresentou o programa inaugural da extinta TV Tupi, em 1950, e ganhou fama com “O Céu É o Limite”, que apresentou por quase 20 anos em diversas emissoras.

 

A atração, que teve vários nomes, estreou na TV Tupi em 1957, passou para a TV Rio em 1960 e voltou à Tupi em 1968, onde permaneceu até 1972. Reformulado, teve novas versões no SBT (na época TVS), em 1982, e na Bandeirantes, de 1983 a 1986.

A carreira de Silvestre teve início em 1941, na rádio Bandeirantes de São Paulo, quando passou por todas as funções, “menos a de cantor”, segundo ele próprio. Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro, para trabalhar na rádio Tupi. Dois anos depois, voltou para São Paulo, contratado pela rádio Cultura, passando a apresentar o programa “Quem Sabe Mais, o Homem ou a Mulher?”. De volta à Tupi, em 1950, participou da inauguração da primeira emissora de televisão do país.

Em 1953, escreveu e protagonizou a novela “Meu Trágico Destino”, transmitida ao vivo. O programa contava ainda com Francisco Cuoco e Armando Bogus no elenco.

Em seguida, apresentou diversos programas de sucesso. Além de “O Céu É o Limite”, fez “Do Zero ao Infinito”, “O Riso É o Limite” e “J. Silvestre e os Milhões”.

Em 1972, desligou-se da Tupi e da televisão para só voltar cinco anos mais tarde, quando apresentou na mesma emissora o talk show “J. Silvestre”. Ainda em 77, publicou o livro “Como Vencer na Televisão”.

Nascido em Salto, interior de São Paulo, em 1922, em uma família de imigrantes italianos, ele chegou a sobreviver do trabalho em uma fábrica de tecidos antes de ser descoberto pela Rádio Bandeirantes de São Paulo, em 1941, em um concurso de locutores no qual enfrentou 350 candidatos. Com a experiência atrás dos microfones, acabou tornando-se um dos pioneiros da implantação da televisão brasileira.

Em 1950, ele apresentou o programa inaugural da TV Tupi, onde ficou famoso com O Céu É o Limite, o primeiro programa de perguntas e respostas do País e que ficou quase 30 anos no ar em diversas emissoras. A imigrante egípcia Micheline Christophe, então com 15 anos, foi uma das recordistas, em 1969, ao ficar 29 semanas no ar. “O programa mudou minha vida, pois decidi estudar História com a bolsa de estudos que ganhei”, conta ela, hoje com 45 anos. Outro programa que J. Silvestre comandou foi o Almoço Com as Estrelas, depois transferido para Airton e Lolita Rodrigues. “Ele era reservado, mas muito gentil e culto”, lembra Lolita. Também escreveu e atuou em telenovelas como Meu Trágico Destino, de 1953, transmitida ao vivo. Já com o programa Esta É Sua Vida, ele fazia homenagens lacrimosas a celebridades das quais relatava trechos dramáticos da vida e apresentava parentes em pleno palco, ao vivo, para extrair flagrantes de emoção.

Em 1979, foi nomeado presidente da Radiobrás pelo então presidente João Baptista Figueiredo, mas divergências com a equipe o levaram a deixar o cargo poucos meses depois. Voltou à tevê em 1982, no SBT, para apresentar o Show Sem Limite. De 1983 a 1986, apresentou na Rede Bandeirantes os programas J. Silvestre, Essas Mulheres Maravilhosas e Porque Hoje É Sábado. Voltou a viver na Flórida em 1986, ocupando os dez anos seguintes com seus quadros e livros, chegando mesmo a escrever um romance, O Presidente Está Morrendo. Apesar de preferir viver na Flórida com a família, esteve no Brasil mais uma temporada para apresentar Domingo Milionário, na extinta Rede Manchete, em 1997, um retumbante fracasso que durou apenas seis meses. Com a derrocada da emissora, voltou à Flórida.

Longe da TV, ocupou a presidência da Radiobrás em 1979. Deixou o cargo em julho do mesmo ano, depois de divergências com o então ministro da Comunicação Social, Said Farhat.

O afastamento da TV terminou em 1982, quando Silvio Santos o contratou para exibir o programa “Show sem Limite”.

No ano seguinte, mudou-se para a Bandeirantes, onde apresentou as atrações “Programa J. Silvestre”, “Essas Mulheres Maravilhosas” e “Porque Hoje é Sábado”.

Em 1986, deixou a emissora e voltou a viver na Flórida, onde já havia morado na década de 70.

Silvestre teve ainda uma passagem pela Manchete em 1997, no programa “Domingo Milionário”, no qual apresentava novas versões de quadros antigos.

João Silvestre faleceu em 7 de janeiro, aos 77 anos, no hospital Holly Cross, em Fort Lauderdale, Flórida (EUA), onde morava há 23 anos. Ele estava internado há três meses em conseqüência de uma doença degenerativa dos pulmões. “Ele foi para a Flórida porque lá poderia tratar um de seus filhos que tinha problemas de saúde”, revela o amigo da juventude Chico Anysio.

(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/24/tributo – TRIBUTO – 17 de janeiro de 2000)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – FOLHA DE S.PAULO / ILUSTRADA / da Reportagem Local / e do Banco de Dados – São Paulo, 8 de Janeiro de 2000)

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