Andrzej Zulawski, cineasta polonês de ‘O Importante É Amar’

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Diretor fez filmes como ‘Possessão’ e ‘O importante é amar’.

Ele foi casado com a atriz francesa Sophie Marceau.

O cineasta polonês Andrzej Zulawski com a atriz francesa Sophie Marceau em foto de 1988, no Festival de Cannes (Foto: AFP)

O cineasta polonês Andrzej Zulawski com a atriz francesa Sophie Marceau em foto de 1988, no Festival de Cannes (Foto: AFP)

Diretor fez maior parte de seus filmes na França, onde se exilou em 1972

Andrzej Zulawski (Lviv, Ucrânia, 22 de novembro de 1940 – Polônia, 17 de fevereiro de 2016), cineasta polonês de ‘O Importante É Amar’

Diretor, ator e roteirista, Zulawski rodou muitos de seus filmes na França, entre eles “L’amour braque”.

Entre os filmes que dirigiu, estão “Possessão”, “As minhas noites são mais belas que os vossos dias” (1989), “A mulher pública” (1984) e “O importante é amar” (1975).

Nascido em novembro de 1940 na então cidade polaca de Lwów – a atual Lviv, na Ucrânia, mas começou carreira na Polônia, mais tarde exilou-se na França quando seu segundo filme “Diabel” (1972), foi proibido pelo regime comunista. O melhor de sua filmografia está concentrada na fase francesa, incluindo o terror psicológico “Possessão” (1981), protagonizado por Isabelle Adjani.

 

Andrzej Zulawski, o cineasta de O Importante É Amar (Foto: Reprodução)

Andrzej Zulawski, o cineasta de O Importante É Amar (Foto: Reprodução)

 

Andrzej Zulawski estudou cinema na França no final dos anos 50 e, regressado à Polônia, tornou-se assistente de Andrzej Wajda, o realizador de Cinzas e Diamantes (1958). Estreou-se na realização em 1971, com Trzecia czesc nocy (The Third Part of the Night) e no ano seguinte viu o seu segundo filme, Diabel (The Devil) ser proibido pelas autoridades comunistas.

Exilou-se então em França, onde realizou, em 1975, aquela que é considerada a sua obra-prima, O Importante É Amar, com Romy Schneider (um dos seus mais lancinantes papéis), Fabio Testi e Jacques Dutronc. História de um triângulo amoroso, uma mulher (Romy), o seu marido (Dutronc) e o amante fotógrafo (Testi), é a história de uma atriz no ponto mais baixo da sua carreira, em deriva para o porno, e  de um amor desesperadamente salvífico.

Foi o primeiro filme francês de Zulawski e o seu encontro com uma atriz que estava no seu zénite, Schneider, cinco anos depois de A Piscina (Jacques Deray), quatro depois de As Coisas da Vida (Claude Sautet). Receberia, aliás, o César de melhor intérprete feminina por esse filme.

O intenso Zulawski tinha um partis-pris em relação a Romy, considerando-a demasiado “burguesa”. Mas a verdade é que a encontrou num momento da sua carreira em que estava disposta a, como se diz, “partir a cara”. O Importante É Amar passou a ser uma espécie de “prova do delito” de Romy, da sua disponibilidade para a exposição, para o sofrimento, o que marcaria a sua carreira e reputação até ao fim, quando a “vida” e o “cinema” passaram a confundir-se de forma trágica no ecrã no rosto da atriz.

Depois do sucesso de O Importante é Amar Zulawski prossegue na via do excesso e da histerização das emoções, avançando pelo grotesco dentro, mas com mais ruído e tiques, e menos vertiginoso do que aparatoso – nisso residindo a coerência de “um artista muito original, às vezes controverso mas sempre fiel a si mesmo”, palavras do presidente da Associação de cineastas polacos, Jacek Bromski.  Essa exuberância exacerbada caiu no goto de vários actores e actrizes, que a ele se entregaram para conseguirem alargar os seus registos. E assim, na primeira metade dos anos 80, Zulawski foi dando que falar de si, e dos seus atores, com Possessão (1981, Isabelle Adjani), A Mulher Pública (1984, Francis Huster e Valérie Kaprisky), ou L’Amour Braque (1985), livremente adaptado de O Idiota, de Dostoievski, filme protagonizado por Sophie Marceau, com quem se casara em 1984, e de quem teve um filho, Vincent, nascido em 1995 (o casal separar-se-ia em 2001).

Ainda voltou à Polónia em 1977 para realizar Na srebrnym globie (On the Silver Globe). A produção do filme foi interrompida pelas autoridades polacas em 1978, parte dele perdeu-se, e Zulawski só o completaria em 1988, usando a narração em voz off para colmatar as cenas desaparecidas.

Definitivamente radicado em França, realizou vários outros filmes com Sophie Marceau, como As minhas noites são mais belas que os vossos dias(1989), ou A Fidelidade (2000). Após um longo silêncio de 15 anos, em que se dedicou à literatura e em que assumiu que se calhar o cinema acabara – escreveu em 2004: “Fui o último aluno destes dinossauros que admirei, Bergman, Fellini, Kurosawa, Welles, Stroheim, Peckinpah… O cinema que queria fazer não existe mais, a voz extinguiu-se. A inteligência abandonou o argumento ou a realização para se refugiar na tecnologia. Para mim, acabou, não é uma tragédia” – apareceu em 2015 com novo filme, Cosmos, baseado no romance homônimo do escritor polaco Witold Gombrowicz, filme produzido por Paulo Branco.

Em 2015, o diretor ganhou o prêmio de melhor filme do Festival de Locarno por “Cosmos”, sua mais recente realização. 

Ele deixa três filhos, sendo um da atriz francesa Sophie Marceau, de quem se separou em 2001.

Andrzej Zulawski morreu em consequência de um câncer aos 75 anos em 17 de fevereiro de 2016, em um hospital na Polônia.

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2016/02 – CINEMA – Da France Presse – 17/02/2016)

(Fonte: http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia -1723576 – CULTURA ÍPSILON/ Por  e  – 17/02/2016)

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