Adalberto Pereira dos Santos, general-de-Exército, vice-presidente da República no governo Geisel

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Adalberto Pereira dos Santos (Taquara, 11 de abril de 1905 – Rio de Janeiro, 2 de abril de 1984), general-de-Exército, vice-presidente da República no governo Ernesto Geisel (1911-1996).

Substituiu-o por onze vezes mas manteve-se discreto em assuntos de política.

Adalberto Pereira dos Santos faleceu dia 2 de abril de 1984, aos 78 anos, de aneurisma da aorta, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 11 de abril de 1984 – Edição 814 – DATAS – Pág; 83)

 

 

 

Entregue: dia 18 de julho de 1973, no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, na presença do governador Leonino Caiado, ao candidato a vice-presidente da República, general Adalberto Pereira dos Santos, o título de sócio benemérito do Vila Nova de Goiás.

Depois, ambos compareceram ao jogo Vila Nova e Sport Club Internacional de Porto Alegre (time de que o general é torcedor e cuja delegação estava chefiada por seu irmão, general Gastão Pereira dos Santos – e que venceu por 2 a 1).
(Fonte: Veja, 25 de julho de 1973 – Edição 255 – DATAS – Pág; 17)

 

 

 

 

 

Adalberto Pereira dos Santos (11.abr.1905 – 2.abr.1984), chefe do Estado-Maior do Exército

“Sentado”. Foi essa a resposta do general Adalberto Pereira dos Santos aos jornalistas que, em 1973, perguntavam como ele havia recebido a notícia de sua indicação para a Vice-Presidência do governo Geisel.

Em sua vida pública, o militar gaúcho não era homem de cerimônias. Seus auxiliares contavam que não dormiam papéis sobre a mesa do general, partidário das soluções prontas por não gostar de perder tempo.

Por não gostar, não o fez em 13 de dezembro de 1968, ao votar a favor do AI-5 na reunião do Conselho de Segurança Nacional. Ao contrário de seus pares, Adalberto não discursou. “Estou de acordo com o ato, senhor presidente”. Foi tudo o que disse, mal aproximando a boca do microfone – o pronunciamento do então chefe do Estado-Maior do Exército durou três segundos.

Uma possível explicação para seu pragmatismo foi apontada pelo próprio Adalberto, já longe dos corredores de Brasília: ele não gostava de política nem quando era obrigado a exercê-la. Considerava sua passagem pela Vice-Presidência, entre 1974 a 1979, apenas uma das missões que cumpriu em sua longa carreira militar.

O currículo de Adalberto acumula participações em vários marcos da história brasileira. Nascido em 11 de abril de 1905, em Taquara (RS), cursou o Colégio Militar de Porto Alegre na mesma turma de Castello Branco, Costa e Silva e Médici. Participou da Revolução de 1930 e foi enviado a São Paulo para combater a Revolução Constitucionalista de 1932. Também lutou na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.

Após retornar, conspirou para a queda do Estado Novo, em 1945, e voltou a conspirar contra o governo em 1964. Sua participação no golpe militar foi ativa. Já durante o regime, foi transferido ao Rio, onde chegou a ser comandante do 1º Exército – seu último cargo antes da chefia do Estado-Maior do Exército, que ocupava na reunião do AI-5.

Após aquele dezembro de 1968, Adalberto Pereira dos Santos continuou sua trajetória ascendente, passando quatro anos como ministro do Superior Tribunal Militar. Chegou a ocupar a presidência do órgão, que deixou quando foi chamado para ser vice de Geisel.

Discrição

A imprensa de sua época classificava Adalberto como um vice “discreto” e um homem “cordial”. Quando foi anunciada sua indicação para a chapa de Geisel, o general recebeu os jornalistas de “portas abertas”, mas “boca fechada”. Era tido como figura acessória no governo marcado por um presidente autoritário.

Após a passagem por Brasília, o general deixou a vida pública. Viúvo e sem filhos, passou a dividir um apartamento no Rio de Janeiro com sua governanta. Acordava cedo, caminhava pelo Jardim Botânico. Nos jornais, buscava notícias sobre esportes. Suas paixões eram o Internacional e o Flamengo.

Adalberto Pereira do Santos faleceu de complicações cardíacas em 2 de abril de 1984, tendo sido enterrado com honras de chefe de Estado. Na última entrevista que concedeu, Adalberto falou sobre sua vida de aposentado, resumindo: “Não tenho nostalgia do poder”.

(Fonte: www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento)

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