Joaquín Navarro-Valls, porta-voz de João Paulo II, organizou reaproximação entre Cuba e Vaticano

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Joaquín Navarro-Valls, porta-voz de dois papas

Jornalista fez parte do círculo íntimo de João Paulo II e organizou reaproximação entre Cuba e Vaticano

 

Joaquín Navarro-Valls

Navarro tornou-se famoso ao explicar com linguagem simples os ensinamentos da Igreja – (Foto: Max Rossi/Reuters)

 

Joaquín Navarro-Valls (Cartagena, 16 de novembro de 1936 – Roma, 5 de julho de 2017), jornalista espanhol, porta-voz de dois papas e uma das figuras mais importantes da Igreja Católica por 25 anos.

O médico e jornalista espanhol Joaquín Navarro-Valls, foi porta-voz do Vaticano entre 1984 e 2006, durante o pontificado de João Paulo II. Além de jornalista, ele também era formado em medicina pela Universidade de Granada. Navarro-Valls comandou a sala de imprensa do Vaticano até julho de 2006, quando o papa Bento XVI nomeou o jesuíta Federico Lombardi para seu lugar.

Conhecido como a “voz” de Karol Wojtyla durante mais de 20 anos, Navarro-Valls estabelecera uma relação bastante próxima com o futuro santo, um dos maiores fenômenos midiáticos do século 20.

 

Joaquín Navarro-Valls o Papa Juan Pablo II | (Foto: GregBurkeRome / Libertad Digital)

 

Natural de Cartagena, na Espanha, o jornalista trabalhava como correspondente do jornal “ABC” em Roma quando foi escolhido por João Paulo II para comandar a comunicação do Vaticano, um posto determinante para o sucesso de seu pontificado.

Em 1984, quando tornou-se responsável pelas relações de João Paulo II com a imprensa, Navarro ganhou status de celebridade ao adotar uma linguagem simples para explicar na televisão os ensinamentos da Igreja.

O acesso privilegiado de Navarro ao Papa irritava cardeais, que precisavam esperar na fila para serem recebidos por João Paulo II.

O Pontífice confiou missões sensíveis a Navarro, deixando de lado os diplomatas do Vaticano. Em 1998, o espanhol negociou diretamente com Fidel Castro a histórica visita papal a Cuba.

Em uma reunião que durou uma noite inteira, entre cigarros e rum, Navarro convenceu Fidel a reintegrar o Natal como um feriado religioso, uma medida que havia sido abolida após o sucesso da revolução socialista, em 1959.

Em 22 anos ao lado de João Paulo II, Navarro raramente perdeu a compostura, mesmo durante as duas audiências diárias em que apresentava à imprensa o boletim médico do Pontífice em seus últimos dias de vida. A única exceção foi quando um repórter pediu para que deixasse de lado as informações sobre a saúde do líder da Igreja e revelasse o que sentia pessoalmente. Navarro teve de esforçar-se para segurar as lágrimas diante de milhões de espectadores.

“Como dizer não a um Papa?”, brincou certa vez. Em abril de 2005, Navarro-Valls chorou na frente de repórteres do mundo inteiro ao divulgar o último boletim médico de Wojtyla, que morreria poucas horas depois.

Depois da morte de João Paulo II, em 2005, Navarro foi mantido durante mais de um ano como porta-voz do Papa Bento XVI para ajudá-lo na transição do pontificado. Em seguida, deixou o Vaticano.

Joaquín Navarro-Valls morreu em Roma, em 5 de julho de 2017, aos 80 anos. Ele tinha câncer.

— Joaquin Navarro-Valls representava o que Ernest Hemingway definida como coragem: graça sob pressão — disse Greg Burke, atual porta-voz do Vaticano.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade – SOCIEDADE / por O Globo)
(Fonte: https://istoe.com.br – Edição nº 2513 – MUNDO / Por (ANSA) – 05.07.17)
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