Alexander Hamilton, colaborou com a fundação do primeiro Banco de Nova York, e foi nomeado como o primeiro secretário do tesouro dos EUA por George Washington

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Alexander Hamilton, político americano que virou peça da Broadway

 

Alexander Hamilton, um dos pais dos EUA

 

 

FLOR DO CARIBE - Hamilton: origem supostamente mestiça e vítima de duelo – (Crédito: VCG Wilson/Corbis/Getty Images)

 

 

A vida e o legado do “pai fundador” da nação americana e hoje um herói celebrado até em musical pop da Broadway

 

Alexander Hamilton (Charlestown, 11 de janeiro de 1755 – Nova York, 12 de julho de 1804), político americano, ex-Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, foi um dos “pais fundador” da nação americana, incomparável sobre o legado econômico daquele que muitos creditam como o verdadeiro criador do capitalismo americano.

 

Quando Alexander Hamilton (1755-1804) tinha 14 anos, sua existência não prenunciava um futuro brilhante: “O pai sumira, a mãe morrera, o primo e suposto protetor cometera suicídio sangrento e a tia, o tio e a avó também tinham morrido”. Acompanhado apenas de um irmão dois anos mais velho, Hamilton não tinha nada, nem ninguém. Aos 30, contudo, já era uma celebridade em Nova York, tendo servido como assistente do general George Washington durante a Revolução Americana e se destacado como herói da independência. Aos 34, era não só um dos grandes heróis nacionais, articulador político decisivo, como se tornou o primeiro secretário do Tesouro dos Estados Unidos — cargo que exerceria com poderes de primeiro-ministro, na prática.

 

A vida desse personagem eletrizante celebra a trajetória triunfal do filho de uma ilha caribenha nos primórdios da América. Ironicamente, o homem que encarnou como ninguém a identidade dos Estados Unidos ficou por muito tempo à sombra dos outros founding fathers, “os pais fundadores” daquela que viria a ser a maior potência do planeta.

 

Sua vida e temperamento de Hamilton permite captar os traços decisivos de sua personalidade, a marca inconfundível de seu pensamento, as ações e contradições que fizeram de sua curta existência (ele morreu aos 49 anos) uma síntese épica da fundação americana.

 

As origens familiares de Hamilton — tema delicado que o importunou incontáveis vezes em suas polêmicas políticas. Não só por ter nascido fora das treze colônias, nas Índias Ocidentais caribenhas, mas principalmente porque Rachel Fawcett, sua mãe, e James Hamilton, seu pai, não chegaram a se casar formalmente — uma primeira e malsucedida união de Rachel impedira a realização do segundo matrimônio. Além disso, boatos de que Rachel era mestiça não cessavam de circular, ainda que nunca tenham sido comprovados. O história navega pelas águas incertas desse passado de meados do século XVIII, extraindo a maior precisão possível, e assim leva o jovem e ambicioso Alexander Hamilton a Nova York e seu gradativo envolvimento com a causa da independência.

 

De talento transbordante, Hamilton parecia saber que a grandeza do que podia alcançar não seria contida no tempo da vida que lhe cabia. Essa convicção enérgica em seu próprio valor determinou suas façanhas no campo de batalha, na articulação política, no ensaísmo esclarecido, mas também nas rupturas pessoais e nas paixões arrebatadoras que viriam a lhe cobrar um preço muito alto.

 

Em poucos momentos essa força esteve tão evidente quanto no período dedicado à consolidação da União e da elaboração da Constituição americana. Seu comprometimento com a criação de uma República a um só tempo livre e ordenada, democrática e estável fez de Hamilton um dos mais argutos teóricos do desenho institucional dos Estados Unidos. Nos Federalist Papers, escritos sobretudo em parceria com outro dos pais fundadores, James Madison, Hamilton cobriu desde detalhes da Constituição até elementos que definiriam o moderno capitalismo americano. Como “se coube a (Thomas) Jefferson prover a poesia essencial do discurso político americano, Hamilton criou a prosa da estadística americana. Nenhum outro fundador articulou um quadro tão claro e profético do futuro poderio político, militar e econômico dos Estados Unidos”.

 

A polarização da intensidade das divisões políticas da época de Hamilton, da chaga da escravidão às tensões entre um governo central poderoso e os estados, já estavam ali os ingredientes da futura Guerra Civil que eclodiria nos anos 1860. Na origem dos partidos políticos — o democrata republicano de Jefferson e o federalista de Hamilton —, percebem-se as cisões que fizeram do primeiro século americano uma frágil união. Essas forças se deixaram sentir também na vida pessoal do personagem, e não é sem um dissabor antecipado, digno dos grandes romances, que se acompanha a celeuma de Hamilton com o vice-presidente Aaron Burr, que culminará em um duelo de pistolas de resultado fatal para este que foi, talvez, o primeiro homem a realizar o sonho americano — e o viveu até o limite da tragédia.

 

Conheça a verdadeira história de Alexander Hamilton.

 

Quem foi Alexander Hamilton

 

Se você já esteve nos Estados Unidos, provavelmente viu o rosto desse político estampado nas notas de dez dólares. Curiosamente, ele não nasceu no país. Alexander Hamilton é de Nevis, uma ilha no Caribe. Sim: um dos atores mais importantes do processo de independência dos EUA foi um imigrante.

 

Desde criança, Hamilton se mostrou muito inteligente. Na adolescência, trabalhava como balconista em um estabelecimento comercial, e nesse serviço, impressionou seu chefe, Nicolas Cruger. Percebendo que o garoto era uma figura notável, Cruger, com o auxílio de outros empresários, arrecadou fundos para mandar o jovem para estudar em Nova York. Hamilton tinha 16 anos quando se matriculou no King’s College (atual Universidade Columbia), em 1773.

 

Mas Hamilton não seguiu carreira acadêmica. Ele largou os estudos e entrou para a vida política. Hamilton foi peça importante na independência americana: em 1777, durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos contra a Grã-Bretanha, Hamilton foi nomeado capitão do exército pelo então tenente-general George Washington. Antes disso, já havia lutado nas batalhas de Long Island, White Plains e Trenton pela Companhia Provincial de Artilharia de Nova York.

 

Mas o êxito de Hamilton não se construiu apenas nos campos de batalha. Seus artigos e reivindicações foram o que atraíram George Washington e colaboraram para a construção de sua reputação.

 

Hamilton contribuiu bastante para que os EUA não falissem após a independência. Em 1784, ele colaborou com a fundação do primeiro Banco de Nova York. Depois, em 1789, foi nomeado como o primeiro secretário do tesouro dos Estados Unidos por George Washington, que nessa época já era presidente. Ficou no cargo por cerca de seis anos, e foi o principal responsável pela consolidação do sistema financeiro americano. Hamilton participou da fundação do Banco Nacional e da Casa da Moeda dos EUA.

 

Nem só de glórias viveu Hamilton. Ele foi o primeiro político americano a se envolver em um escândalo extraconjugal. O secretário era casado com Eliza Schuyler, mas manteve um caso de um ano com Maria Reynolds. O marido de Maria, James Reynolds, soube da situação e começou a chantagear Hamilton. Depois, Eliza o perdoou e o casal teve oito filhos.

 

Até mesmo a morte de Hamilton teve motivação política. Em 1800, Thomas Jefferson e Aaron Burr se candidataram à presidência dos Estados Unidos. Houve um empate e, por decisão da Câmara dos Deputados, Jefferson foi eleito. O novo presidente não era o político favorito de Hamilton, mas mesmo assim Hamilton expressou seu apoio à decisão da câmara alegando que, pelo menos, Jefferson sabia o que estava fazendo.

 

Em 1804, Hamilton também contribuiu para a derrota de Burr nas corridas governamentais de Nova York. Cansado de ser passado para trás, Aaron Burr desafiou Hamilton a um duelo, prática comum para a época. Em 11 de julho de 1804, na margem do rio Hudson, em Nova Jersey, Hamilton levou um tiro na parte inferior do abdômen, que resultou em sua morte.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / Por Carolina Fioratti – 03/07/2020)

(Fonte: https://veja.abril.com.br/cultura – Edição nº 2720 – CULTURA / Por Eduardo Wolf – 13 jan 2021)

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